Os Velhos Carlos Drummond de Andrade

⁠No velho normal, era assim: Eu, como professor de filosofia e bacharel em teologia, não podia falar de religião em sala de aula, porque a escola pública era laica, assim diziam. Porém, o aluno se atrevia contestar-me, não contribuindo com a aula, todavia tentando defender as doutrinas de sua igreja. Dava seu estudo bíblico, já matando a aula em si. Passei muito por isso: sendo que eu não defendia nenhuma religião e não frequentava igreja alguma, eles se achavam melhores. Então, arrogantemente se mostravam saber mais do céu e das obrigações cristãs. Por várias vezes, perguntei-me, por que esses eram os piores exemplares de aluno, bastando só conferir suas notas. E por que estavam Sempre dispostos a maltratar qualquer um, defendendo seu Deus e seu fanatismo. Ah, como sofri, tentando fazê-los pensar e discutir seus conhecimentos para renová-los. Aí, atraí mais denuncias para eu resolver com o diretor, manchando minha reputação. E por medo ou só por ignorância mesmo, nunca pude contar com o apoio da maioria da classe, eram evangélicos. Acho que o coronavírus veio de Deus, para a escola se encontrar! E varrer o que é ruim. CiFA

⁠⁠A Escola está cheia de homossexuais e feministas distribuindo charme e cultura, tanto alunos quanto professores. É o “Look” do momento. Contudo, vejo também outro tipo de professores: os machistas que namoram alunas e viram notícia nos jornais, são excomungados pelo sistema. Ainda bem que sou velho, feio e pobre. Inadequado para fazer o mal que querem. Qual é meu pecado? Discriminar a mim mesmo? Todavia eles me fizeram justiça, quero dizer, condenaram-me a um lugar seguro.

⁠Os debates dos candidatos são apologias às violências: inventam mentiras, agridem o adversário, importam o poder. Candidata-se quem não tem nada a perder. É arriscar demais, fazer a razão se dobrar a uma pergunta tola: Por que uma pessoa comum quer trabalhar tanto por seu município que se candidata para vereador? Ai ela ganhou e a cidade continua do mesmo jeito, se perdesse também...

⁠Na escola, o velho está contaminando o novo normal. Ainda estão exigindo reposição de dias letivos, conselho de classe, padrinhos de turmas, falta reprova. Então não fazem bem nem uma coisa nem outra, caindo no descrédito do público: por que os alunos não estão fazendo as atividades propostas? Ou eu não sei o que é educação a distância...? Escola pública leva o aluno a sentir ira do mestre e tê-lo como rival, quando satura o sistema de inutilidade, desumaniza os critérios descontando no professor e atrasa o progresso amassando barro. Não zelam pela coerência? Enquanto não enterrarem o defunto, cheirarão carniça. CiFA

⁠Os padrões só servem pra uma coisa: engessar a originalidade humana...

⁠Essa pandemia (Covid-19) suscitou tanto especialista de tudo para nada, que as "live" tiraram meu gosto pelas redes sociais. Todo mundo tornou-se palestrante, até as cigarras daqui não cantam por chuva, mas imitam as motos sem escapamento para valorizar os sem propósitos nobres. E Haja calor pseudocientífico e a nudez, sem vergonha, da pandemia. CiFA

Barbarismo é todos os dias ter um aluno na porta de minha sala de aula com uma folha da secretaria, pedindo trabalho de dependência, aqui é uma prova da incoerência, este de progressão parcial, porque atrapalhou suas aulas e agora atrapalhando a aula dos outros. E a direção quer cobrar qualidade do trabalho extraclasse do professor nas horas de descanso, no refúgio de sua família. Aí o professor cobra a atividade do aluno e ele diz: "Num vim, num fiço" e fica por isso mesmo, a culpa é do professor que não deu nota para ele.

Existem dois tipos de pessoas entre meus amigos de facebook - os que sabem escrever e os que não sabem. Enquanto os que sabem, ornamentam os posteres, fazendo comentários educativos, porque têm uma boa interpretação. Mesmo que o analfabeto funcional possa produzir algo que externamente pareça bom, ele vem estriado de duplicidade, obscuridade, a boa intenção faz-se mal, pois dificulta o decifrar. Enquanto os que sabem ler e escrever e podem fazê-lo profundamente na compreensão e na interpretação fácil, abençoam-nos, porém, algumas vezes, é preciso exercermos a tolerância, sendo resilientes. Mesmo assim, sofremos ataques de todos os lados, isso compreendemos muito bem! Aqui não há pessoas neutras. Ou escreve, ou não escreve. ("Escreveu não leu, pau comeu"). Os usuários das redes sociais baseiam suas vidas nos termos absolutos das tendências, ora estão eles se baseando nas fakes news recebidas do diabo, ora caindo no anonimato do limbo sem fim. É este grande antagonismo que torna impossível, a um bom leitor, curtir as publicações dos "idiotas úteis."

Tento me impor com meus pensamentos filosóficos, mas o lucro que me retorna é, senão, o mais fino realçador de minha ignorância: o outro!

Eu desconfio que nasci para compor o organismo divino.Compreendo que Deus é o próprio universo infinito, para saúde dele vim somar, porém doente com as mazelas do mundo.

Professor se protege de aluno, e aluno se protege de professor, por causa destas e de outras violências ressonantes do Cabo-de-guerra retesado, Pseudo-socioeducacional é que o dia do professor vai passar em branco. Pois esqueceram-se do dia do estudante.

De todas as condições civis, a mais vil é a posse indevida do corpo feminino, legalizado pelo casamento. Uns não aceitando a separação matam o cônjuge

São tantas pessoas sabendo o que Jesus quis dizer com esta ou aquela passagem bíblica que chegam a vestir-se os trajes da época de jesus, deixam a barba crescer e olham para as mulheres como se fossem maria madalena. Eles se nomeiam filhos de Deus, mas eu acho que eles se acham o próprio Deus, quando oram em nome de Jesus. Nossa salvação é que não se cumpre o conteúdo de suas orações.

O saber é prazeroso, mas o aprender é doloroso! O cérebro do tolo dói e cansado procura atalhos. E o atalho economiza na lição!

Já diziam os espiritualistas: "amor nunca é demais". Porém quando se ama demais, nunca é correspondido do mesmo jeito de quando se ama de menos. Morre-se por igual, motivado por esses amores, deixando-se enterrar enquanto o outro vive com seus bens! Visto que assim, o caos é risonho, nos traz vasta chance de avanço, cada dia é um a menos em nossa história! Dar cabo é começar novamente. Há boas intenções tanto no construir como no destruir. Espero ser verdade a existência de vida apos a morte. Sinto-me bem vivo.

Quem será a mulher(XX) e o homem(XY), gêneros puros, quando a "Marcha das vadias" unir-se à "Parada gay", tornando-se um só Dom? O estresse desbota os genes.

Como pode ser eu vítima dos defensores de Deus, se faço reflexões sobre meu aprimoramento com o próprio Deus? Um professor de filosofia não pode dar sua opinião em sala de aula. Mas, vai ensinar a opinião de quem? Muitos evangélicos criticam, denunciam e brigam por seu Deus? Mentira, a maioria deles defende denominação, doutrinas, julga os outros e impõe seu modo de vida sem o amor a quem quer fazer o que é melhor para si. Alunos se julgam catedráticos em bíblia, superiores ao mestre. Vai medir o Diabo com sua Régua... Escola não é igreja, é tecnicista, espaço para discutir a vida livremente, não palanque fácil para ativistas, politicagem e fanáticos. Deve-se ali apreender o cotidiano de forma não cegada.

Alguns estão dizendo, ao me ver fazendo caminhada na pista: —"... essa desgraça devia ter morrido". Outros me cobraram: — você vai pagar as velas que ascendi, recomendando o seu corpo. Enquanto isso, estou analisando nosso professorado. Não sei por que, os cursos de licenciatura estão vazios! Talvez muitos estão se lembrando das leituras de mundo que fizera o ex-presidente FHC: Que o professor era um profissional fracassado (Não deu certo em outra profissão). Só os alunos medíocres do Ensino Médio vão para o magistério! O professor já está humilhado. Arrastado pelos caminhos incertos de todas as metodologias "inovadoras", nada dando certo, e sua fama de desmerecido aumentando! Disfarçado de palhaço ou coisa do outro mundo, quando mais ainda lhe adicionarem o colete a prova de bala e um capacete blindado, pois vivemos em um momento de muitas agressões ao professor! Agora, floreada a ideia de usar outra máscara, é bem vinda! Seleção natural: Por último, o mimetismo.

O profeta vale-se de coisas simples bem diante de seus olhos para revelar os acontecimentos futuros, precavendo-se.. Alguém indo procurar sua conhecida na casa dela, é fácil descobrir ser o indesejado, é só prestaR atenção na criança atendente à porta, dizendo: — "Minha mãe mandou dizer que não está". As crianças são simples, os "badecos", os animais domésticos também o são. Eu sou um visionário, aprendi sê-lo de tanto escrever crônicas analisando o cotidiano. E assim, protejo-me dos outros e, os outros de mim. Nem gosto de visitas, suspeito incomodação, prefiro visitar, pois minha aguçada sensibilidade determina-me uma retirada antes da explosão de desafetos. "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes".(1Coríntios 1:27 ARC). Para Moisés era um simples pedaço de madeira que lhe servia de apoio e adestrar as ovelhas ao seu pastoril... Com ele fez o que fez. CiFA

Não me arrisco nem mesmo para os cumprimentos mais simples, ainda mais os elogios, me furto! Tudo que um velho feio e pobre disser a uma dama será tomado por assédio sexual. Do outro lado, o bonitão, jovem e malhadão, às custas dos pais, repetindo uma estrofe do seu funk preferido, diz e faz horrores, porém chamam isso de cantada criativa, música aos ouvidos delas. É politicamente correto. "A vida fica bem mais fácil quando é cantada" — diz Zac Efron. Confirma a sua preferência com repugnância Annynha Rodrigues: "Solteira: sim, recebendo cantada de gente feia: sempre!" E eu termino tentando imitar os bons e bem sucedidos, mas minha estrofe é essa: "Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?" Meu caso. E o caso de outro tipo de mulher, verdadeiramente digna de elogios bem recebidos. "Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas." — Sêneca.