Onde Anda você
Prefira manusear uma víbora peçonhenta a tentar abrir os olhos de quem anda enamorando seus próprios pesadelos!
E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou morto de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
[...]
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
Onde anda você?
Nota: Trecho da música "Onde anda você"
Não importa o tecido, a grife ou o preço na etiqueta, quem é pobre de caráter anda sempre mal vestida.
PACIÊNCIA: uma virtude que anda meio esquecida
Outro dia estava num mercadinho, e uma senhorinha me antecedia à fila do caixa. Ela lutava com sua bolsa, tentando encontrar o dinheiro para pagar a pequena compra que fizera. Ciente da sua aparente demora em fazê-lo, comparada aos padrões apressados que estabelecemos, ela me perguntou: está com pressa?
Talvez ela já tenha se acostumado ao nosso ritmo louco; talvez nem concorde com ele, mas prefira não contestar.
Olhei rapidamente para ela, já que até então só observava sua dificuldade em fazer o pagamento. Senti-me fazendo um giro em torno do meu comportamento, até finalmente conseguir reunir duas palavras que surpreenderam até a mim: Não senhora.
Talvez tenha sido uma ousadia minha. Afinal, quem em sã consciência, nesses dias frenéticos que temos vivido, ousa dizer que não está com pressa?
Ela assentiu, conseguiu reunir seus trocados e se foi. Eu fiquei, refletindo comigo pelo restante da tarde. Passei a ouvir o Lenine cantando em meus pensamentos, como se uma verdade estivesse sendo aos poucos revelada:
“Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal eu finjo ter paciência”
Sei que não fingi minha paciência. Não nessa tarde. Mas vejo impaciências pouco disfarçadas o tempo todo. Quando os motores não querem desacelerar, nem para esperar quem precisa cruzar à nossa frente, e a buzina parece ter se tornado o meio de comunicação mais eficaz. Quando as horas do nosso relógio importam mais que as pessoas à nossa frente na fila; quando alguém quer ter uma conversa tranquila e não lembramos mais como é que se faz isso; quando nossos celulares ensandecidos, nos chamam o tempo todo.
Porque a gente só pensa na correria e só fala disso, de como o tempo tem passado rápido. Sem paciência pra sentar e fazer uma refeição direito, sem paciência pra esperar os passinhos de uma criança, ou pra esperar o pedido chegar à mesa da lanchonete.
Naquela tarde em que percebi que a paciência anda meio escondida entre nossas virtudes, entendi o recado que o cantor quis transmitir ao dizer que “a vida é tão rara.” E ela tem sofrido tanto, com essa nossa falta de paciência!
Nem sabemos mais como as outras pessoas têm passado, porque a nossa impaciência responde ao oi, tudo bem? lançando a mesma pergunta, ao mesmo tempo, e saímos sem de fato sabermos as respostas. Mas dificilmente teríamos parado pra escutar, caso tivéssemos ouvido um não ando muito bem.
Seria ótimo se criássemos mais oportunidades para dizer: Não senhora, não estou com pressa (mesmo que no fundo a estivéssemos sentindo). Porque precisamos ter coragem de resgatar esse elo perdido com as outras pessoas, que as faça sentir valorizados e importantes, mais importantes que a nossa correria do dia a dia.
Eu sei que “a vida não pára”, mas nós precisamos nos permitir de vez em quando. Respirar fundo e se recusar a expor essa pressa que ameaça sair pelos nossos poros. Aprender a esperar o tempo do outro sem precisar empurrar nossa pressa sobre ele. Porque “o mundo gira cada vez mais veloz”, mas nós podemos sim ditar outro ritmo, que seja nosso e mais respeitoso.
Isso é o que “a gente espera do mundo, e ele espera de nós”. Não queremos mais decepcioná-lo, nem nos inquietarmos tanto.
Saibamos ter “um pouco mais de paciência”. Isso sim é urgente e inadiável!
A vida ultimamente não anda fácil para muita gente,mas temos que confiar nos desígnios de Deus,pois nada foge aos olhos divinos e suas leis não falham,poderia ser pior,mas graças a Deus não é,continuemos fazendo a nossa parte,que logo mais, a vida vai voltar a florescer.
Ivânia D.Farias
O mundo anda tão estranho... ter um coração bom parece desvantagem.
Mas talvez um passo para trás seja, na verdade, um impulso assertivo.
A chave da felicidade pode estar em aceitar os erros e celebrar cada feito — cada conquista, por menor que pareça.
Procuro gente que anda de cabeça pra baixo, como eu. Alguém que entenda minha maneira de ver o mundo. Não estou errado e nem o mundo está errado. É só uma questão de perspectiva.(Walter Sasso)
"Se você anda sempre criticando as pessoas que estão ao seu redor, talvez você descubra o problema olhando para um espelho ".
Continua menina no teu caminho, anda, pula, grita de alegria. Seja infinda a tua energia, nos encante, espalha tua melodia e colore nossas vidas. Seja o que sempre quis, viva esse momento, seja vento, vá pra onde você possa mostrar o seu talento.
Seja tua humildade tua marca registrada, o teu sorriso a luz que dar vida aos nossos dias. Canta moça serena, solta tua voz, mostra seu dom, canta de peito aberto porque tu é feita de música em tuas veias pulsam todos os sons
[O coração] é o relógio da vida. Quem não o consulta, anda naturalmente fora do tempo.
Com certeza você está melhor agora ,do que minutos atrás.
A vida é um relógio que não anda pra trás.
A cada segundo muda sua história.
A cada instante como pessoa você melhora.
Mas a vida segue. O tempo cura. A fila anda. Todos esses clichês não existem à toa. Pense num amor do passado que certa vez amanheceu se despedindo sem motivo. Você achou que a sua vida amorosa se encerrava ali, mas ele também passou. Você conheceu mais uma centena de caras. Alguns pra uma noite, outros pra namorar, pra casar, pra desfilar, pra se embriagar. O que importa é que você pouco a pouco foi esvaziando o coração, liberando espaço para outros entrarem.Não amamos apenas uma pessoa durante a vida. A regra imposta aos nossos avós e pais perdeu a validade. Vivemos uma transição no modelo de relacionamento, que ainda não sei bem onde vai desaguar. Nem se vai se estabelecer algum outro padrão de união. Só nos resta aproveitar.Repare que aquele moço, que sempre te cumprimenta no corredor do trabalho, tem uma barbinha mal feita do jeito que você gosta. Aquele cara, que lê seu blog, é muito interessante pra ficar só na virtualidade. O segredo é olhar pros lados, em vez do passado. Descanse o coração. Deixe ele chorar sozinho, se for o caso. Seque a tristeza e arranje outro. Uma hora, o antigo amor fica tão distante que você não vai nem entender porque sofreu tanto.
Fazer a donzela e achar que o último cara é o único e grande amor da sua vida só vai te trancar em casa de sábado a noite. O próximo também pode ser. E o que vier depois dele. E o outro. E o outro. E o outro…
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
ondula, vagueia, oscila
e sobe em nuvens de fumo
e na minh’alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
de não sei quando nem como…
flor mortal, que dentro esconde
sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas…
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas…
Tristeza de outros espaços,
de outros céus, de outras esferas,
de outros límpidos abraços,
de outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
e acabam na Realidade,
através do mar tristonho
desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do Infinito!
Poeta não é gente, é bicho coisa
Que da jaula ou gaiola vadiou
E anda pelo mundo às cambalhotas,
Recordadas do circo do circo que inventou.
Estende no chão a capa que o destapa,
Faz do peito tambor, e rufa, salta,
É urso bailarino, mono sábio
Ave torta de bico e pernalta.
Ao fim toca a charanga do poema,
Caixa, fagote, notas arranhadas,
E porque bicho é bicho, lá fica,
A cantar às estrelas apagadas.
