O Poeta e a poesia
Olha este pensa que me está a enganar,
ão tentar dizer que não sei improvisar.
Moço acorda para a vida
e para de viver nessa ilusão,
como é que podes falar tanta treta
se tu nunca na vida tiveste razão.
Vive o momento não vale a pena pensar em vinganças
ajuda mais os teus e acaba com essas desconfianças,
Para quê tanta maldade e tanto rancor
do que vale esta vida se não tens amor.
Agora para acabar tu fica ligado na missão,
cag* para os erros e vê a nossa evolução.
Diretamente das ruas Porto
anda curtir o nosso o som,
isto é rap interventivo
sente o poder da criação.
Eu sei que não sou perfeito,
mas também não finjo ser que não sou,
posso te dizer que sou verdadeiro,
porque foi o bairro que me criou.
E é com esta rima que me expresso,
muita saúde e muito sucesso.
E agora para acabar desejo aos meus manos e ao meu povo,
a todos um bom ano novo.
Caga nos contos e ditos,
e manda fode* esses otarios.
acredita meu irmão vence sem medo,
para poderes evoluir desde muito cedo.
correr por todos os lados
na vida interminável
com sonhos e frustrações.
o que perder, o que ganhar?
às vezes nada faz sentido...
entra no poema
que no caminho
te explico.
segue aquele poeta
aquela vida
siga em frente
não pare!
na próxima esquina
o futuro.
teu olhar
que cativa
é maravilhoso
expressando sentimento
declamando poesias
como cintilar
de uma estrela
encantando o céu
da minha alma.
o pânico dentro de mim
o medo do fim
não chegar em lugar nenhum
sem jejum
deixo a dor dominar
sem ninguém para amar
dizem que a vida é bela
não sei se essa ou aquela
não sei para onde ir
já pensei em fugir
e só fiquei
porque te encontrei.
o coração bate forte
quando contemplo tua face
fico encantado
sem reação
você me deixa sem palavras.
você e a poesia mais bela
que eu queria declamar.
chegar no topo
a caminhada longa
o dia atual
olhar e não ver nada
a desistência
a resistência
na força a potência
rasgando o verso
para chegar no alto
sem cair no desatino
do tempo.
na hora do verso
falta a palavra,
eu procuro entre as estrelas
no fundo do mar
e não encontro,
uma voz grita ao longe:
amor! amor! amor!
qualquer coisa
sem produtividade
inapto na escrita
dia indeterminado
sem coragem
a fala no papel
o grito retido
mãos atadas
sem liberdade
tem greve em algum lugar
e eu aqui
preocupado em escrever poesia.
não sinto vontade
de fazer nada nesse dia.
travo uma briga comigo mesmo
uma parte que ir
enquanto a outra quer ficar
e ver o tempo
abraçar o horizonte.
tarde sonolenta
o corpo frio
a busca do amor
a palavra que não cabe
um clarão no céu
teu sorriso
e todos os meus desejos
numa felicidade que parece infinita.
riscando a vida
como o palito de fósforo
na guilhotina.
fugir das preocupações
tentando dormir
para esquecer os problemas!
no braço a força
o coração
o amor
a vida que surge
num piscar de olhos
e se esfarela
com o sono
da eternidade.
escrever
até a tinta acabar
até não existir nenhuma palavra
para rimar.
sem temer
descrever
a vida e o amor
a morte e a dor!
