Névoa
FASCINA-ME
Fascinam-me as imperfeições de teu corpo,
A nevoa de teus cabelos
A profundidade de teus olhos
A perfeição de tuas mãos
A suavidade de teus dedos
Fascina-me-me o ardor de teus beijos
A tocar-me os seios com a delicia
De teu hálito
Fascina-me sentir teu corpo junto ao meu,
Tornando-nos um só,
Fascina-me-me ter teus dedos em meus lábios,
Ao provar-me o desejo
Fascina-me apertar-me com teus braços
E o entrelaçar de teus quadris
Fascina-me ver o reflexo de minha vorácia
Através de teus gemidos...
Contudo, Fascina-me ouvir teus sussurros ao meu
Ouvido, enquanto me fazes apenas tua.
Num momento sublime, onde não há
Duvidas apenas o espetáculo
De te- lo meu.
(Marta Freitas)
Que eu te encontre num dia ensolarado, nublado, chuvoso, com névoa e te diga alguma coisa ou muitas coisas. Que eu te reconheça no momento exato em que puser meus olhos em você, dia após dia, que seja sempre o mesmo, e se por ventura, ocorrer de eu não conseguir reconhecer a mim, de você eu não me esquecerei. Teu rosto fascinante, teu olhar único, uma constelação no céu do meu mundo...
E que você saiba que houve um encontro ali, que não viremos estranhos que se conhecem bem. Que você esteja vestido de amarelo, azul, verde, preto ou branco. Que você me encontre, carinhosa, meio grossa ou séria demais, as vezes charmosa, quem sabe um dia ou outro eu nem te chame a atenção. Mas que você me veja com bons olhos e eles encontrem os meus sempre.
Que você perceba o quanto eu te enxergo, como minha luz muda quando te vejo.
Que você saiba como eu sou complicada, ou que eu sou desajeitada, ou que eu não sei dançar muito bem. Que tenho meus dias ruins, muitos defeitos. Mas que você decida ficar e me conhecer mais, porque já sabe como se encontrar no meio da minha bagunça, que aliás, você já arrumou. Que a gente se conheça aos poucos, aos muitos, aos tantos, aos beijos, aos toques, aos olhares, aos filmes de fim de noite, aos cheiros do perfume de sempre, aos dias de dormir de conchinha, aos minutos de ligações entre uma possibilidade e outra de nos dizermos que já sentimos saudades. Que você possa contar comigo, possa dormir comigo, possa brigar comigo, mas não agressivamente (somos muito mais sensíveis ao amor do que ao conflito). Que você não se arrependa naqueles momentos em que a gente dá espaço aos porquês ou que outras possibilidades lhe sejam tentadoras, que você tenha orgulho de segurar minha mão.
Que eu possa te fazer sonhar. Que eu possa realizar os teus maiores sonhos e te consolar caso alguma coisa dê errado no meio do caminho.
Mais importante que isso tudo:
Que saibamos valorizar a companhia um do outro e não nos percamos vida a fora.
- Raísa
Há momentos em que a alma almeja o refúgio do silêncio, onde as interrogações se esvaem como névoa ao romper da aurora, e as respostas moldadas pela mente perecem em sua efêmera fragilidade. O ato de viver, por um ínfimo e plácido instante, encontra repouso. É nesse delicado interlúdio que concedemos ao coração, com sua sabedoria atávica, o privilégio de sussurrar o que sempre soube, mas que os ruídos do mundo abafavam. E ele sussurra, com a leveza de uma brisa acariciando as copas das árvores, revelando mistérios que só o silêncio é capaz de desvelar.
É na quietude do cosmos que captamos a voz de Deus, sutil como um eco longínquo, porém tão inabalável quanto uma montanha. Mesmo quando o intransponível se ergue à nossa frente, e os olhares ao redor nos envolvem em incredulidade, é Ele quem nos sopra ao ouvido: vai, avança, e concretiza. Pois, quando até o último vestígio de fé em nós mesmos se rompe, Deus permanece crente, sustentando-nos com a esperança que já não conseguimos vislumbrar.
A angústia se instala no peito,
Um peso que sufoca, que aperta,
Uma névoa densa que cobre o horizonte
E a alma se perde na solidão.
A depressão, vil companheira,
Sombria e implacável em sua dança,
Cinzas que se acumulam no coração
E diluem as cores da realidade.
Mas em meio à escuridão que domina,
Há uma chama tímida, uma centelha,
A esperança que persiste, que insiste,
Guiando para a luz no fim do túnel.
A verdade não se revela no espelho da lógica, mas se dissolve na névoa da experiência, onde o que vemos é mais o reflexo da nossa própria consciência do que a realidade.
Aceitar-se é de vital importância para ter paz interior.
A névoa mental que te atormenta é você quem a colocou lá.
Abra a janela da alma e deixe o sol entrar!
“A Catedral dos Lamentos”
Sob arcos quebrados, o céu se cala,
A névoa dança onde o tempo embala.
Catedrais choram com vitrais partidos,
Guardam segredos, amores esquecidos.
Anjos caídos vigiam em pedra,
Olhos vazios, memória que medra.
O sino ecoa em tom de agonia,
Marcando o fim da última alegria.
Nos corredores, passos sem dono,
Sombras deslizam em eterno abandono.
Um véu de pranto cobre o altar,
Onde promessas vieram a se quebrar.
E ali, entre ruínas e dor silente,
O amor renasce… sombrio e ardente.
A Névoa da Ignorância
Em campos largos, sem fim a vista,
Caminha a alma, cega, distraída.
Os olhos não veem o sol que insiste,
Escondido entre a névoa da mente adormecida.
A ignorância veste-se com um manto sutil,
Mais leve que o vento, mas denso no espírito.
É como um eco, profundo e infantil,
Que grita certezas sem nenhum critério.
Não se conhece o que há além do espelho,
A verdade oculta, a dúvida sem fim.
E quem permanece ali, preso no seu brilho,
Desconhece o mar calmo que existe.
Mas há quem busque, quem queira enxergar,
Rasgando a neblina, arriscando o olhar.
E ao levantar o véu, o mundo se faz inteiro,
Revelando-se ao fim como um fogo verdadeiro.
Quando o dia finda, e a mente se esvai,
Em névoa de cansaço, onde a força cai,
Em ti encontro abrigo, um porto de paz,
Meu amor, meu refúgio, que o peso desfaz.
Não exijas de ti, o brilho constante,
Permita que o descanso seja o teu amante.
Meu ombro é teu travesseiro, meu abraço, teu lar,
Onde a alma cansada pode repousar.
Em teu silêncio, escuto a tua voz,
A essência que amo, mais forte que nós.
Cuidarei do teu ser, com ternura e fervor,
Até que a luz retorne, com todo o seu fulgor.
Nosso amor é a força que nos faz seguir,
A calma que acalma, o dom de existir.
E mesmo no cansaço, que a vida nos traz,
Meu amor por você, sempre, sempre me satisfaz.
Há um vinho perdido, soterrado num fiapo de névoa fora da criação.
Não é uva, não é sangue é memória de um tempo anterior ao tempo.
Os astrólogos disseram que quem o encontrar sentirá o gosto de tudo que já foi sentido.
E também o que jamais deveria ser.
Os reinos em guerra não o buscam por sede, mas por fome de trono.
Querem o cálice, não o conteúdo.
Querem ser os que ditam o silêncio.
Não beberão, mas farão com que outros se curvem ao aroma.
A Rosa Inteira
William Contraponto
Na névoa fria da ignorância, broto,
um livro aberto é sol no meu jardim.
A mente é chão, mas só floresce o roto
que rega o verbo e poda o próprio fim.
A chama pensa antes de queimar,
e o vento sussurra ideias no grão.
Quem teme a dúvida, deixa de andar,
preso no espelho da convicção.
Sabedoria é faca de dois gumes:
corta ilusões, mas fere o coração.
São pétalas que o tempo não resume
sem se perder em busca de razão.
A rosa só é rosa inteira e viva
se guarda em si perfume e cicatriz.
O fruto nasce onde a raiz cativa,
e o pensamento é chão que pede bis.
Quem colhe cedo, perde o maduro;
quem crê demais, não vê o entrelinha.
O tempo ensina em passos tão obscuros,
mas cada luz é dúvida que germina.
Inspiração ...
O silêncio da manhã se desdobra, sem pressa.
A névoa se ergue sobre o campo úmido, um véu branco
que se desfaz ao primeiro toque de luz.
O olhar se detém na textura da casca antiga:
rugas de tempo e resiliência.
Cada fissura guarda uma estação,
uma tempestade vencida.
A seiva que sobe é a persistência invisível da vida.
O café esfria na xícara
maas a mente desperta
As ideias não chegam como raios,
mas como marés suaves
Vêm do fundo, trazendo pequenos detritos,
até que surge a clareza.
Há beleza no inacabado:
no rascunho, no instante entre intenção e gesto.
Respirar fundo,
Afrouxar o controle.
A inspiração não é evento,
é estado de escuta.
É notar o que quase ninguém vê
o som de uma chave girando,
o azul preciso de um céu de inverno,
o cheiro de chuva tocando a terra seca.
Quando Toco Meu Sax Cachimbo, viro Névoa que se Esvai. Quando toco Minha Gaita...é a Brisa Leve que Cai... Rolemberg.
A névoa desce,
abraça o asfalto frio,
Onde a visão se rende
ao infinito que não se vê
Estrada molhada,
pista que se esvai,
Onde o verde ao lado,
em bruma se retrai
Lá na frente,
luzes tímidas a surgir,
Guiando o passo
que insiste em prosseguir
Não importa o destino,
nem o que se perdeu,
Só a jornada
que a neblina te deu
Um convite ao silêncio,
ao caminhar calmo e lento,
Onde a pressa não existe,
só o presente momento
Entre o céu e o chão,
um véu a cobrir,
Seguindo em frente,
sem saber o que virá a seguir
Fragmentos de razão flutuam no éter,
Cleópatra dissolve-se em névoa atemporal,
Horfmann murmura em ecos sem bordas,
amor transborda nas fissuras da luz,luminescência frágil descortina o vazio,
ondas sem tempo ondulam sem rumo,
palavras dispersas rompem a forma,
silêncios entrelaçam o que não se vê,e no entrelaçar das sombras e brilhos,
a luz revela o mistério: o amor é a razão que transcende o tempo e habita o infinito.
O mundo se fez névoa; o amor se refugiou nos corações esquecidos, e o povo perdeu a força de procurá-lo.
A vida não se revela como um mapa, mas como uma escadaria em névoa, só a fé no peso do calcanhar ilumina o degrau seguinte. É um ato contínuo de confiança cega, jamais um exercício de visão panorâmica.
A SOLIDÃO
A solidão é tão silenciosa
Que nem as tempestades moverão
A névoa que amedronta vossos corações.
Vossos dias de silêncios ficarão emudecidos
Por medo de perder a identidade
Que vós pensais em obter.
No silêncio da noite perguntei:
- Quem sois vós diante da escuridão que deixastes?
- Que medo é este que pensa em se apossar dessas almas frágeis prometendo cuidar e aconchegar em seu colo?
Ele respondeu:
- Sou o silêncio que tanto vos procurais para acalentar vossas almas amarguradas...
A sabedoria vaga querendo adentrar. Abra suas portas e peça lhes que entre e mostre a verdade...
Por trás da névoa dourada do crepúsculo se esconde o negrume da noite, o arfar do sol beijando a lua, e o bocejar esmaecido do sono adentrando o portal dos sonhos.
Em meio a névoa densa ,que minha vida invade,
estou aqui...
seguindo teus passos,procurando em teus braços,
no teu amparo o caminho certo.
