O Dificil Facilitador do Verbo Ouvir
Para os homens, casamento pode ser um arranjo político. Para mulheres, é como uma sentença de morte.
(Rhaenyra Targaryen)
BEM-VINDO JUNHO
O que vem, assim virá,
maio encerra seu voo, passou.
Novo fado, novo sol surgirá,
outro tempo, JUNHO chegou!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
cerrado goiano
Que no arraiá de junho
se possa pular
os problemas
passar a limpo o rascunho
sem teoremas.
Achar a barraquinha
de sonhos
e se lambuzar
de amor,
sem fado enfadonhos...
BEM VINDO JUNHO
Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Carta de um poeta ao Papai Noel
Papai Noel
como criança neste cordel
te peço!
um presente no sapatinho
com apreço
um pouquinho de tudo que é generoso
dos povos: o amor, o ato misericordioso
sabedoria, onde possamos dar graças
afeição, fé, saudando todas as raças
muita paz, oração, muita alegria
nos livrando de todo o mal
embalados pelo coro celestial
de Boas Festas e, um Feliz Natal!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Cerrado goiano, dezembro
ÚLTIMA PÁGINA
Chegando à última página da estória
nossa, o que era uma curiosa quimera
agora tão sofrida, e tão vazia de glória
sinto o aroma de quem nada espera
Sensação que chora, que desespera
quanta ilusão perdida, agora memória
sombreada de uma apagada oratória
tal as flores desbotadas da primavera
Pois me perdi no ter-te como deveria
na companhia, lembrança e encanto
o amor é uma necessária doce poesia
Eis o meu maior pesar, tanto... tanto!
não ter querido mais! Como eu queria...
Nesta última página larguei meu pranto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG - 30/07/2021, 20’06”
VERSOS DE AMOR (soneto)
Os versos de amor não expiram, são eternos
Adoçam a amargura e embala o pensamento
E nestes sentimentos, tão a sensação ternos
Se ilusão ou loucos, não tem arrependimento
São trovas mansas e com vocabulários fraternos
De olhares, gestos, que se espalham pelo vento
Que ao peito trazem afagos e gemidos imersos
São palavras que vão além de um só momento
É canção com sabor que embebe a lembrança
A emoção. Se duvidoso de êxito ou sofrimento
Se o sim ou o não, é reticência, sem conclusão
Os versos de amor são uma variada dança
Que bailam no coração nem sempre atento
Musicados com suspiros e poesia da paixão...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/01/2020, 16’10” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CONSOLAÇÃO
Penso às vezes na saudade, nos tempos idos
Que inflamei na juventude, vida e inocência
Penso nas quimeras deixadas na reticência
Levadas pelo vento, nos destinos repartidos
Penso nos poemas nos vazios adormecidos
Deixados ao léu. Sem qualquer referência
Amargurados no peito e cheio de carência
Penso nos prazeres nos perdidos contidos
Talvez na dor pudesse ter sido diferente
E de repente com flores fizesse diferença
E a minha presença, importante vertente
Porém... nada é como o que se pensa
O destino é traçado na tenra semente
Viver é amor, e amar é de vital crença!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Perdoe o que puder ser perdoado e esqueça o que não tiver perdão.
Eu ando muito insatisfeito
Nada me agrada mais
Eu não consigo ouvir um disco
Ou ver um filme e
Um livro, eu claramente não vou ler
Vou procurar em todo canto até
Achar onde eu perdi
Minha vontade, o meu desejo
Ou o prazer de conseguir
E a paciência que eu preciso para curtir
Hoje aprendi que nos curamos também quando ouvimos as dores alheias. Ouvir outras pessoas nos traz uma perspectiva dos nossos problemas. Hoje foi bem mais fácil, estou feliz com o resultado, só que estou arrumando mais problemas para mim, preciso pensar direito, não tenho mais idade para ser moleque.
A mais difícil, intensa e gloriosa guerra a ser vencida é aquela que travamos contra o nosso fútil instinto vingador!