Os Velhos Carlos Drummond de Andrade

⁠Se meu coração fosse escuro como as trevas, eu não iria ver as pessoas como eu vejo todos os dias; com os olhos do amor.

⁠A gratidão vence tudo que se conquista com o rancor.

⁠Sim... Uma vida de façanhas e artimanhas, sinto que estou cada vez mais próximo da dor.

⁠Ah, dor, o maior significado da destruição do espírito.

Eu te amo;
Eu te odeio;
Eu te apoio⁠;
Mas nunca te deixarei pra trás.

⁠Nosso egoísmo está acima de todas as coisas que existem nesse universo, e não há forma de derrotá-lo.

As areias do deserto estão em cima da minha consciência, o espaço está abaixo de tudo, a vida é o final, sim, é o final.⁠

⁠Por favor pare, você está me matando;
Por favor pare, você está me matando;
Por favor pare, você está me matando;
Sim pare, você está me corroendo;
Por favor, viva;
Por favor, inspire;
Por favor, viva;
Por favor, transpire;
Pare, imediatamente;
Pare de me atazanar;
Vozes que sinto;
Vida que aturo.

⁠O sentimento do meu coração é o sentimento do fim; é o amor, a tristeza, a vida que levei até agora, a raiva de viver mais um segundo em um mundo onde os fracos de alma prevalecem os fortes de sofrimento.

⁠A essência da minha alma é a forma mais fraca de dizer que eu amo.

⁠Eu estou correndo em um labirinto onde a morte tenta me capturar;
Meus olhos veem o que nada vê;
Eu corro por uma saída;
Oh, uma surpresa;
Corra!
Corra!
Corra!
Antes que minha própria ilusão me cerque de destruição;
Eu sou o olho da vida;
O olho do amor;
O olho da certeza do correto.

⁠Eu estou rodeado de pessoas más;
Eu estou rodeado de pessoas estranhas;
Eu estou rodeado de pessoas falando mentiras;
Eu sou uma verdade;
Minha verdade é de que eu nunca escaparei;
Nós nunca escaparemos;
Nunca escaparei da minha vida;
Mentiras, mentiras, mentiras;
Sobre mim;
Sobre a terra;
Sobre a existência.

⁠Vozes, Vozes, Vozes, quem diria que elas estão com a razão.

⁠Frio, duro, quem poderia imaginar que isto é a concepção de muitos corações.

⁠Sua face é mais bela que diamantes lapidados; tu és a minha virtude, o fim da ignorância e o começo da razão. Meus diamantes azuis.

⁠Você vai, eu fico;
Minha razão vai, meus sentimentos ficam;
A efemeridade do meu sentido está aqui;
Mas a realidade, é outra.

⁠Estou encantado com tua autossuficiência, com tuas palavras que saem em horas tão convenientes; não há nada, nada que explique seus termos a não ser o próprio universo.

⁠Eu te amo; vazio, nada, insignificância.

⁠Essa é a questão;
Tu me amas?
Me amas como aparenta amar o seu inimigo?
Oh, entregue essa toalha!
Viva antes que eu me contorça de angústia!
Tu me amas?
Entregues a toalha!
Pegue a foice;
Corte meu coração em pedaços;
Pegue a foice;
Arranque o que tem dentro de mim;
Destrua o resto;
Acabe com uma vida.

⁠És o que é? Pense bem antes de agir; o que achas de mim? Sou teu maior inimigo, mas quem diria, você necessita de mim e eu preciso de você.