O Homem Errado Luis Fermando Verissimo
Verdade
Sem verdades todo poema é triste,
O passar dos dias condena,
Nenhum poeta consciente resiste
Não é ator pra representar na cena.
Por isso a verdade foi decretada
Ninguém pode ficar indiferente,
Um só bloco de pessoas animadas
Contagiando toda a gente.
Pipocas, sorvetes, chocolates,
Pincéis na tinta formando aquarelas,
Poemas coloridos em verdadeiras artes
Belezas reais em todas as janelas.
Crianças transbordando pureza
Um só sorriso, uma só cidade,
Cenários humanos de profunda beleza
Verdadeiros poemas de solidariedade.
A poesia, no meu caso, é o gênero literário mais egoísta, pois serve a mim em detrimento do meu leitor.
O dia tinha olhos de nunca mais
e nuances de caminhos escuros.
Ângulos desconhecidos
de um túnel sem fim.
contudo não dá pra fraquejar
nem fechar as portas do entendimento,
muito menos correr angustiado e vazio,
pois não se pode represar, na vida
o próprio rio.
Cronologia
Ainda carregas sonhos não vividos,
Já sem graça depois de tanto passado.
Profecias tão sérias que acreditavas
Agora desconsidera para não se ferir.
A rua da vida se tornou larga,
Lembrando dos sinais que passou no vermelho.
Uma foto irreconhecível,
Com pose de quem jurava que tornaria o mundo livre.
Quantas condenações que aos outros queria impor
Hoje silencia para se proteger.
Quantas palavras que pronunciavas
Entusiasmado já nem quer ouvir.
Quantas afirmações de eternidade
Que precoce se foram.
Quanta vida dita infinita
já findou.
Quantos rostos desejou beijar,
Tão poucos beijou.
Sorvetes e sorrisos no parque,
Só eram deliciosos por ter
uma mão segurando na sua.
Hoje os poemas de amor sem nenhuma arte
Estão em algum caderno esquecido no mundo.
Ninguém mais te reconhece.
Ficou no caminho a beleza que tinhas.
Pessoas que amavas desapareceram.
Divagas pensando e nem lembra mais,
Que valeu a pena,
Mesmo tendo ficado pra trás.
A ilha se movia
Alcança-la eu queria,
mas o navio se moveu
e minha fantasia desapareceu.
Afoguei-me no cais
Alto mar nunca mais.
Se não vejo
Não aprecio, não torno real.
Se não vejo,
Fujo do verso,
Escondo-me.
Assim não vou ser lembrado,
Nem vou lembrar.
Se na vi, não vivi.
Portanto não existiu.
Só há vida no que se vê
Ainda que não se enxergue.
A janela mostrava-me o mar.
E eu sentia a maresia,
Voar eu queria
Só arrisca quem sabe nadar.
Não nado,
Não tudo.
Neste meu minúsculo mundo,
A grandeza do oceano
É onde mergulho alguns planos,
Pra nada, nem pra nadar me serve o mar.
Se saíres de mim onde passarás a noite?
Não se dorme em águas estranhas.
Mantenha a mala cheia de poeira
Deixe os perfumes na penteadeira
Desfrute a espuma densa na banheira,
Coloque o pé na agua morninha.
Acomode-se ao meu lado,
Lá fora só o vento escuro
Zunindo nas costas do muro.
Ao fundo o mar e sua selvagem maresia
Ouça a canção escolhida,
Sirva o champanhe da nostalgia
Alegre-se até clarear o dia.
Madrugada
Passou pela meia noite,
duas meias noites
que semeias,
meias luas
luas e meias.
Pensamentos
fazem zunir as orelhas em
noites de contar ovelhas.
Enquanto o sereno
repousa sua leveza nas telhas.
Partida
Preciso ir. Já escureceu.
Papai deve estar preocupado e
Mamãe angustiada.
Agora que tudo se inverteu
Tem noites que acordado
Sinto que a vida e danada
Sem eles, quem não dorme sou eu.
Alguém sempre fica na estação e ao descer leva um verso nosso. Assim a poesia chamada vida vai perdendo a rima.
Pero no hablemos de hechos. Ya a nadie le importan los hechos. Son meros
puntos de partida para la invención y el razonamiento. En las escuelas nos enseñan la duda y el arte del olvido. Ante todo el olvido de lo personal y local. Vivimos en el tiempo, que es sucesivo, pero tratamos de vivir sub specie aeternitatis. Del pasado nos quedan algunos nombres, que el lenguaje tiende a olvidar.
De todas las funciones, la del político era sin duda la más pública. Un embajador o un ministro era una suerte de lisiado que era preciso trasladar en largos y ruidosos vehículos, cercado de ciclistas y granaderos y aguardado por ansiosos fotógrafos. Parece que les hubieran cortado los pies, solía decir mi madre. Las imágenes y la letra impresa eran más reales que las cosas. Sólo lo publicado era verdadero. Esse est percipi (ser es ser retratado) era el principio, el medio y el fin de nuestro singular concepto del mundo. En el ayer que me tocó, la gente era ingenua; creía que una mercadería era buena porque así lo afirmaba y lo repetía su propio fabricante. También eran frecuentes los robos, aunque nadie ignoraba que la posesión de dinero no da mayor felicidad ni mayor quietud.
Viagem imaginária
Na viagem imaginária,
Não tem grito de quero-quero
Nem latidos de cães na chegada.
Não tem cheiro de mato
Nem cachoeiras
Na beira da estrada.
Na viagem imaginária não tem limites
Não tem horários
Não tem palpites
Não tem contato.
Na viagem imaginária não tem obstáculos
Nem pra voar
Nem pra sonhar,
Assim, terá tudo o que você criar.
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