Nosso Amor como o Canto dos Passaros

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Como a nossa fragilidade o concebe e o pratica, o amor é um sentimento essencialmente incômodo. Mal dois olhares se trocam e duas mãos se enlaçam, vem logo a tragédia das suspeitas, dos ciúmes, das zangas, das recriminações, estragar momentos que deviam ser os mais belos, os mais alegres, os mais despreocupados da vida.

O amor do poeta é maior que o de nenhum homem; porque é imenso, como o ideal, que ele compreende, eterno, como o seu nome, que nunca perece.

O amor e a amizade são como o eco: dão tanto quanto recebem.

O amor é como o sarampo: quanto mais tarde chega na vida, mais perigoso é.

O amor é um estado essencialmente transitório. É como uma enfermidade. Tem a sua fase de incubação, o seu período agudo, a sua declinação e a sua convalescença. É um fato reconhecido e ratificado por todos os fisiologistas das paixões.

Não se esqueça que o amor, tal como a medicina, é só a arte de ajudar a natureza.

O amor é como a febre, nasce e extingue-se sem que a vontade tome minimamente parte nele.

Assim como o amor de Deus é raiz de todas as virtudes, assim o amor-próprio é a de todos os vícios.

O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.

O amor é, como a medicina, apenas a arte de ajudar a Natureza.

Considera como maior infâmia preferir a vida à honra / e por amor àquela, perder a razão de viver.

Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.

O amor, tal como existe na sociedade, não passa da troca de duas fantasias e do contato de duas epidermes.

O amor-próprio dos homens é quase tão inflamável como a imaginação.

Como é insuficiente o coração humano! Um longo amor acaba por cansar.

O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Anos de Prosa, 1863

Como o amor, como a morte, a verdade precisa dos véus da mentira.

Não sei como explicar, mas certamente que tu e todos têm a noção de que existe, ou deveria existir, um outro eu para além de nós próprios. Para que serviria eu ter sido criada, se apenas me resumisse a isto.? Os meus grandes desgotos neste mundo, foram os desgostos de Heathcliff, e eu acompanhei e senti cada um deles desde o início; é ele que me mantém viva. Se tudo o mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo o mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria, para mim, uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer..

Eu amo o meu assassino... Mas o teu! Como o poderia eu perdoar?

Apesar da minha vida barulhenta em um vasto universo eu tenho um refúgio silencioso e aconchegante. Uma janela com árvores frondosas e ouço o canto dos pássaros toda manhã na minha boa companhia.