Os Dias Passam

⁠A incrível geração que pede a volta
do palito premiado que dá direito a outro picolé
mas joga no lixo as sementes.

⁠É preciso conhecer suas próprias sombras
para clarear sua escuridão.

⁠Morremos todas as noites, ressucitamos todas as manhãs.

⁠O Canto do Guerreiro

I

Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
– Ouvi-me, Guerreiros,
– Ouvi meu cantar.

II

Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
– Guerreiros, ouvi-me;
– Quem há, como eu sou?

III

Quem guia nos ares
A frecha emplumada,
Ferindo uma presa,
Com tanta certeza,
Na altura arrojada
onde eu a mandar?
– Guerreiros, ouvi-me,
– Ouvi meu cantar.

IV

Quem tantos imigos
Em guerras preou?
Quem canta seus feitos
Com mais energia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
– Guerreiros, ouvi-me:
– Quem há, como eu sou?

V

Na caça ou na lide,
Quem há que me afronte?!
A onça raivosa
Meus passos conhece,
O imigo estremece,
E a ave medrosa
Se esconde no céu.
– Quem há mais valente,
– Mais destro que eu?

VI

Se as matas estrujo
Co’os sons do Boré,
Mil arcos se encurvam,
Mil setas lá voam,
Mil gritos reboam,
Mil homens de pé
Eis surgem, respondem
Aos sons do Boré!
– Quem é mais valente,
– Mais forte quem é?

VII

Lá vão pelas matas;
Não fazem ruído:
O vento gemendo
E as matas tremendo
E o triste carpido
Duma ave a cantar,
São eles – guerreiros,
Que faço avançar.

VIII

E o Piaga se ruge
No seu Maracá,
A morte lá paira
Nos ares frechados,
Os campos juncados
De mortos são já:
Mil homens viveram,
Mil homens são lá.

IX

E então se de novo
Eu toco o Boré;
Qual fonte que salta
De rocha empinada,
Que vai marulhosa,
Fremente e queixosa,
Que a raiva apagada
De todo não é,
Tal eles se escoam
Aos sons do Boré.
– Guerreiros, dizei-me,
– Tão forte quem é?

"Gosto bastante de trabalhar com3D, posso ver tudo de outros ângulos, inclusive na vida"

⁠Quem é feliz, por onde passa, esparrama felicidade.

⁠⁠A memória é incrível: se esquece do que ocorreu há dois dias mas se lembra de algo que aconteceu há dez anos atrás.

⁠Sedução
Vários estágios
Para conseguir
O que quer
As vezes por capricho
O fascínio de encantar
Obter o que deseja
O conquistador
E a presa
As vezes consentimos
Sermos usados
É recíproco
O uso
As vezes não tem afeto
É somente
Caça e caçador
O sedutor tem atitude
Tem a técnica
É uma arte
Cada dia se especializa mais
Se torna confiante
Sabe apertar o gatilho
Da atração
Bom conversador
Encanta com caras, bocas
E olhos
Mas as vezes o prejuízo
É desastrosos
Só entrem nesse jogo
Se estiverem
Preparados
Para essa
Arte
Que é a sedução

⁠E quantos cactus não há por aí
reclamando dos espinhos da roseira.

⁠Para quem tem raíz profunda;
asas são liberdade,
e não fuga.

⁠Amanheci com
Vontade
Saudade
De um bom abraço
Abracei o travesseiro
Cheirei
Que cheiro bom
Suspirei
Levantei
Liguei o som
Abraçada ao meu
Companheiro o
Travesseiro
Dancei
Em vários ritmos
Feliz
Guardei
Meu amigo
Sorri ao espelho
Bom dia
Mas a saudade
Do abraço não passou
Ainda quero muito
Sentir o calor
O afago
O cheiro
Para terminar
Um bom beijo
Uma cama
Um monte de
Travesseiros

⁠Não foi perda de tempo
se te transformou por dentro.

⁠Quem tem brilho próprio não precisa de holofote.

⁠A vida é como um filme: para alguns uma aventura, para outros uma comédia, pra muitos um drama ou simplesmente terror.

⁠
As lembranças são difíceis de lidar: as coisas boas não voltam e as ruins ainda nos fazem sofrer.

⁠É possível contar quantos dias vivemos, mas não saber quantos nos restam

⁠Entre a suspeita e a certeza, há um abismo enorme.

⁠Não sei se sou melhor ou pior do que os outros, só sei que não sou igual.

⁠O pior não é ter de morrer e sim a forma que somos obrigados a viver.

⁠Hoje sei mais do que ontem, amanhã saberei mais do que hoje. Não sei dizer se estou melhor que antes, senão que nunca mais serei o mesmo. Experiências são marcas que não podem ser apagadas.