Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
Posso por vezes pensar não ter nada, mas tenho TUDO, e quando creio tenho mais ainda!
Dobro meus joelhos pra falar com Deus, ele me ouve, me trás as respostas e a Paz que tanto preciso. Sei que ELE me guarda e me proteje pois sem ELE eu nem teria chegado até o dia de hoje.
A Paz está dentro de cada um de nós, basta sintonizar a frequência certa e deixar fluir.
Eu amo essa sensação, de que tudo vai ficar bem, de que existe sempre uma luz no fim do túnel. Isso reacende nossa chama de esperança na vida!
Nem todos os dias serão bons, mas que façamos o máximo possível para sempre sintonizar a frequência da Paz.
Deixe ele te inundar, te incendiar, te enviar flores sem que você preveja. Deixe ele te surpreender. Deixe ele aprender com você e aprenda a ser mais leve. Porque nós que somos compactos demais para caber no mundo, esquecemos que dá para caber no meio dos braços de alguém. Então deixa caber, deixa fazer feliz. Case-se com ele porque ele tem cheiro de roupa limpa. Porque apesar de tudo o que os outros dizem, foi nele que você encontrou a paz.
Poesia que ama,
Poesia que chama,
De frente para realidade
Mas com a cabeça nos sonhos,
Sonhos meus dos seus,
Sempre com medo do adeus,
Adeus de ir mas mesmo assim ficar,
Sempre machucando meu sonhar
Mas era de se esperar,
O sonho acabar
E nem sempre se realizar.
Às vezes falo, grito,
mesmo estando mudo.
Há sentimento
que não se traduz.
As palavras não dizem tudo.
Se a esta hora o agora
se fez em você passivo,
é porque de algum modo
estou em você cativo.
Se a esta hora meu verso
é espelho e você me lê,
é porque de algum modo
estou vivo em você.
Os vencidos não têm história
e a glória é tarde
para a palavra vazia.
Sincronizo o tempo
e os vencidos escorrem
pelo ralo da pia.
Conto do Desmantelo Azul
Uma vez, durante a primavera, eu vi o mar. Era fim de tarde, eu era criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro, no horizonte, do céu azul com um mundo de espelho azulado com moldura azul-dourada invadiu meus olhos, arrebatou minha alma. Nunca nada mais enxerguei.
Uma vez, durante a primavera, ouvi o mar. Era fim de tarde, eu criança era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro do marulho azul com o silêncio azulado do infinito estourou meus tímpanos, ensurdeceu minha alma. Nada nunca mais ouvi.
Uma vez, durante a primavera, cheirei o mar. Era fim de tarde, criança eu era, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro da maresia de azul salgado com o aroma celeste de um céu azulado quase noite entranhou-se pelas minhas narinas, embrenhou-se em minha alma.
Nunca mais nada cheirei.
Uma vez, durante a primavera, degustei o mar. Era fim de tarde, era eu criança, pouco mais de seis anos. Foi a primeira, foi a última vez.
O encontro de minha doce inocência com o azul salgado segredo das águas engravidou meu peito, emprenhou minha alma. Nada nunca mais provei.
Hoje, toda tarde, sento em frente ao mar, e uma suave fluida mão anil acaricia minha pele instantes antes de meu corpo se diluir na brisa marinha e meus poros explodirem em azul ao serem penetrados pela alma do mundo.
Arrancar do peito o indizível,
e deixá-lo exposto em minha cara,
pode ser um ato de extremo egoísmo,
mas é no fundo do abismo
que nascem as flores mais raras.
Não se limite
a dizer coisa com causa.
Não beba o eco ou o cio
que brota de versos alheios.
Não se banhe duas vezes
no mesmo vazio,
mesmo estando cheio.
Não caminhe por estradas conhecidas
nem queira novas perguntas
para suas velhas respostas.
Não se imite,
perca-se no caminho da volta.
Um lugar pra se chamar de lar...
Um lugar onde tem amor, paz, silêncio, tranquilidade.
Mas também tem amizades, fogueira, céu estrelado e uma lua linda.
Agradeço todos os dias por ter esse lugar pra poder chamar de lar!
Não tenho visão, sou visionário
no dicionário dos pequenos.
Não tenho calma, trago na palma
a alma dos mais, a alma dos menos.
Não tenho fama, sou difamado
pelos mais amados, pelos mais amenos.
Não tenho abrigo, sou amigo das estradas,
das madrugadas, do sereno.
Não tenho dor, vivo doendo.
Não faço versos,
os versos, em mim, vão se fazendo.
