O Mundo me Espera
Se o mundo respirar tão vivo quanto eu, tudo estará perfeito.
Não quero a dor nem a sombra que caia sobre o outro.
Mas se a tempestade apagar o melhor que existe nele, ergueremos — pedra por pedra até chegar a um novo horizonte feliz.
Por onde andará você — mulher, rainha do meu desejo?
Onde vagueia neste mundo.Envie um sinal,
um sopro de vida que permita ao universo conspirar a nosso favor.
Onde subirem as fábricas da fumaça, lá estará o fogo,
a chama viva que não se apaga esperando o amor regressar.
Poesia Juvencio
Nesses fins de léguas,
Donde o mundo se esconde
E até o ontente se esquece do hoje,
Por tanto silêncio,
O velho Juvêncio
Revira o mate,
Sentado no catre,
Buscando lonjuras
Que a vida apartou,
Bem infurquilhado
Do rito sagrado
Que vem do passado,
Por essas estâncias onde se criou.
Não teve herança,
Tão pouco tropilha,
Lhe toca um tostado,
Já bem sugeitado
Que ele domou,
E sonha, por vezes,
Se fosse patrão,
Umas léguas de campo,
Luz de perilampo
Alumiando o chão.
Encilha a preceito
Recruta de gado
De papel passado;
Campo alambrado,
Rancho e galpão
São cosas de vida
Escrito por Deus.
Juvêncio campeia,
Cuidando dos campos
Que nunca foram seus,
E às vezes pensando,
Segura o chapéu:
Se depois da morte
Terá melhor sorte
Um campo no céu,
Porque a igualdade
Não lhe amadrinhou,
Deixando pros outros
Teopilhas e potros
Que tanto sonhou.
São tantos Juvênios
Por essas estâncias,
São tantos Juvênios
Por essas estâncias,
São tantos Juvênios…
Renato Jaguarão.
Ecos de um mundo fragmentado
Tantas rotas, ruas e avenidas,
tanto caminho, tanta trilha a seguir.
O mundo se abre como um campo imenso,
um jardim fértil, mas também espinhoso.
E enquanto o sol insiste em nascer para todos,
cada um prefere caminhar na sombra oposta,
erguendo muros onde poderiam florescer pontes,
rasgando a terra que antes nos nutria.
A sociedade se divide como o tronco partido,
galhos que não mais reconhecem a mesma raiz.
A seiva que deveria circular em união
escorre, perdida, em direções contrárias.
Somos folhas levadas pelo vento do poder,
presas em redemoinhos que não escolhemos,
presas ao solo que comprime nossas raízes,
sem perceber que também somos parte da floresta.
E entre pedras, rios e desertos,
a vida sussurra que tudo é movimento.
Mas nós, reféns de ilusões e correntes invisíveis,
esquecemos que até as águas, ao se dividir,
sempre retornam ao mesmo mar.
O mundo é dos mais espertos, assim eu ouvi, mas prefiro dizer que o mundo é dos que mais amam. Foi assim que Jesus venceu o mundo e o tomou pra ele.
No mundo, o maior é o que tem poder, posição ou riqueza.
Mas no Reino de Cristo, o maior é o que ama.
Jesus nos ensinou que amor é a verdadeira medida da grandeza.
A aprovação social compra-se com obediência,
mas não a Deus e sim ao mundo.
A multidão celebra o efémero,
ergue bandeiras de vento
e chama liberdade ao que é prisão.
A inteligência, porém, nasce na distância,
na escuta do silêncio eterno.
Mas poucos se afastam,
poucos desejam ver além da névoa.
Humanidade perdida,
que troca a verdade pela ilusão,
que abandona a fonte viva
para beber em poços secos.
Não nos cabe condenar,
pois o juízo é do Senhor.
Cabe-nos amar e anunciar,
erguer a voz que lembra:
há um caminho estreito,
há uma luz que não se apaga,
há uma verdade que não muda.
E ainda que o mundo se perca,
Deus permanece.
Pq as pessoas mais fiéis e mais leais q tudo no mundo são destinadas a ficar sozinhas?
Talvez pq o mundo inteiro esteja na ilusão de viver na mentira e infidelidade consigo mesmo.
O mundo está tão cego que anda guiado por uma bengala. Há também aqueles que, mesmo enxergando, continuam guiados por ela — vítimas de um mundo engessado.
Num mundo polarizado e banalizado, resta o saudosismo: tempos em que cantar e dançar 'Só Love', de Claudinho & Buchecha, fazia a vida parecer mais leve, lúdica e melhor.
A perfeita cor
No rosto negro,
há um sol que não se apaga,
mesmo quando o mundo fecha as janelas.
A pele, essa página escura,
guarda segredos que os brancos não leem,
e brilha como se fosse silêncio.
Não é cor apenas.
É dignidade em estado visível…
Livro: Negros - 2025
"Neste mundo cada vez mais acelerado, os relacionamentos se tornam efêmeros como roupas trocadas sem pensar, amizades se limitam à superfície apesar da profundidade de cada ser, e a instabilidade junto à valorização extrema da individualidade nos isola, tornando-nos a geração mais solitária que já existiu."
A cruz não foi apenas um instrumento de morte, mas o lugar de máxima humilhação. No mundo romano, morrer crucificado era ser colocado como um espetáculo de vergonha, despido, exposto, rejeitado e amaldiçoado diante da sociedade. A crucificação não buscava apenas tirar a vida, mas também destruir a honra da pessoa.
