Nunca se vai para sempre

Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir.

Existe sempre uma grande demanda por novas mediocridades. Em todas as gerações, o gosto menos desenvolvido tem o maior apetite.

A obra que trazemos em nós parece-nos sempre mais bela do que aquela que fizemos.

Se dois homens no mesmo emprego concordam sempre entre si, então um é inútil. Se discordam sempre, então ambos são inúteis.

Há sempre coragem em dizer o que todo o mundo pensa.

O depositário do poder é sempre impopular.

Os bons presumem sempre bem dos outros; os maus, pelo contrário, sempre mal; uns e outros dão o que têm.

A opinião pública é sempre respeitável, não pelo seu racionalismo, mas pela sua omnipotência muscular.

Aqueles cuja conduta mais dá para troçar são sempre dos outros os primeiros a falar.

O trabalho involuntário ou forçado é quase sempre mal concebido e pior executado.

O ódio é sempre mais clarividente e mais engenhoso do que a amizade.

A quietude... É o bem daqueles que escolheram para sempre uma parte do seu destino e que enjeitaram a outra.

O homem superior é aquele que cumpre sempre o seu dever.

A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.

No amor, a dor e a alegria lutam sempre entre si.

Nossas ações terminam sempre por traduzir nossos pensamentos.

Os jovens sempre tiveram um problema: como é que é possível rebelarem-se e enquadrarem-se ao mesmo tempo? Agora parece que o resolveram: desafiando os pais e copiando-se uns aos outros.

O espírito é sempre vítima dos enganos do coração.

A recordação do esforço é sempre uma boa recordação, enquanto as misérias antigas que ultrapassámos nos fazem sorrir.

Sucede aos homens como às substâncias materiais, as mais leves e menos densas ocupam sempre os lugares superiores.