O Mundo Inteiro Nao Vale o meu Lar

Comparando no seu conjunto homem e mulher pode dizer-se: a mulher não teria engenho para se enfeitar se não tivesse o instinto do papel «secundário» que desempenha.

Sendo assim, as revoluções não concernem a pequenas questões, mas nascem de pequenas questões e põem em jogo grandes questões.

O destino não vem do exterior para o homem, ele emerge do próprio homem.

Devemos corar por havermos cometido uma falta, e não por a reparar.

Não há penitência melhor do que aquela que Deus coloca em nosso caminho todos os dias.

Não somos amados por sermos bons. Somos bons porque somos amados.

Não ir ao teatro é como fazer a toilette sem espelho.

Um título universitário não te encurta as orelhas: só as esconde.

Liderança é ação, e não posição.

Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

A vida é ou uma aventura audaciosa ou não é nada. A segurança é geralmente uma superstição. Ela não existe na natureza.

Para aplicar a pena de morte, a sociedade deveria ostentar a autoridade moral de não ter contribuído em nada para fabricar esse criminoso.

Se queres ofender um adversário, elogia-o em voz alta pelas qualidades que ele não possui.

Ser humilde não significa de modo algum procurar humilhações.

Não devemos avisar as pessoas do perigo que correm, salvo depois de ele ter passado.

Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.

Entre as penas humanas, a mais dolorosa é a de prever muitas coisas e não poder fazer nada.

Se eu não tenho sobre mim próprio o direito de matar, quem o concedeu à sociedade?

As pessoas não serão capazes de olhar para a posteridade se não tiverem em consideração a experiência dos seus antepassados.

O indivíduo, na sua angústia de não ser culpado mas de passar por sê-lo, torna-se culpado.