O Homem Errado Luis Fermando Verissimo
Madrugadas Verdes
Eram tempos ocultos,
Protegidos em codinomes
davam a noite um perfume exclusivo,
Cheiros sempre alusivos
momentos de se ler em livros.
Amigos, mulheres e homens.
Era um mundo de paz escondida,
de aluno virar professor,
de ruas desertas e gritos descompromissados,
de sonhos acordados,
de soldados alienados,
de desejos enfileirados,
de madrugadas verdes e silenciadas,
de serenatas até onde a voz alcançava,
de vilões com seus violões
De militares chegando feito assombração.
Um tempo em que se ria sem emoção.
Sonhando com um pouso leve,
Percebe que seus pés nunca saíram do chão.
Inquieta é somente sua alma,
Que quer sobrevoar o mundo
Levitando sua fértil criação.
Nos ares a liberdade pra recriar num segundo
Um poema feito balão,
Pois o poeta fica imóvel,
Decola somente sua imaginação.
No meio da noite a vida se ativa.
Nos dedos perfume de rosas.
Agora repousam no vaso cristalino.
Ao menos assim imagino.
Aproxima-se delas para cheirá-las,
odor nostálgico dali exala
eu sinto, eu toco, inspiro,
invisível como o ar que respiro.
Seguir é aceitar as lembranças do que vivemos
E caminhar em busca de novas histórias
para lembranças futuras.
Mantenha tua mão elevada.
como quem quer tocar o céu.
Olhe, há frutas secas na salada.
Peça chuva
a nuvem é alcançável.
Dobre-se.
De joelhos a prece se afirma
orgulho naufraga
a gravata beira o chão.
Abaixe teu nariz
debaixo é que vem a água do chafariz.
Quem se aproxima de Deus
caminha pra ser feliz.
Canivete corta a corda
Na ponta da palha em breve brasa
A fumaça sobe sem rumo
Distorcendo a prosa rasa
Pois o ar não respeita o prumo
Como tudo na vida
Em fumaça, foi-se o fumo.
Não represe o rio da tua vida
Deixa em livre curso
O destino final não importa
Para águas que correm felizes.
Invisível menino pobre de rua
Cujo futuro nem a Deus entrega
Sutil como as fases trocadas da lua.
Nu de carinho como as pedras da calçada crua.
Sem paz nunca sossega
Sem amor a sua vida enfraquece
Com fome a ninguém se apega
Ainda assim pede aos céus em prece.
Minha poesia é nada do que sou,
é noite desgostosa de bebedeiras
é escrita em lugares que não vou
é delírio inocente antes da saideira.
Minha poesia mergulha no seco
ardente como pés no chão quente
sombreada com a ausência sentida
é vazio que ainda assim me dá vida.
Minha poesia intimista é chata,
penso que poucos a admiram,
minha inspiração pode ser ingrata,
mas ainda assim é por ela que respiro.
Cleptonação
Tantos anos se passaram
Desde a colonização
Alguns massacres acabaram
Outros ainda não
Construímos um gigante
Sem estruturação
Vamos sempre em diante
Rumo à engabelação
Nos julgamos semideuses
No esporte e carnaval
Assim como os portugueses
Na conquista ancestral
Vivemos numa cleptonação
Vestida de ouropéis
Uma esculhambação
Regida por infiéis
Havemos de acordar
Com ânsia de crescer
Sem cultura de roubar
Vivendo novo alvorecer
Nesse dia iremos comemorar
Sem o uso da tradição
Não vamos mais despojar
As posses do nosso irmão
Alma de minha alma.............................
Que deságua na brisa do mar...............
Mas que de frias correntezas desalma..
Alma que encanta quando floresce.......
De perfume indescritível......................
E odores negligentemente furtados.......
São Inconscientemente degustados.....
Alma que compadece em lamentos.......
E és perdida em lágrimas e momentos..
Alma que chora, mas sorri....................
Pois vive ti de momentos roubados.......
De olhares conspirados........................
Mas és tu digna de alma......................
Pois é verdadeira sinceridade...............
Só triste de reciprocidade....................
Mas não carente de ti.........................
Pois de ti transborda alma...................
E transpira esperança.........................
Aquela esperança branda....................
Esperança esperada...........................
Esperança almejada...........................
De passos curtos e tímidos.................
Mas de pureza e impeto......................
Alma de minha alma...........................
Segue teu caminho............................
Não procure seu ninho........................
Seja apenas assim! Sozinho...............
Mas com carinho de ti........................
Deixe tudo que é relento.....................
E se jogue ao vento...........................
E assim deságua e desalma em mim..
Só em mim......................................
Solidão e medo
Olhei a torre em meio à neve,
Eu estava só na cena.
O mar silenciado pelo gelo.
Europa fria a me doer,
Meu mundo congelado...
Amedrontado,
Tudo em volta tão triste,
Nada de banho de chuva,
Nada de ciúmes da tua roupa,
Nada de arrancar suspiros como na canção.
Só... Solidão e medo.
Lembranças...
Dos beijos
Do perfume,
Dos teus chiliques,
Das noites chiques.
Fondue, vinho, passeios...
Eu e você.
Excitante barulho do chuveiro,
Do show animado, deslizes gelados,
Sorrisos fotografados,
Carícias e olhos molhados.
Tempos de amor, tempos de ser amado,
Tempos pelo próprio tempo sepultado.
Laço
Um laço no buquê de rosas
Entrego pra que possas desatar
Puxando certo vira amor
Puxando errado vai enozar.
E o laço quando ata
Ninguém mais desfaz o nó
Morrem as flores sufocadas
E as pétalas viram pó.
Neste caso as demais rosas
Choram meio desesperadas
Do jardineiro elas fogem
Para não morrerem amarradas.
"A vida tem muitos desafios e desapontamentos. Vivemos num mundo competitivo e difícil. Nos sentimentos tão só que às vezes queremos que o mundo pare; Infelizmente muitos se entregam à bebida, drogas, ao jogo, a relacionamentos extraconjugal e ao suicídio. Mas estes vícios (ou pecados) somente aumentam os problemas."
Ciclo
Nasci com a alma distraída...
Inocente.
Cresci me concentrando um pouco a cada dia
Mostrei-me já adulto
Num espelho distraído.
Hoje ele me mostra envelhecido
Como a lembrar-me que eu já
Vivi o que podia ter vivido.
Relaxo novamente,
É natural...
Não se fica pra semente.
NA BALADA CHEGO CEDO
Na balada eu chego cedo
Na balada eu chego cedo
Depois da meia noite
Já tou bebo já tou bebo
Fazendo desmantelo
Depois da meia noite As mulher vira sereia
Depois que tou bebo Não tem mulher feia
Não tem mulher feia Tudo vira seria
No começo da balada to escolhendo
No final eu to bebendo
E pegando a primeira vier
Eu quero é mulher
Vem dançando de ré Vem dançando de ré Vem dançando de ré
Na balada eu chego cedo
Na balada eu chego cedo
Depois da meia noite
Já tou bebo já tou bebo
Fazendo desmantelo
Poeta Antonio Luís
JOGO LIMPO
Quem sou eu pra lhe poudar dos seus sonhos
Fique a vontade pra fazer o que achar melhor
Em todo caso eu lhe acompanho
Caso não queira pode ficar só
Eu sou apaixonado mais também compreendo
Que o amor pra ser bonito
Tem que haver jogo limpo
Entra duas pessoas
E eu fiquei pra trás
Quando não cuidei bem mais de você
Nos braços de outro você encontrou prazer
Você está livre,livre pra voar
Eu vou ficar aqui,mesmo querendo te amar
Se você não me ama,o melhor é separar
Poeta Antonio Luís
APRENDA COM O AMOR
Fugia toda vez que me via
Dizia pros amigos que não gostava de mim
E eu sofrendo quase morrendo
Com os nãos que recebia de você
O tempo passou a vida me ensinou
Hoje você não faz parte do meu viver
Já tenho alguém melhor que você
Aprenda valorize quem te quer
Porque amanhã sua beleza cai o dinheiro acabar
Somente o amor permanece
O amor sobe e desse o amor faz e acontece no sangue quente
E quando amanhece o amor é amor pra sempre
Você dançou vacilou me perdeu
Ouvi falar que você chorou
Dizendo que eu poderia ser seu
Eu to feliz sem você
Der meia volta no meu coração não tem mais lugar pra você
Aprenda valorize quem te quer
Porque amanhã sua beleza cai o dinheiro acabar
Somente o amor permanece
O amor sobe e desse o amor faz e acontece no sangue quente
E quando amanhece o amor é amor pra sempre
Poeta Antonio Luís
28/06/2015
