Ninguem Muda o que Ja esta Escrito
Se eu já tentei te encontrar em outras pessoas?
Algumas vezes.
Muitas vezes.
E o que aconteceu?
Até hoje eu estou ME procurando.
O mundo já acabou tantas vezes para mim, e eu o reinventei, que se acabar hoje também, só vou ter o trabalho de reconstruí-lo mais uma vez!
E quer saber?
Isso fica mais fácil a cada reconstrução.
1- Tenho uma sósia que se chama Laura. Já me confundiram com ela em Goiânia, na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, na cidade de Goiás, Uruaçu, dentre outros lugares (Se algum dia falarem que fiz alguma coisa errada, foi ela).
2 - Evangélica, saia nos joelhos, nenhuma maquiagem, cabelos na cintura, já cantei e preguei, quando criança, para públicos enormes.
3 - Pulei a primeira série. Fui direto para a segunda.
4 - Minha primeira expulsão de sala de aula se deu na quinta série, na companhia de uma amiga que está no meu face. Fingi que fui embora e fui para o banheiro até a aula terminar. Aluna exemplar, fui obrigada a falsificar a assinatura da minha mãe para não apanhar.
5 - Cheguei atrasada na 2° fase da OAB na primeira vez em que prestei. Tava de ressaca. Passei no exame seguinte.
6 - Minha primeira viagem internacional foi para Inglaterra, e como a grande maioria das posteriores, foi para transformar chifres em asas. Funciona. Sempre.
7 - Sou sonâmbula (bato altos papos dormindo, saio, ando, portanto, se algum dia alguma coisa também acontecer, lembre-se: sou sonâmbula) .
8 - Odeio cantadas iniciais, abordagens etc. Pelas redes sociais então, putz!! Bloqueio quem fica me mandando "Oi, linda", "Bom dia, tarde, noite". Sou eu quem toma a iniciativa. Sempre.
9 - Adoro estrada, dirigir na BR, sozinha, e ouvindo Duffy.
10 - Só tive coragem para postar o que escrevo depois que uma amiga do face me descobriu no site pensador. E falou assim: é você, não é? Gratidão eterna, Rosangela Dumont!
11 - Quando entrei na polícia minha família achava que eu seria a Cadete Laverne Hooks ( -Por favor, senhor! Mãos na parede senão eu chamo a tia Nice!). Coincidência ou não, nascemos no mesmo dia do mês de maio, e temos a mesma altura. Pouca altura!
12 - Em Albufeira, no Algarve, em Portugal, eu não queria sair e a Lu Albernaz me "obrigou". Na rua das boates, bebi todos os shots de tekilas, vodkas e outros oferecidos às mulheres. Os meus e os dela. Subimos e descemos a rua várias vezes. No final, ela também me obrigou a ir embora. Áh, e cantei "Ai se eu te pego", no karaokê em Vilamoura. Não há vídeos ou outras testemunhas do fato que me conheçam. Assim espero.
Eu já sou muito pequenina para me encolher ainda mais só para me adequar ao tamanho de mulher que te deixa seguro.
Um beijo de leve a acordou, interrompendo o sono tranqüilo que experimentava já nas primeiras horas da manhã. Era ele que continuava ali, do outro lado da cama. Trazia um lindo sorriso nos lábios, mas os olhos denunciavam a angústia de uma noite em claro, mesmo estando ao lado de seu maior desejo, o desejo de tantos anos...
De propósito, ela apenas sorriu e voltou a fechar os olhos. Tudo estava confuso. A cabeça, recostada a um travesseiro que não usava habitualmente - é, ele se esquecera de que ela dormia sempre sem travesseiro – doía, pesava, rodava. Talvez precisasse de mais uma dose para se equilibrar entre tantos sentimentos contraditórios, ambíguos, desconexos. Qualquer coisa. Uísque, vodca, tequila, licor, gim, cachaça! Qualquer paliativo que tornasse aquele momento menos sofrido, doloroso, indigesto, seria muito bem vindo! Mas o que se via à frente era um lindo café da manhã: suco, leite, biscoitos amanteigados, uma fatia de queijo, café, torradas, e uma flor a ornamentar aqueles longos minutos tão repletos de espinhos. Para seu desespero, nada de álcool!
Não precisava se vestir. Ainda estava vestida. Sentou-se à cama, arrumou os cabelos, passou as mãos pela blusa na tentativa de desamarrotá-la, e lentamente percorreu com os olhos cada detalhe daquele quarto que já conhecia tão bem. O quadro à parede era o mesmo, abstrato, em tons de dourado e de salmão. A cama era a mesma, confortável, grande, quadrada. O closet era o mesmo. As paredes ainda mantinham o mesmo tom. Ele era o mesmo. Então, o que mudara?
Ele continuava inerte, à espera de alguma palavra, algum gesto, algum carinho, alguma explicação. Sua impaciência contrastava com o olhar perdido dela, que não se fixava em ponto algum. O silêncio era tão perturbador que nenhum dos dois conseguia sequer deixar escapar por entre os lábios um mero bom dia.
Subitamente, como se saísse de um estado hipnótico, ela calçou os sapatos, levantou-se e, a passos lentos, caminhou até a poltrona onde deixara sua bolsa. Tomou em mãos a chave do carro, observou sua imagem ao espelho, voltou-se para ele, olhou-o nos olhos, deu-lhe um beijo à face, e saiu.
Dessa vez não batera a porta como já fizera outras tantas. Muito ao contrário, fechou-a com tanto cuidado que nenhum som se ouviu propagar naquele corredor que já fora palco de tórridas cenas de paixão ou de total descontrole emocional, como já diziam alguns. O fato é que ela não tinha mais o direito de machucar quem lá dentro ficara.
Nada naquele apartamento mudou. Nada naquele corredor mudou. Nada nele mudou. Mas ela já não era mais a mesma. E isso era motivo suficiente para não mais voltar aos braços daquele que um dia ela tanto amara...
Eu preciso urgentemente de vacina pra ficar imune à pegada de homem tóxico. Isso já não tem mais graça.
Eu só não consigo exatamente o que pedi a Deus quando Ele já tinha se decidido a me dar coisa melhor!
Natal en Rose
Era véspera de Natal. Ela tinha apenas sete anos, mas já sabia que Papai Noel não descia pela chaminé. Sempre muito curiosa, já conhecia a identidade do bom velhinho que todo o ano visitava-lhe durante a noite, enquanto ela dormia o sono dos anjinhos.
Ainda assim, aquele seria um Natal diferente! Havia uma promessa a ser cumprida!
As horas iam e vinham-se, e o sol teimava em não abandonar aquelas pessoas ávidas por compras, presentes, abraços, carinhos, ceias! E ela continuava a aguardar a noite.
A madrugada de Natal!
Enfim, a lua ofusca o sol, e a noite ostenta o auge da sua beleza, ao vestir-se das luzes natalinas já à sua chegada!
De repente, silêncio.
A ansiedade continuava estampada em seu rosto infantil, mas ela precisava dormir. Dormir para que o Papai Noel chegasse! Só não conseguia...Com seus olhinhos desobedientes, rolava de um lado e outro da cama, contava carneirinhos, e nada adiantava. Estava feliz, todavia não conseguia dormir!
Lentamente, a maçaneta da porta do quarto gira. Era o Papai Noel!
Ela fecha os olhos para não decepcioná-lo, e o vulto de duas pessoas adentra o quarto, balbuciando coisas que não conseguia ouvir. Cochichavam. Ela, ainda com os olhinhos fechados, sente quando lhe beijam a face e ouve quando a porta é cuidadosamente encostada pelo lado de fora.
Rapidamente abre os olhos!
No meio do quarto estava ela, a promessa! Suntuosa, rainha, elegante, majestosa!
Sorrateiramente, desce da cama, contorna o tão esperado presente de todo o ano, admira-o, volta a contorná-lo, acaricia-o. Não podia acender a luz. Descobririam que ela não dormia! Mesmo assim, radiante de felicidade, volta a abraçá-lo, pois mesmo sem o ver, podia senti-lo, conseguia tocá-lo...
No horizonte, os primeiros raios de sol despontam-se.
Papai Noel adentra novamente o quarto para despertá-la, e quem sabe participar da surpresa em seus olhinhos brilhantes! Mas dessa vez, o velhinho apenas sorri da cena que acabara de presenciar: sua pequena estava ali, deitada ao chão, profundamente adormecida, agarrada aos aros de seu presente de Natal.
Carinhosamente despertada, vê que seu presente é cor de rosa, exatamente como ela sonhara! Uma bicicleta rosa! E mesmo sem sair de seu quarto, ela já sentia o vento a despentear-lhe os cabelos, a tocar-lhe a face! A partir dali, desbravaria as pacatas ruas de sua cidade, a equilibrar-se pelas avenidas do lugar que a vira nascer, e agora a pedalar sua bicicleta, inclusive, bem maior que ela!
A vida agora seria rosa, cor de rosa!
- Tão simples...- sonhava seu olhar pueril...
- Pena que não será sempre assim! – lamentou seu Papai Noel, silenciosamente.
E ele tinha toda razão! Mas ainda hoje, sempre que a vida insiste em mudar de cor, as lembranças e sensações desse Natal a retiram do cinza e escombros que por vezes a vida adulta impõe-lhe, e ela sai por aí, pelo mundo, a pedalar mais uma vez sua bicicleta cor de rosa, como se em Mara Rosa estivesse, completamente livre...
Eu já estou morto.
Ao escrever este poema, sou apenas um cadáver que teima em segurar a caneta.
Não sei o dia, nem a hora de quando eu morri —
talvez na juventude, talvez no primeiro verso, talvez no primeiro amor que não me amou.
E é isso.
Estou morto, e não há mais volta.
Ninguém chorou.
Não houve velório, nem lamentos, nem lápide com meu nome.
Morri e continuei vivo, preso ao corpo como se ele fosse meu.
Sem céu, nem inferno.
Após a morte, só há o hábito de existir,
onde meu cadáver se senta a escrever
como quem cava a própria cova
com uma colher de chá.
Continuei a fazer as coisas de quem vive:
amar sem saber o que é amor, crer sem fé, desejar sem saber por quê.
Morto, mas não suficientemente;
vivo, mas não inteiramente.
Sem saber se invento a vida ou se ela me inventa.
Morri sem testemunhas.
Nenhum mau cheiro, nenhum adeus, nenhum vestígio.
E o pior: nem eu mesmo percebi.
"NUNCA SE LAMENTE POR UM PASSADO QUE JÁ PASSOU, NEM POR UM FUTURO QUE NÃO EXISTE, VIVA SEU PRESENTE".
De todos sentimentos que já sentir, tenho medo apenas do amor.
Pois basta um segundo para ele tornar-se em algo fatal.
Uns chamam de odio, outros apenas de indifença.
Mais eu o chamo somente de engano.
ESTRANGEIRO PERPÉTUO
Demétrio Sena - Magé
Já não quero viver com tantas auras;
tantos véus e tanta fala não dita;
onde grita o silêncio temeroso
do que há de se ouvir ou ler nos olhos...
Ser o mesmo estrangeiro a cada dia,
na passagem dos anos e dos fatos,
ver a hora tardia do meu tempo
confirmar que cheguei sem passaporte...
Ou me deixo voar ou me abandono
neste outono que nunca passará,
entre folhas caídas em meus sonhos...
É sofrido estar dentro e ser de fora;
ter a hora pra sempre postergada;
gotejar num cenário impermeável...
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei.
OLHOS ALÉM
Demétrio Sena - Magé
O que já me conforta pode ser bem raso;
entretanto não posso renegar meus olhos;
ver num prazo tão curto a leveza fluir
entre males que ainda revelam as presas...
Há percalços e tudo é com muita peleja;
dos piolhos vencidos ficaram as lêndeas;
ninguém olhe ao redor e veja o paraíso,
mas caíram as lendas do nosso impossível...
Os vilões do poder têm poder de chantagem;
a coragem precisa saber agregar
e tecer estratégias contra os extremistas...
Ajudei a compor esta fase da história;
Já não ter um governo com ódio nos olhos
é a grande vitória na qual me comprazo...
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei
RISO
Demétrio Sena - Magé
Já podemos curtir a Gloria Groove,
sem cair no vespeiro anti-comunas;
ver as dunas na praia e não temer
que nos firam por nossa liberdade...
E podemos falar de Paulo Freire,
relembrar o Darcy, crer na cultura,
na sutura do caos que se alastrou
nesses anos de plena ignorância...
Derrubamos o monstro do cercado;
seu legado esperneia pelas ruas,
mas aos poucos a pilha se desgasta...
Ninguém ache que agora é paraíso;
é apenas o riso dos que sabem
que ninguém é feliz com repressão...
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei
BONDE FANTASMA
Demétrio Sena - Magé
Minha vida já deu; não por desgosto;
por nenhuma tristeza; depressão;
pelo não do meu sonho a cada dia
nem por tantos cansaços de seguir...
É um flanco estendido sob os pés,
a lacuna dos tempos desgastados,
um revés de mistérios resolvidos
que perderam a graça para mim...
Os meus anos gastaram a minh'alma;
desbotaram as minhas fantasias;
tenho calma que arrasta ferros velhos...
Quero ir e não tenho para onde;
meu estado é cratera capital;
é um bonde fantasma sem destino...
... ... ...
#respeiteautorias É lei
REVISÃO DA VIDA TODA
Demétrio Sena - Magé
Já magoei tanta gente, e tão profundo, que as mágoas têm herdeiros. Atravessaram geração. Tive muita raiva do mundo, na infância e juventude. Com a raiva, muitos complexos, paranoia, espírito armado e uma truculência, um deboche ácido que não poupavam ninguém... todo mundo era o mundo do qual tive raiva.
É tanto perdão a ser pedido, que meu medo é dar espetáculos e constranger. Às vezes o faço de forma expressa, e outras, com tentativas sutis de aproximação nem sempre bem sucedidas. Sei como me dirigir a quem magoei, mas é difícil fazê-lo com os herdeiros das mágoas. Acho que todas as demonstrações de afeto, apreço e as manifestações naturais das mudanças que o tempo fez em mim serão insuficientes. Criei nas pessoas um temor de que aquele jovem ainda esteja escondido em minhas entranhas. Hoje, quando me recolho, é porque reconheço a razão que todos têm para isso.
Neste momento escrevo para mim. Mas também para que meus "ledores", que porventura tenham essa experiência, não se sintam sós... e para que alguns jovens, também raivosos do mundo, reflitam sobre não permitirem que sua raiva lhes faça o mesmo que a mim. Esse sentimento habita bem mais pessoas do que supomos.
Não sou o típico indivíduo maduro que bate no peito e se diz alguém muito melhor do que "ontem". Sou a mesma pessoa, que hoje lida melhor consigo, com o outro, aprendeu a se administrar, desenvolveu afeto e faz da raiva do mundo, ativismo social com literatura. E ter errado tanto, com tantos, me ajudou a não levar a ferro e fogo aqueles que hoje erram comigo (sim, algumas pessoas também erram comigo).
Sermos mais humanos, por termos aprendido com a própria desumanidade, nos ajuda a entender e ter empatia pelo próximo. E se não cometo os erros do passado, sei que ora cometo outros; espero que não tão contundentes... como espero continuar melhorando e aprendendo. Isso é para sempre... na duração do nosso sempre.
... ... ...
#respeiteautorias É lei
ESCRAVO DE NÃO SER ESCRAVO
Demétrio Sena - Magé
Já tive a fome como a minha escolha,
quando meu cardápio era ter fome ou ser livre.
Quando ter comida e ter também liberdade
não caberiam na bolha do meu mundo...
Na verdade, optei por comer poesia,
por ter as artes como sobremesa,
se a mesa não podia ser variada;
era isto ou aquilo, na barriga ou n'alma...
Hoje como ensopado de cultura,
já tendo alimentado bem o corpo...
não cato mais tanajura pra ter "carne"...
poesia é meu emprego, as artes complemento.
Meu alimento é graças à teimosia
de querer me manter de ambas as formas.
Compro meu vestuário, embora modesto,
com o que "não dá camisa pra ninguém";
não disse amém à receita desumana
de suor e de sangue para ter comida;
da lida insana que os exploradores ditam.
Fui um bravo sem nome; sem escudo;
devo tudo a ter escolhido a fome,
quando a fome queria me tornar escravo.
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#respeiteautorias É lei
SÓ ME RESTA SABER
Demétrio Sena - Magé
Há um peso nos olhos pro futuro
e minh'alma já pede pra descer,
a viagem no escuro dos meus passos
é um ter que seguir porque respiro...
Uma vida que teme o mundo à vista,
em um tempo que há tempos expirou,
minha grande conquista não é mais
do que haver alcançado a minha idade...
Levo apenas o caos nesta mochila,
o meu sonho cochila e caio em mim,
só me resta saber que tudo é resto...
Chego ao ponto em que sigo reticências,
vim além da banguela e sobrevoo
as vivências há muito não vividas...
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#respeiteautorias É lei
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