Os Velhos Carlos Drummond de Andrade

Cerca de 140616 frases e pensamentos: Os Velhos Carlos Drummond de Andrade

E como ondas, ela se foi. Eu a olhei, e a amei. Ela atravessou a rua após o sinal ficar verde. Eu nunca mais a vi, mas para sempre, a vi em meus pensamentos. Olhares certos, destinos incertos.

Inserida por icarovieirapassos

AMOR
“Pois de amor andamos todos precisados! Em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir em frente...” – Carlos Drummond de Andrade.

RESPOSTA A DRUMMOND
Ah Drummond como foi certa,
Sua afirmação sobre o amor,
Andamos todos precisados,

Pena que não vemos esse alerta,
E sofremos com muita dor,
Realmente estamos necessitados.

Mas hoje a dose deve ser,
Em muito multiplicada,
Pois a falta de amor é de doer,
A situação está muito complicada.

Hoje é efêmera a alegria,
Desumanizados cada vez mais,
E mais desobedientes a cada dia,
Paciência e esperança,
Que eram principais,
Hoje se tornaram banais,
Força é só para agressão,
Capacidade de entender é incompreensão,
Perdoar cedeu lugar á vingança,
Ir para frente ficou à beira do caminho,

Mas não se desesperem,
Ninguém está sozinho,
Os profetas se referem,
A alguém que vem ajudar,
Basta nEle confiar,
E Ele virá nos salvar,
Pois pagou o preço na cruz,
Por ti e por mim,
Nosso salvador Jesus,
Nos dará um novo começo sem fim.

Autor: Agnaldo Borges
14/10/2014 - 14:19

Inserida por AgnaldoJoeciBorges

OSTENTAÇÃO É UMA MERDA

Isso de mostrar teu ouro
Esfregar na minha cara teu luxo
O vazio do seu caviar
Ao seu Porsche
É imenso e gritante.
É coisa ridícula.
Pendura no teu pescoço
Um livro de Drummond,
Um livro de Dostoiévski.
Recita pra tua morena
A poesia mais luminosa.
Ela vai amar o que você
Carrega por dentro.
Não essas coisas
Externas e breves.

Inserida por RoneyRodrigues

Poesia de Mulher

Ela é como poesia
Cada verso seu
É como um enigma
Não é qualquer um que entenderia
Precisaria de muita sabedoria
Sua complexidade
É como literatura barroca
Às vezes meio louca
Suas curvas exalam perfeição
Parece até obra parnasiana
Me deixa completamente insana
Mulher, você não me engana
Pois há mais de uma semana
Ando vasculhando seu sorriso
Tentando desvendar
Seus segredos e medos
Mas, como Drummond já havia dito,
Havia muitas pedras no caminho
Mesmo assim me aventurei
E no fim desse poema
Por você me apaixonei.

Inserida por Stefany34

MEMÓRIA

Minha avó fazia café bem doce. Talvez, por uma necessidade de se procriar além dos filhos legítimos. Biscoitos na gordura, pão de queijo no forno, bolo de chocolate em cima da geladeira. O cenário aparentemente bucólico escondia guerra das mais matutas em orvalhos e outras fragrâncias. Cheirava a cozinha um cheiro forte do que se come. No quintal, cheiravam as flores um cheiro que se vislumbra. Alimentar dos produtos da casa vigorava a minha carne. Alimentar do beija-flor que tomava o néctar de hibiscos em diversos matizes alimentava a minha alma. O cachorro latia freneticamente. Eu não sabia que o bichinho também comia: a alegria das folhinhas em domingo. Ao pé da jabuticabeira, meu Drummond chorava todos os lirismos nascidos da terra caudalosa, terra de muitas veredas e rupturas. Minha mãe afagava meus cabelos, o pai e os tios viam futebol, a pequena irmã devorava porções de desenhos animados.
Não fosse eu poeta, esta prosa seria pólvora. Não fosse eu poeta, partículas cintilantes de minha vida perderiam na guerra dos tempos que não se curam: saudade.

Inserida por ItaloSamuelWyatt

Não tenha tanta pressa em trazer as coisas para o seu mundinho. Uma rosa é um rosa, uma nuvem é uma nuvem, não é um peixe ou um porco espinho. Uma pedra (ora vejam, é só) uma pedra no caminho.

Inserida por hsbergamo

E agora?

E agora?
O comercio fechou,
A escola parou
O emprego acabou.

E agora?
Na igreja não vou
reunir-se não pode
visitar os pais não vou
e a gente se isolou.

E agora?
Milhares de pessoas o vírus matou
outros milhares ele infectou
e a muitos ela já alcançou

E agora?
Quando tudo terminar
saberemos como recomeçar?
Teremos força para recomeçar?

E agora?
o que podemos fazer
para não perecer
toda a nossa vida
seja ela na família
ou na economia?
E agora?

Inserida por juliana_rossi

⁠Poesias do mestre
A inesquecível e simples pedra
Que estava no meio do caminho
Poesia sem formato limitado
Que supera todos os obstáculos
Meu querido Carlos
Na poesia de sete faces
Descrevendo sua multiplicidade
Que não se enquadra a sua sociedade
A quadrilha do amor
Lança-se a sorte de encontrar
Um amor verdadeiro
Nesse mundo cheio de dor
E o que falar de José
Sozinho na cidade grande
Sem esperança e sem rumo
Mas resistente seguindo em frente
E o seu sentimento em Amar
Mesmo com toda destruição
Em seus ombros suportando o mundo
Pelas sem-razões do amor

Inserida por ivanildo_sales

⁠... do outro lado da linha pode estar:
O sorriso da sua boca;
a cura pro seus medos;
a outra taça de vinho.
PauloM @vinhos.br

Inserida por Amantedovinho

As vezes tudo o que eu queria era um aconchego nosso
Aquele sem ócio, só com brilhos do teu olhar
Que me apega, que me aperta, que me cega

Mas um dia eu te tenha quem sabe eu
Te lembro que a vida é feita de transtornos imediatos
De sopros falsos
Que nos levam ao sul
E se lembra: a gente ia pro norte

Pra que eu ter um par de asas
Se eu posso voar com os pés no chão
Eu te digo outra vez que tudo o que eu queria era um aconchego nosso.

Inserida por ojeanbarroso

respirei e respirei
E mais fundo respirei
Quanto mais respirei
más respirei
E respirei
Mais vida tive
e mais respirei
amei respirar

Inserida por ojeanbarroso

a parte que falta em mim, não falta
mas falta eu sinto de nós

Inserida por ojeanbarroso

E ainda morto, renasci. Sem ver o mundo, me transmuto a ser as possibilidades que existem em mim. Não dependo da aprovação de ninguém pra ser feliz, esse meu eu dependente já morreu, o que sobram são e não foram o que hoje eu sou.E ainda morto, renasci. Sem ver o mundo, me transmuto a ser as possibilidades que existem em mim. Não dependo da aprovação de ninguém pra ser feliz, esse meu eu dependente já morreu, o que sobram são e não foram o que hoje eu sou.

Inserida por ojeanbarroso

No meio do caminho havia uma paixão
Havia uma paixão no meio do caminho
Havia uma paixão
No meio do caminho havia uma paixão.

Nunca me esquecerei desse encontro tão evitado
Na vida de minhas rotinas já tão decepcionadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Havia uma paixão
Havia uma paixão no meio do caminho
E eu tive que decidir se parava ou prosseguia

Afinal meu caro Drummond...
Havia uma paixão no meio do caminho
mas isso não quer dizer que eu tinha
Paixão não é pedra Drummond
Você pensa que tem e descobre que só havia.

Mas havia uma paixão no meio do caminho.
E como não é palpável como pedra
Segui meu caminho de rotinas decepcionadas
Nunca me esquecerei desse encontro inesperado
Havia uma paixão no meio do caminho
E eu não paguei pra ver se a tinha.

Inserida por Lizzyauer

Muitos dos meus amigos e amigas, que leem as minhas poesias, falam que eu tenho o "traçado" das poesias de Carlos Drummond de Andrade, umas das minhas poesias em que muitos falam isso é a poesia "Onde está o teu corpo".

⁠No meio do ladrilho
tinha uma pétala

Inserida por mnora

Uma voz de muitas faces...

A voz pode apresentar muitas histórias, mas uma história jamais poderá representar tudo o que a voz inspira.
A voz pode marcar uma vida, pode representar uma saudade, pode contar uma história, declamar um poema. A voz tem o poder de reviver lembranças, de fazer sorrir adulto ou criança, de inspirar gerações, de marcar uma infância. A voz pode te levar ao passado, e brincar com tantas e tantas outras saudosas lembranças. A voz toca o peito, e de mãos dadas com a alma, saem para passearno passado, presente e futuro.
Há quem faça a arte, e há quem seja a própria, em pessoa.

Inserida por RobinS25

CONTO DO MEIO

Quando pequeno, eu estava no aniversário de um amiguinho

e pus meu dedo no bolo.

Não coloquei e tirei. Não passei o dedo.

Apenas enfiei a ponta do indicador naquela parte branca.

O dedo permaneceu lá, parado, enfiado, intacto.

Todas as mamães me deram um sorriso falso.

Os papais estavam bêbados no quintal.

O único homem ali perto era o tio Carlos.

Tio Carlos se escondia atrás dos óculos e da câmera fotográfica.
Era bobo, agitado e gorducho.
Quase sempre sorrindo.
Tinha poucas, raras, nenhuma namorada.
Tio Carlos atrás dos óculos, da câmera e de namorada.

Meu braço esticado era a Golden Gate.
Uma conexão entre minha consciência
e aquele montante de açúcar.

A ponta do dedo imóvel, conectada, penetrada no creme branco.

Uma das mamães resolveu liderar a alcateia
e me pediu para tirar o dedo.

Pra que tanta coragem, perguntou meu coração.
Porém meu dedo,
afundou um pouco mais.

Olhei-a nos olhos sem docilidade.
Meu corpo imóvel.
O dela recuou.

Minha mamãe, sem graça,
falou que isso passa.
Eu atravancava, ria e dizia:

- Vocês passarão, eu... - estendia a aporia.

Eu era a Criação de Adão na Sistina.
Era mais que Michelângelo,
Era Adão no Bolo,
Era Bolo em Deus.

Mamães desconcertadas. Olhando umas para as outras.
O silêncio reinava,
o reino era meu.

Mamães desorientadas. Olhando para mim.
Tio Carlos com a câmera fotográfica
olhava para as mamães.

Acho que ele era apaixonado por umas três mamães,
ou mais,
ou todas.

Esperei um não.

Esperei um pare.

Ninguém era páreo

para um rei.

Tirei.

Inserida por kikoarquer

Ao lado de uma boa companhia, na inércia inanimada, lê-se poesia...


comentário ao monumento de Carlos Drummond de Andrade, Rio de Janeiro.

Inserida por gnpoesia

O tempo que corre
A situação que ocorre
Alguém que morre
Tudo passa
A vida é cheia de graça
Lembre-se que em cada momento
Não tem jeito, já passou mais um tempo.