Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
As palavras que proferimos podem se esvair no ar logo que são ditas, mas podem também repercutir por uma vida inteira.
Se fôssemos mais conscientes da subjetividade dos nossos julgamentos, julgaríamos muito menos, felizes seríamos muito mais.
Mesmo que as máscaras sociais nos impeçam de ser totalmente verdadeiros uns com os outros, sejamos sinceros pelo menos com nós mesmos. Esconder de si o que se tem de pior não nos faz melhor que ninguém.
Muitas vezes, é melhor nos calarmos do que tentarmos justificar com desculpas esfarrapadas as atitudes que conscientemente não sabemos a razão de as termos tomado.
Muitas vezes, fazemos uso de um suposto senso de humor como desculpa para manifestar nossos preconceitos.
A gente se acostuma a ser "ser humano" mas não devia. Ser "ser humano" é uma experiência incrível: deveríamos estar conscientes disso todos os dias!
Não mais se preocupar com que os outros vão dizer ou pensar a seu respeito é o melhor presente que alguém pode dar a si mesmo.
Se não nos sentimos amados, nosso cérebro não produz a substância que a gente precisa pra ser feliz.
Uma das maiores contradições da vida é que, algumas vezes, as pessoas precisam ficar longe uma das outras pra que finalmente se aproximem.
Conhecer pessoas é uma aventura mas aprofundar-se em uma amizade é ainda mais. Poder conhecer um pouco da personalidade e história do Outro, do que ele leva tempo descobrindo sobre si é gratificante.
Não dá para negar que a experiência do intercâmbio está sendo incrível apesar de que não nos avisaram de que na metade dele passaríamos pela difícil experiência de nos despedirmos quase que ao mesmo tempo de muitos amigos que só estariam aqui por cinco meses.
Viajar é bom, “salir de fiestas” também. Porém são os relacionamentos mais próximos e profundos, e também os momentos difíceis que mais te fazem amadurecer. Aprendemos muito com eles nesse intercâmbio, muito mais que na universidade, diga-se de passagem.
O que acontece quando você vive com mexicano que “tem cara” de japonês, um alemão que “parece mexicano”, e um francês que não corresponde ao que você tinha escutado sobre um francês? Ou então quando você é um brasileiro que não joga bem o futebol e tampouco sabe “bailar” como os estrangeiros supõem que um brasileiro sabe? Você quebra estereótipos e faz com que os outros quebrem os seus também. Você aprende que as pessoas são quem são independente dos países de onde vêm. Tudo bem, depende da cultura, sim. Mas você se aproxima de alguém ou se afasta não porque é desse ou de outro país, mas porque se identificou com ela.
O que acontece quando você se torna irmão de um francês mais novo que você, de 19 anos, que te dá uma aula de maturidade? Você para e se pergunta: por que eu não posso fazer isso sem esperar que os outros façam primeiro? Por que não posso dar sem ficar esperando retribuição?
E quando você faz um amigo da Alemanha (país desenvolvido, de primeiro mundo) que "comparte" (compartilha) com você sua história e suas dores, suas alegrias e amores? Você aprende na prática a frase que diz “que as dores humanas ultrapassam as divisões de classe e cultura”. Não importa se seu país é rico ou pobre, se você é rico ou pobre, você é ser humano e viver às vezes vai doer do mesmo jeito.
Agora está terminando um ciclo. Doi dizer adeus, não saber se vai ver mais. Mas a gente sabe que a vida é assim, cheia de idas e vindas, chegadas e partidas, saudações e despedidas. A gente tem que se acostumar, dizer para si mesmo “deixa ele ir”, deixá-los partir. Mas na verdade, com despedidas a gente nunca se acostuma. O que a gente faz é se resignar, deixar ir porque não há o que fazer, não podemos aprisionar o outro e impedir que ele siga sua vida. E a gente tem que seguir a nossa também... Ninguém vai estar perto da gente a vida toda. É preciso saber deixar partir, abrir mão, desapegar-se. Vai haver dor, de qualquer maneira, então o que se há de fazer é chorar, viver o luto e conviver por algum tempo com o vazio da despedida. Até que finalmente a dor passa e estamos abertos para viver novos relacionamentos, conhecer novas pessoas, e deixar que os novos amigos conheçam, através de nós, através do que a gente carrega dos que se foram, um pouco da personalidade deles também, que um pouco já se tornou parte da nossa. Um pouco do trejeito, ou uma frase que eles falavam e a gente não esquece e já toma como nossa, a forma de se vestir, de sorrir, quem sabe... E aí o ciclo recomeça.
Quanto mais pessoas conhecemos mais percebemos quanto devemos valorizar nossos bons amigos, porque o processo de identificação não é um encontro banal que acontece todos os dias. Pode ser até que aconteça poucas vezes durante uma vida inteira. Porém, se aconteceu pelo menos uma, ou seja, se conseguimos ao menos uma vez conquistar alguém apenas sendo nós mesmos, e ser conquistados sem que o outro tivesse que fingir ser quem não é, valeu a pena ser autêntico e deixar que a vida se encarregasse de colocar ao nosso lado quem devia estar.
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