O Velho Poema
Não abandone um velho amigo, porque o novo não é como ele. Amigo novo é vinho novo: deixe que ele envelheça, e depois o beberá com prazer.
(Eclesiástico 9,10)
O mundo como o Enxergamos
Tem dias que me sinto um velho ancião, que já está aqui faz tanto tempo, que perdeu a noção do quanto. Olho o mundo e acho que está tudo errado, e que é tarde demais pra fazer alguma coisa. Penso que o amor morreu, que a esperança bateu asas e voou.
Em outros, acordo com a energia e os sonhos de um menino, acabando de chegar ao mundo, olho tudo e dizendo: "Que bagunça... Então mãos a obra".
E imediatamente começo a limpar, arrumar e tentar colocar tudo em seu lugar, sempre com um otimismo enorme de que tudo pode ser melhor, que as pessoas sempre são boas e que a amor sempre vence.
Tentei por muito tempo descobrir qual deles eu realmente sou. Até que um dia percebi que sou os dois, e que um prevalece ao outro conforme o sol ilumina a fresta da minha janela ao amanhecer.
O mundo é como o enxergamos e isso transforma nossa relação com ele.
Me chamam de Preto velho ou preta velha.
Não me importo, guardo dentro de mim um sabedoria muito grande. Trago na lembrança todos as dores porque passei nesta terra.
Tragona mais forte ainda a certeza que hoje quero ajudar meus irmãos que estão na terra independente da cor da pele.
Preto velho pela cor da pele, pela idade que acham que tenho.
Na verdade não importa, o que importa é vocês saberem que tenho muito conhecimento dos mistérios desse mundo e do de cá.
A quem me busca minha bênção, sempre ajudo os que de coração me buscam.
Lembro sempre somos todos irmãos. Preto velho hoje mas seu irmão sempre.
Talvez um dia se saibam
as verdades todas, puras.
Mas já serão coisas velhas,
muito do tempo passado...
Que me importa o que se diga.
o que se diga, e de quem? (...)
Direi quanto for preciso,
tudo quanto me inocente...
Que alma tenho? Tenho corpo!
E o medo agarrou me o peito...
E o medo me envolve e obriga....
O amor deve ser como sapato velho
O amor deve ser como o sapato velho e surrado que ajustou ao defeito dos pés. Se não ajustar é porque não é amor!
Élcio José Martins
Que vida tem o aposentado!
Senta na cadeira de balanço olhando pro céu parado,abaixa a cabeça olha para os lados,quase nunca tem alguém para dar um agrado.
Que vida tem o velho nem comprando amor é valorizado.
A Árvore Invisível
No meio da floresta, onde o verde se espalha em incontáveis tons de vida, há uma árvore morta. Seu tronco retorcido e seco ergue-se como um esqueleto, desprovido de folhas, de seiva, de movimento. Os pássaros não pousam em seus galhos; os insetos não a rodeiam; até o vento parece desviar-se dela, como se sua presença fosse um incômodo.
Ela já foi grande, já sustentou ninhos, já balançou sob o peso de frutos. Agora, é apenas um vulto silencioso, uma sombra esquecida no meio do esplendor alheio. Os olhos dos passantes deslizam sobre ela, sem fixar-se, sem reconhecer sua existência. Afinal, quem se importa com o que já não floresce?
Assim também é a velhice humana. Há um momento em que as folhas caem — a vitalidade, o vigor, a utilidade aparente — e, de repente, o mundo parece desviar o olhar. O idoso, outrora centro de histórias e sustento, torna-se uma figura quieta nos cantos da casa, nos bancos das praças, nos quartos de asilos. Suas rugas são como as rachaduras no tronco da árvore seca: marcas de tempestades sobrevividas, de anos que não foram gentis, mas que ninguém mais se dá ao trabalho de ler.
A floresta segue verde, impiedosamente bela. A vida dos outros segue, impiedosamente alegre. E a árvore morta permanece, invisível, até o dia em que o vento mais forte a derrubar, e então, talvez, alguém note sua ausência — mas não sua existência.
Assim como tantos velhos, que só são lembrados quando já se foram.
O velho que pensa
Um velho pensando
Pensando a velhice
O ser velho....
O velho na mente
A mente velha
O velho pensando
A certeza de ser velho
O velho que pensa
O coração cansado
Cansaço de ser velho
De viver pensando
O Velho pensante
Um ser incessante
Pensando a velhice
O prazer do ser ....... velho.
O Velho na vida
A vida no velho
A velhice constante
O direito de estar velho!
Vila Bela
Quem nasce aqui,
Pode se considerar um abençoado!
Quem aqui faz morada,
Pode se considerar um privilegiado!
E quem precisa partir,
Jamais se esquece de ti.
Ah, Vila Bela, rodeada de belezas naturais...
O amor que o teus filhos sentem,
Ninguém pode explicar,
Pois só quem nasce aqui,
Traz consigo, enraizado,
Esse sentimento de te amar.
Os teus filhos, sempre retornam!
Pois a saudade, ela é grande demais...
Alguns vêm e vão todos os anos,
Outros, sonham em virem para ficar.
Da igreja da praça, o sino soa,
Avisando a todos, que a missa vai começar!
Enquanto nossa Senhora nos abençoa,
São Sebastião nos reúnem,
É assim, todo mês de janeiro...
Janeiro é tempo de cheia:
De água,
De gente,
E de alegria...
É tempo de casa barulhenta,
Sinal, de família reunida.
De dia, a reunião acontece nas tuas lindas praias... ou sob alguma sombra nos quintais,
Onde se bota a conversa em dia,
Lembrando de tantos outros festivais.
À noite, a festa é na sede São Sabá,
Que ninguém perde por nada!
Pois todo ano, há sempre uma novidade...
Na festa mais aguardada,
Da vila mais bela,
Dentre todas as comunidades!
Era uma vez um velho e seu nariz
que sempre advertia: “Se você me diz
que o meu nariz é comprido,
é porque vive iludido!”,
O velho orgulhoso com seu nariz.
Se for pra desistir, que seja de tudo que deu errado, te puxou para baixo e seu velho eu.
Persista em fortalecer o que deu certo, construir novos amanhãs, reinvenção e repaginação da sua melhor versão!
Insta: @elidajeronimo
Frio
Como tudo que é novo e depois fica velho,
Eu me tornei velho, quando ainda era novo, e de novo
Me sinto velho como antes me sentia novo...
#Dizem #que #burro #velho #prefere #capim #fresco...
Esse é o meu dilema...
Prefiro tudo mais arcaico...
Museu...Teatro...
A coroa do que o cetro...
As rugas com histórias...
O cabelo branco...
Barriguinha é um luxo...
Topete acho feio...
Prefiro aprender...
Não recuso ensinar...
Mas acho muito mais bonito...
Quem tem história para contar...
Um rosto marcado me fascina...
Também tem seu brilho...
Dele não me esquivo...
Lânguido me entrego...
Da carne firme passo batido...
Nela não escorrego...
Acho tão tola essa juventude...
Pouca paciência tenho...
Tudo tão repetitivo...
Enfadonha...
Pode ser que algum dia...
Espero que demore bem...
Deixe de gostar da sombra e da água fresca...
Que só a maturidade tem...
Sandro Paschoal Nogueira
— em Pizzaria Romanella.
#Qual #desejo #que #vale #o #ensejo...
De um tempo sonhado...
Da esperança que pouco alcança...
De um adulto ainda criança ?
Quantos anos foi de vida...
Horas, dias, décadas breve...
Sonhas ainda ou já sonhou?
Ilusão que me mantinha...
Sou mais velho do que sou...
Ponho em mim todos os choros...
E sorrisos em meu bojo...
Hoje no tempo...
Não faço anos...
Soma-se dias...
Em outrora perdido...
Lágrimas vertidas...
Noites mal dormidas...
Dia transcorrido...
Aconteça o que acontecer...
O tempo e as horas sempre chegam ao fim...
Guardo dentro de mim...
Bem lá no fundo...
A certeza da incerteza...
Tal qual flor a renascer...
Quando sopra o vento...
E a chuva desaba...
A luz, em fração de pensamento...
Segue para a eternidade...
Tu és... também sou...
Sandro Paschoal Nogueira
Está chegando o Dia dos Pais... E quantos pais existem nessas condições...
Como é triste saber disso...Que sirva para despertar a consciência de quem assim age...
Osculos e amplexos
Faffi e Marcial
Dueto publicado pela primeira vez em 2005, mas enquanto tal fato estiver acontcendo,
será preciso este chamado à consciência da alguns inconscientes...
PAI VELHO
faffi
Pai, você amou..amou..amou..
Da semente que plantou
nasceu seu filho,
com dificuldade você o criou
deu tudo que pode.
Trabalhou.. trabalhou...
para que nada faltasse
àquele menino que você tanto amou...
Ganhou rugas pai,
cabelos brancos...
Até de bengalas você andou!
Agora pai, filho criado
você bem que podia ficar descansado...
Mas aquele menino
que você tanto amou..
cansou de você,
em um asilo
ele lhe colocou...
Não chore meu bom velhinho
quem sabe domingo
seu filho se lembre
que é dia dos pais
e uma breve visita
ele te faz.
RESPOSTA DO VELHO PAI
Marcial Salaverry
Não choro mais,
nem disso sou capaz...
Tanta ingratidão,
acabou com meu coração.
Por ele tudo fiz,
mas fiz porque quis...
Dei-lhe todo meu amor,
de meus braços o calor.
Dei-lhe vida,
como tem que ser vivida.
Mas... tudo tem um fim...
Ele me abandonou, enfim,
quando nada mais tinha a lhe dar...
Não soube nessa hora me amar...
E aqui me abandonou...
Ainda vivo, me matou...
Não virá me ver,
só espera me ver morrer,
para o que eu deixar receber...
Doi a ingratidão...
Por que não para de vez meu coração?
Só queria mais um abraço,
sentir o carinho de um abraço...
Marcial Salaverry
Fica aqui minha homenagem
aqueles pais velhinhos que hoje estão sozinhos
em uma casa de repouso ( asilo )
Faffi.
O poema resposta, foi algo que ouvi em uma visita a um asilo... de um pai abandonado...
É triste... mas real...
Pelo menos no Dia dos Pais, um abraço, pelo menos...
Marcial
O céu dos peixes
Há dois lados neste planeta em que vivemos: o que está acima e embaixo do mar. O vivos que respiram pelo ar e os que respiram pela água. Mundos opostos, muito distantes, mas encostados um no outro. O que está abaixo do mar é tão desconhecido para nós quanto somos para os peixes na água. Assim é a superfície da Terra.
Para os peixes, somos deuses. Vivemos no inalcançável, pescamos impiedosamente, damos-lhes nomes, espécies, classes, cores e idade para morrer. Coisa que não importa nem pra eles. Calculamos a utilidade e o perigo que oferecem. Sabemos quais valem mais e menos.
Para os peixes, somos a Morte. Passeamos pela superfície das águas escolhendo quem vai e quem fica. Para eles, o deslizar da poupa na água é curioso e aterrorizante. É incompreensível. Quase tão longe de se alcançar e entender quanto os próprios trovões soando no céu.
Se somos a Morte para os peixes, o que será a nossa?
Como diz a música:
Já não sou mais veloz...
Como os heróis...
E, há muito tempo, parei de beber...
Água da fonte para não envelhecer...
Hoje sou mais como um sapato velho...
Mas, se você quiser e me calçar...
Ainda posso aquecer o frio dos seus pés...
E, atualmente, quando te vejo, tenha certeza...
Ainda enxergo aquela mesma menina-princesa!
Pedro Marcos
Velhice
Sabemos que estamos velhos quando frequentamos mais vezes o hospital.
Quando ter uma tabela de medir a pressão em casa é normal.
Quando trabalhar se torna um tédio.
Quando rir é o melhor remédio.
Quando trocamos as aventuras pelo descanso.
Quando nosso papo se torna mais manso.
Quando não precisamos ser cobrados por carinho.
Quando odiamos estar sozinhos.
Quando nossos netos já atingem a maturidade.
Quando estar de bem com a vida é prioridade.
Quando as verdadeiras amizades permanecem.
Quando os amores não padecem.
Quando a nostalgia se torna rotina.
Quando nosso sono tem sabor de cafeína.
Quando as horas vagas se tornam mais que especiais.
Quando momentos com a família são imortais.
Quando superamos todos os erros.
Quando guardamos todos os segredos.
Quando não temos tempo pra sofrer.
Quando temos poucos dias pra viver.
Muitos envelhecem, mas deste montante; nem todos amadurecem.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
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