O Poema eu sei que Vou te Amar Inteiro
Deixe as folhas secarem
Os anos passarem
Mas que eu não
Pare de olhar para o azul
Deixe as luzes da cidade
Se apagarem
Mas que eu seja
lamparina acesa aqui
Mesmo que eu chore
quando o sol sorrir
Mesmo que finja rir
Quando as nuvens
choram por mim
Mesmo que as estrelas
troquem de lugar
Que tua presença em mim
sempre possa brilhar
Cada um faz o quê quer,
eu prefiro deixar os frutos
da Erva-Moura para a passarada,
E estar agradecida por
estar cercada de tudo aquilo
que mantém firme a caminhada,
O quê alimenta a vista sem
dúvida alimenta a alma,
O importante é sempre buscar
manter a atenção encantada.
Poço
Quando preparo o Chimarrão
com o Mate eu faço o Poço,
Quem conhece a vida
sabe que mais cedo ou mais
tarde para tudo tem troco,
Por isso não me permito
me render ao desgosto.
O Quindim até parece
contigo e a História
dele eu conheço,
Você é tão doce
que posso também
de meu dengo,
Quanto mais te vejo
mais te desejo.
Eu sou brasileira
o chá que bebo é
o chá dos povos,
o chá do pajé,
o chá do quilombola,
o chá da imigração,
o chá da rezadeira
benzido de coração.
Um Mate bem fresquinho
para fazer um
Chimarrão Escavado
faz com que eu
reflita o seguinte
que todo aquele
que se apresenta
com a cabeça no passado
não vale o tempo esforço
para se tornar o meu amado.
Pode cair o mundo,
a minha cabeça
jamais eu mudo,
A minha Cuia é
amor absoluto
que sempre
tem que ser feita
com Porongo,
Pode vir com ouro
que eu recuso,
A Cuia de Porongo
é o meu verdadeiro luxo.
Se eu desaparecer
a minha poesia
continuará existindo,
Se a minha poesia
desaparecer eu
continuarei prosseguindo,
Não comecei a escrever
poesia do dia para noite,
Nasci e me criei poetisa
da minha própria vida
e não para nenhum outro
destino que não venha
espontâneo a meu encontro.
O teu olhar açucarado
é um convite,
O mel do teu beijo
eu aprecio sem limite,
O teu braço enlaçado
no meu corpo
me levando pelo salão
nós dois bailando
o Rasqueado Cuiabano
e cantando juntos o refrão.
Quando as correntes
do oceano carregam
as intenções eu sou
como os afetos nas areias
dando vida novamente
para outros poemas.
Você vai guiando
a Tapuiada,
Você é o meu amado
e eu a sua amada,
A luta só está
presente na dança,
Eu e você somos
uma indiscutível festança.
Eu olho para o futuro
de cima carregando
o amor mais puro
deste mundo
para não pisar
na cobra do destino.
Peço que me leve
para que eu possa
ver a Ararinha-azul
solta na Caatinga
e onde eu de fato
possa ser infinita.
Chocolate com Pequi
para trazer você aqui,
Pode ter certeza que
cedo ou tarde
direi que eu consegui.
Flores de Paubrasilias
se misturam nesta noite
com as sutis estrelas,
E eu te envio mesmo
que você não leia: poemas.
Brasileto poético florescido
no Médio Vale do Itajaí
aqui na cidade de Rodeio,
E eu que não consigo
tirar você do meu pensamento,
Te querer a todo momento
se tornou parte da rotina
de fé, inspiração e poesia.
É noite e você tarde
demais resolveu
notar que eu existo,
Por isso prefiro
contar as flores
do Pau-rosado
sem limite até
o revelar da noite
parar conversar
com as estrelas
em busca de um
amor que me faça
acreditar que existe
e me faça te olvidar.
