Nunca Vou te Esquecer Filha
PERDAS E DORES
Vou começar dizendo que ninguém gosta de perder nada, até mesmo aquilo que não parece ter valor para a grande maioria das pessoas.
Tem perdas que acontecem e nenhum impacto causam, mas existem aquelas que nos causam dor e preocupação. A perda da saúde é algo que preocupa sempre, mas também não podemos esquecer que é praticamente inevitável com o decorrer dos anos, principalmente com o envelhecimento (todo cuidado é pouco); mas não esqueçamos que perda de saúde não acontece sómente com pessoas mais velhas, mas com todos que estamos vivos.
Dor das perdas, sim perdas causam dor e se existem uma coisa inevitável é a que chamo de idade das perdas, e que por mais que esperamos ou vejamos como natural, não tem como evitar a dor e a saudade.
A idade das perdas é aquele tempo em que vemos pessoas partindo daqueles fazem parte de nossa história: bisavós (poucos tiveram contato), os meus só conheci nos registros de familia, pois ficaram na Espanha, Portugal e nunca os vi. Perdi meus avós ainda criança; primeiro foi o avô Anselmo que sempre comprava chocolates na padaria do largo do Boturussu em Ermelino Matarazzo, depois foi a avó Elvira que sempre nos levava para limpar o casarão antigo dos patrões do local onde morava. Tempo vai passando e lá se foi a avó Carmem que nos encantava com seus cabelos ruivos e doçura em tudo que fazia e por ultimo o avô José Perez com sua fala rápida misturando espanhol com português.
A idade das perdas segue implacável. Dias atrás sonhei com meu pai, que para variar estava ajudando num trabalho numa torre de igreja ....saudade, que saudade senti quando acordei; já fazem 35 anos (tinha 56 anos), depois foi minha sogra Ana Amorim também com 56 anos e perdas vão se somando, veio meu sogro Silas um homem de Deus e mais recente em março deste ano minha mãe Mafalda.
Na idade das perdas somando-se a esses perdemos também tios, tias, primos e primas e cada vez mais pessoas vamos vendo partir deste mundo; e quando olhamos em volta vamos nos vemos cada vez mais sós.
É verdade que temos agora uma outra realidade seguindo o ciclo da vida, deixamos de referências e passamos a ser referência, pois tenho esposa, filhos, netos, sobrinhos, agregados. Fato que também nos leva a encarar que chegamos ao ponto em que no tempo certo de Deus pegaremos a senha e causaremos a dor da perda naqueles que nos amam.
Para as pessoas um pouco mais distantes o tempo se encarregará de esquecer, mas os mais próximos a perda vem com a dor que nunca passa. Diminui, mas não passa.
"Meus dias são como a sobra que declina, e vou murchando como erva. Mas tu, Senhor, está entronizado pra sempre, teu nome será lembrado por todas as gerações" Salmo 102.11,12
Apesar do tom melancólico do texto, sou grato a Deus por tudo e pela certeza de que o Senhor nos conforta a cada dia.
Um sonho aqui, uma lembrança ali, uma lágrima e na maioria das vezes sorrisos pela alegria trazida em vida por aqueles que partiram.
Não é uma tarefa facil conviver com perdas de qualquer natureza, mas a certeza da presença do Senhor nosso Deus conosco sempre nos renova.
Perdas causam dor e são inveitáveis, mas felizes são os que tem alegria de ver e conviver com as novas gerações.
Quero concluir com esse texto de Paulo aos Coríntios: "Porque Deus, que disse: Das trevas brilhará a luz, foi ele mesmo quem brilhou em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Temos porém, esse tesouro em vaso de barro, para que o poder extraordinário seja de Deus e não nosso. Sofremos pressões de todos os lados, mas não estamos arrasados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 2 Co 4. 6 a 9.
"Sabemos que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com ele e nos apresentará convosco. Pois tudo é para o vosso benefício, para que a graça multiplicada por causa de muitos faça transbordar as ações de graças para glória de Deus". 2 Co 4.14,15
Deus nos abençoe, conforte e fortaleça no dia que se chama hoje.
Valdenir Albarral
Ultimamente tenho refletido sobre os lugares que eu vou... Se o lugar que eu for frequentar, com as pessoas que provavelmente estarão lá, pode ter o potencial de me deixar pior do que quando eu estava me sentindo antes de sair de casa, já não vale a pena. E, se a maioria dos lugares está cheio de banalidades, portanto, não são todos os lugares em que eu posso ir.
Como que eu vou me sentir um salvador, se em alguns momentos eu mesmo quase não consegui me salvar?
Sempre vou viver procurando a minha avózinha em todas as senhoras de cabelo cor de nuvem, pele marcada pelo tempo e experiência, e esperar (e torcer) para que um dia eu possa ser uma delas, e já que eu não pude saber como era ser neta, que eu saiba ao menos como é ser avó, e que eu possa ser a avó que eu sempre desejei ter.
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