O Amor Nao Morre apenas Adormece
Quero você na minha frente, estático (...)
e eu para todo o sempre
olhando, olhando, olhando...
Ainda lembro o que passou
Eu você em qualquer lugar
Dizendo "aonde você for eu vou"
E quando eu perguntei
Ouvi você dizer
Que eu era tudo o que você sempre quis
Mesmo triste eu estava feliz
E acabei acreditando em ilusões
Eu nem pensava em ter
que esquecer você
Agora vem você dizer
"amor, eu errei com você
e só assim pude entender,
que o grande mal que eu fiz
foi a mim mesmo"
Eterna Presença
Este feliz desejo de abraçar-te,
Pois que tão longe tu de mim estás,
Faz com que te imagine em toda a parte
Visão, trazendo-me ventura e paz.
Vejo-te em sonho, sonho de beijar-te;
Vejo-te sombra, vou correndo atrás;
Vejo-te nua, oh branco lírio de arte,
Corando-me a existência de rapaz...
E com ver-te e sonhar-te, esta lembrança
Geratriz, esta mágica saudade,
Dá-me a ilusão de que chegaste enfim;
Sinto alegrias de quem pede e alcança
E a enganadora força de, em verdade,
Ter-te, longe de mim, juntinho a mim.
"Volte para mim, Gongyla, esta noite,
Você, minha rosa, com sua lira lídia.
Algo te rodeia eternamente com prazer:
Uma beleza desejada.
Até mesmo suas roupas roubam meu olhar.
Estou encantada: eu que outrora
Protestei para a deusa nascida em Chipre,
Para quem agora imploro.
Nunca me deixe perder essa graça
Em vez disso, traga você de volta para mim:
Entre todas as mortais, a única
Que mais desejo ver."
Me desinteresso facilmente
quanto aquilo que causa-me mera curiosidade,
mas jamais abandono
aquilo que cativa-me verdadeiro amor.
“Amar não é para qualquer pessoa. Amar é um mistério revelado apenas para quem aprende a morrer para si e viver para outro.”
Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se no símbolo sem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia apenas dentro dela.
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando a pé pra casa, avariada. (…) Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.
Nota: Trechos de crônica de Martha Medeiros.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
Quando me apaixonei por você eu te entreguei meu coração. Agora, sou refém do teu amor. Não vivo longe de você. Não te afaste de mim.
Escrever e ler são formas de fazer amor. O escritor não escreve com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta ou são de vida longa e tediosa.
