Olho
Cada vez que olho atentamente para os tons que a vida me dá, mais força para procurar novas cores eu tenho.
Sou por ela
Olho só onde eu estou,
Olha onde ela me deixou.
Sou quem sou por ela sou,
Sou só dela aonde eu for.
Nos caminhos que me existem
Tantos quantos eu sigo agora,
São só eles
Pra buscar o teu amor...
Norte, sul, leste ou oeste...
Não importa a direção
Se eu encontrar teu coração...
Edney Valentim Araújo
1994...
Perdoe o jeito que eu te olho
Não existe nada que se compare a você
Seus olhos me deixam bobo
Não há palavras para descrever
Mas se você se sente como eu me sinto
Por favor, me deixe saber que isso é real
Você é boa demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Eu tenho a impressão
Eu tive a impressão
Sempre tenho quando olho alguém
Vem sempre antes da opinião
Não importa quando, onde e quem.
E o resultado que logo aparece
Depende da porosidade da razão
E do contato da tinta minuciosa
Conhecida na cor e no tom, como sensação
Tentei ser preciso nas palavras
Na compressão estava o ato de abstrair
Para o leitor deixo este poema como um papel
Pois a mente é a única impressora
Em que não há limites para imprimir.
QUEM SOU EU?
Eu olho e não consigo me ver,
eu vejo e não consigo me olhar,
porque o que sou não é o que mostro ser,
não é o que quero que os façam acreditar.
Eu digo o que me dizem,
sem querer entender,
o que resolvo divulgar, apenas pelo prazer
de poder impressionar.
Eu acredito no que me fazem acreditar,
mesmo sem duvidar,
pois o que importa questionar,
se o que eu quero apenas é participar?
Eu absorvo as verdades que chegam,
por meio da minha tela ocular,
pois ela é a janela do mundo,
que me faz enxergar.
Afinal, quem eu sou?
Sou o o homem digital do mundo moderno,
que se apresenta na formal idealizada,
formatada dentro uma realidade fragmentada,
onde nem mesmo eu sei quem sou.
A MONTANHA DA MORTE
Sentado no banco da praça, olho para cima e vejo uma linda montanha, tão alta que pode ser vista por “todos”.
Ela é linda, tem uma cachoeira de águas cristalina, e o contato da água com as pedras, formam nuvens, os raios do sol cortam as nuvens, formando um lindo arco-íris.
Como é linda a montanha, toda vez que a vejo sinto algo diferente, é como se lá décima alguém estivesse me olhando e querendo me dizer algo.
Todos os dias fico horas e horas contemplando sua beleza e imaginando, como seria bom se eu pudesse ir até o alto da montanha, todos iriam me olhar e eu seria como um rei.
Chega de sonhar, vou a busca de meu sonho, sou jovem, tenho a vida pela frente, e no livro está escrito que a felicidade está lá no alto.
Amanhã bem cedo vou partir em busca da minha felicidade, e se Deus me ajudar conseguirei chegar até o topo da montanha.
Através do jornal, consegui meu primeiro emprego, lá estou eu, trabalhando de office-boy, andando pra lá e pra cá, arquivando um monte de papeis, no final da tarde, faço horas extras, preciso chegar no alto da montanha.
O tempo vai passando, e a cada dia vou me aproximando mais do topo daquela linda montanha. Sinto que esta viagem me desgasta a cada dia, mas isso não importa, eu quero chegar até o alto daquela linda montanha e passo a passo vou chegar lá.
Mais alguns anos, me encontro sufocado por uma gravata, numa mesa de gerência com um sorriso forçado, que nem sei do que estou rindo, nem o porquê, acho que meu time ganhou o campeonato.
Estou no meio da montanha, a cachoeira faz muito barulho, a nuvem formada pela água que bate nas pedras, me impede de ver o topo da linda montanha.
Mais alguns passos e me vejo novamente sufocado por uma gravata, estou sentado numa linda e confortável poltrona, em cima da mesa uma placa muito bonita, escrito Diretor.
Do outro lado da mesa, uma moça chorando, e pedindo para que eu lhe dê um aumento de salário, parece ser uma faxineira, que dificilmente chegará ao topo da montanha.
- Não, esta é a resposta!
Já não vejo mais a cachoeira, estou bem próximo do alto da montanha e sinto saudades daquele banco da praça, de lá eu podia ver toda a montanha, a cachoeira, o arco-íris, no final da tarde, o sol se punha bem atrás dela, eu era feliz e não sabia.
Puxa, que saudade, mas agora não posso mais voltar, não ha caminho de volta, faltam poucos passos.
A mesa é grande, as cadeiras são de encostos altos e confortáveis, vários homens sentados nas cadeiras de luxo, todos sufocados pela gravata, eles são diretores, e eu já sou o Presidente, minha cadeira é maior e mais confortável, porem a gravata continua a me sufocar, parece que quanto mais, eu afrouxo, mais ela aperta, me sinto enforcado.
Aqui estou, no alto da montanha como uma estátua fria, como uma pedra, olhei para cima e não vi mais nada, olhei para os lados, ninguém estava sozinho, quando olhei para baixo, uma grande decepção, pessoas andando em círculos, muitos passando fome, outros roubando, outros matando, outros se protegendo com medo, e numa praça alguém me olhando e sorrindo.
Um urubu pousou do meu lado, tentei espantá-lo, mas ele insistia em ficar, acho que ele estava com fome, foi então que lembrei:
“Os urubus só pousam, onde tem carniça”
Já faz tempo que não sei o que é sorrir, aquela felicidade que o livro dizia, não existe, dediquei grande parte da minha “vida”, correndo atrás do nada, um vazio, quanto mais perto do topo da montanha, mais longe da felicidade, todos nós somos diferentes uns dos outros, cada um de nós deve seguir o seu caminho, para não morrer em vida, e sentir este vazio, que só quem chega ao topo da montanha pode sentir. Gostaria de poder voltar, descer cada degrau, voltar a ser feliz, poder ver novamente o arco-íris, e quem sabe voltar a vida.
Agora sentado no banco detrás de um grande carro, na frente um motorista, me levando de nenhum lugar, para lugar nenhum, em minhas mãos um jornal que diz que eu sou feliz.
Olho para o lado e vejo uma praça, feia e suja, uma lágrima sai dos meus olhos, quando vejo a faxineira sentada no banco da praça, olhando para cima e sorrindo.
A montanha é linda, faz parte do grande e maravilhoso cenário da vida, ela é de todos. E aqueles que hoje acham que são os donos da montanha, perderam o verdadeiro sentido da vida.
A verdadeira felicidade é ir e voltar até o topo da montanha, sem sair do banco da praça.
EM BRANCO ...
Olho-te devaneando, arranjando, e aí tento
No vácuo do teu vão, da palidez e alvura fria
A poesia que transvaze do meu pensamento
E, somente rabisco uma fisionomia tão vazia
Mas, insisto no carente, inteirar o anseio lento
Com feito, fantasia: - nessa sensação sombria
E assim, então, criar solenidade no momento
Para ver se abranda a minha solitária melodia
Em branco, a imaginação no papel em agonia
Escreve e apaga, retira e devolve, cria e recria
Que zombaria, e a desordem devora o escrito
Ó solidão, fala alto, deslustrando cada ensejo
Tudo revelado, nada mostrado, e pouco vejo
Neste curto desejo, só um versar mais aflito! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/02/2021, 11’42” – Triângulo Mineiro
Quem faz da visão o critério determinante do seu juízo, corre sério risco de iludir-se. Nossos olhos enxergam o que podem, mas acima de tudo, em tudo que vêem, vêem o que querem.
Onde você está?
Pois olho o vazio em que deixou-me
um espaço que não pode ser preenchido
aquilo que outrora era felicidade
agora é um mar de desilusão e magoas
que deixei afundar-me
Onde você está?
Que submerso neste mar angustiei-me
em uma tristeza já mais por mim provada
me pondo a prova,testando limites
Onde você esta?
Que em momentos de fraqueza
pensei em extinguir-me
dilacerando minha existência
Onde você está?
Que ao olhar atentamente
percebo que nunca me abandonaste
mas eu me abandonei
pois tu nunca deixaste de ser eu.
Quando eu olho pro céu, eu vejo uma tela em branco. E meu coração fica ansioso pelas possibilidades
Não há acordo entre a foca e o tubarão, ciclo de vida, cruel a olho nu, perfeito a comparar, beleza tem, basta a fundo matutar.
Olho-me no espelho e não sei mais o que os meus olhos querem dizer.
Estou prestes a explodir, mas não quero.
Estou além do meu limite e o que eu devo fazer? O que devo dizer?
Não posso explodir, não serei mais eu, ainda a um pouco da minha essência, mas se eu explodir o que faria? O que eu seria? Não seria eu!
Em câmera lenta
Olho na distância o tempo que se esvai...
Queria um mundo mais lento... pausado...
Queria que meu andar fosse um andar arrastado.
Mas corro.
Não posso me demorar.
As belezas ao meu redor nem consigo aproveitar.
Nasce o dia...
Nova correria...
Morre o dia.
O tempo que se foi numa total afobação.
Nesse grande afã... onde vamos parar?
Podemos parar?
Olho no espelho.
Vejo o reflexo do que um dia fui.
Meus olhos verdes estão amarelando...
Busco a essência dentro de mim.
Um grito perdido ecoa... ecoa...
O tempo voa.
Uma ânsia de ver em câmera lenta o tempo passar.
A fala do olhar
Olhos que sorriem
Olhos que provocam
Olhos que entregam
Olhos que devoram
Olhos que se perdem
Olhos que congelam
Olhos que amedrontam
Olhos que confessam
Olhos que disfarçam
Olhos que entendem
Olhos reluzentes
Quando é da alma...
Os olhos não mentem
Poema autoria de #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 12/11/2021 às 23:00 hrs
Manter créditos de autoria original
_ Andrea Domingues
"Quando olho o céu, a lua e
as estrelas eu penso:
é para lá que quero ir...
Sonhe.
Os sonhadores mudaram
o mundo."
O olho sensível de um fotógrafo, mostra, de forma excepcional; belezas incríveis, até então invisíveis, ao olho normal.
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