Nem tudo e Facil de Cecilia Meireles
AUSÊNCIAS DE TODA UMA VIDA
Eu empacotava os meus olhares, guardava bem no íntimo tudo de lindo que ia além do verde das colinas, acalmava a ansiedade que começava nos teus colos, nos teus lábios, eu empacotava as horas, a vida, era o trabalho; depois planejava algumas rimas iluminadas pelos teus dentes, aquecidas pela tua pele; era passional ou fascínio pelo perigo; afora isso o desejo de documentar a inspiração: era fácil ser poeta, tanto que a solidão doía conduzida por um corredor à suburbana fascinante e perigosa. A noite doía nos ossos com o frio de junho e as ausências de toda uma vida, então eu revivia nossos melhores momentos. Planos? Por mais que os fizesse ao amanhecer dissolviam como sorvete com os primeiros raios da manhã, era a pressa incessante de viver que compõe a juventude compassada pelos hits do blacak que mencionavam as despedidas mais tristes, as incertezas mais certas, o ponto mais sensível dos nossos espíritos juvenis desamparados por seres supremos que movem o universo. Quantos sorrisos belos, quantos belos sorrisos; depois do expediente brilhantina e contouré depois de um banho rápido eu ainda me apaixonaria umas três vezes até a meia noite, depois sonharia com a “dentes de madrepérola” ou com o busto de Brigitte, qualquer musa... era fácil ser poeta só faltava-me tempo para observar o nascente, e o crepúsculo se perdia atrás de torres de concreto ou nos corredores frios de olhares perdidos em faturas e memorandos; uma rotina só abalada por um ou outro suicida que ousaria resolver a vida com o voo de alguns segundos, mas nada que obstaculizasse o cotidiano, o IML era prestativo e rápido e os curiosos se dispersavam com ares de impotência diante da morte. Uma ou outra mancha de sangue permaneceria como prova inconteste de como a vida pode ser cruel, no entanto o amor se sobrepõe, a poesia flui e assim, sem fatalidades e desesperos de um suicida; voamos...
TUDO O QUE SEI...
O que sei de estrelas?
Na minha mente eclipsada de confusões
Só há chuva no jeito de ver e de sentir...
O que sei de calor?
Há um constante ocaso no despertar
Das minhas emoções
As flores que conheço são luzes urbanas
São olhos de máquinas dinâmicas,
Que gritam a dor do não sentir...
O que sei de universo
É tudo que se sintetiza na tua retina
E nessa silhueta de anjo
E é isso que me faz ver constelações
Sobre a tua cabeça
E nuvens sob os teus pés...
Nada entendo de sonhos
Mas a noite me conduz
Entre divagações e tons celestiais
A tua voz é uma promessa de um paraíso
E eu penso no beijo...
Isso é tudo o que sei de amor.
Tadeu G. Memória
RETOQUE
Poderia começar dizendo que sou um romântico,
Tudo que você sabe de mim ou de ouvir falar...
Na verdade eu vivo de retoques, só que as vezes dou cores demais
ao que era apenas preto e branco...
mas quando eu amo... pelo menos quando eu amo eu sou sincero...
bem, acho que não sou um bom partido
hoje em dia, as pessoas precisam mais de status do que de sonhos
e se você tivesse de escolher entre queijo e amor...
sem querer dizer que você é um rato,
acho que você escolheria queijo.
Isso não lhe deve deixar constrangida,
O que você pensa ser monólogo pode ser uma ratoeira,
Mas se você saiu ilesa, se você saiu inteira
Você realmente é um roedor...
Claro que isso é só mais um retoque...
Desculpe o mau jeito de um semeador de sonhos
Desta desvirtude você não sabia nem ouviu falar
Mas quem pode saber tudo de um romântico?
As vezes ele se confunde com suas fantasias e coisas tão abstratas...
As pessoas precisam apalpar, as pessoas precisam de chão como apoio...
Os céticos aproveitam as coisas até onde terminam
E nos românticos sabemos que, onde termina para eles
Para nós apenas começa e tem o infinito como limite...
É como voar como uma gaivota, não se debater como morcegos,
Desculpe a insistência, voltando aos ratos...
Fica esse devaneio em forma de verso,
O verso em forma de beijo,
O resto é o que você não pode saber do sonhador;
Fantasias... coisas tão abstratas...
Eu quero entender, eu sempre quis entender
mas antes, o encanto de tudo dourava a manhã seguinte...
o gosto de hortelã, a fantasia de um beijo quase impossível...
era fácil esquecer qualquer pecado,
mas o tempo dizima qualquer fascínio
e fica só o desejo de revanche
ainda percebo um certo glamour
algo que ficou guardado como uma espécie de souvenir...
algo que, sem o encanto, sorrisos e palavras não podem mudar...
então, depois de tudo, pagamos pelos pecados do passado
com uma overdose letal de indiferença...
que nos deixa a pensar que foi tudo uma ilusão; não foi.
Não entendo como, sei que não foi...
quero entender, sempre quis entender,
mas antes o encanto de tudo dourava a manhã seguinte...
ONTEM
Tudo era tão lindo,
Quando tudo era lindo,
Quando tudo era tudo
Que se resumia no indelével prazer
De achar que era tudo aquele querer
Era tudo que eu sonhava
Quando eu sonhava com tudo
De bom que eu pudesse ter
ela se deita e diz que a vida é bela
e que a beleza de tudo é
por ser bela
se eu sou poeta ela é a poesia
poesia é a criação,
poeta é o criador, ou não?
ou pra ser venerada
a poesia criou o poeta
e o poeta apaixonado inventou o amor?
JIA
A princesa beijou o sapo e virou uma jia
E tudo que o sapo coaxava
Aos seus ouvidos era poesia,
E todo pulo, todo arroto era estripulia...
A língua esticava, o mosquito pegava,
As estrelas luziam...
Se todas as constelações habitassem a lagoa
E todos os beijos habitassem as canções
Onde estaria a sapa?
Valas são partituras nas periferias
Onde cantam as jias e ecoam as pererecas
A princesa conheceu esse mundo
E saiu beijando tudo o que era vagabundo
E o coaxar dos batráquios ecoava em todo canto
E o encanto da princesa se perdia
Que príncipe beijaria uma jia?
Então só lhe restava o pântano,
O espanto das sombras, as sobras na lama...
O drama de se aceitar como jia,
E ter a certeza que o conto de fada mentia...
Ultimamente eu não tenho feito nada, mas também não tem sobrado tempo para tudo que preciso fazer.
BEATLES FOREVER
I WANT TO HOLD YOUR HAND
Há uma doce lembrança de como tudo acontecia , e a ânsia que condimentava a existência, dando um sabor especial ao mais simplório dos sonhos, desejos e fantasias. O beijo no rosto, o toque na mão, um afago, um olhar mais constante com todas as palavras que não saberíamos falar; e a magia concentrava-se exatamente no que deixaríamos de dizer, porque tudo vinha `a tona muito facilmente. Não havia a necessidade de naufrágios; de submergir uma emoção, para não deixar transparecer um sentimento, por aquilo poder demonstrar uma nítida fragilidade, era gostoso poder mostrar esse lado humano, assim era fácil edificar uma paixão bem alicerçada, sem temores de síndromes.
I want to hold your hand parecia ingenuidade, porem, segurar a mão significava pactuar a alma; a irresponsabilidade que pudesse transparecer era mera ilusão. E desfrutávamos também da ilusão dos cabelos longos, calças bocas de sino e chinelos de dedo. A longa e tortuosa estrada,(the long and winding Road), era a cronologia que nos levaria a todas as épocas, transpirando poesia por todos os poros, com a lucidez de uma adolescência que não faleceria aos dezoito anos . Hoje falamos em saudade sem o flagrante de um sentimento de perda, falamos em lembrança sem as abstrações dolosas da nostalgia; porque as tolas canções de amor (silly Love songs), são como trilhas sonoras para o nosso dia a dia.
Paul tinha a virtuose com a guitarra, George alimentava essa virtuose e, Ringo na bateria ajudava a luzir. John era o pilar de tudo isso e tinha a ideologia da paz, e como ninguém consegue viver pra sempre num submarino amarelo,(yellow submarine) John assumiu sua postura., contrario aos ataques no Vietnan,
E toda postura ofensiva dos estados unidos ...
No começo help soava como uma brincadeira de alguém que pedia socorro para seus momentos de solidão; hoje help soa como a profecia da violência gratuita de Chapman que se avizinhava. Chapman provavelmente nunca entendeu( Lucy in the Sky with Diamonds), provavelmente nem (with a little help from my friends), com uma ajudinha dos amigos, aliás acho que ele nunca os teve. ( Imagine), Chapman não teve essa capacidade; de posse de um autografo e uma pistola tentou se livrar de todas as suas frustrações...
Hoje eu relembro um pacificador e seu sonho, (give peace a chance), suas crises existenciais que faziam fluir o sarcasmo de Paul, George e Ringo em (get back), mas não posso entender, como um pacificador é assassinado como se estivesse numa batalha
Ouço yesterday e sinto saudades. Relembro Cazuza e procuro; “ideologia, eu quero uma pra viver.”
Tadeu G Memoria.
O domingo termina silencioso, como se tudo fosse um segredo e a noite lenta e enigmática me conduz às emoções mais profundas, as mais remotas, as densidades de todo sentimento e ressentimentos; chega um momento que tudo começa a se esvaziar e um buraco negro parece que ocupa todo o nosso universo interior, mas tudo deve ter um sentido; 'tudo tem um sentido'' grita um astronauta perdido nestas profundezas. é só um domingo que passa; isso pra quem não tem sensibilidade, pra quem percebe a violência se avolumando, o caos denuncia um apocalipse onde a humanidade é algoz de si mesma. descasquei uma banana, escrevi alguma coisa, mas os diálogos são sempre reticentes; o que pensam de mim não devia me perturbar tanto, mas não bloqueio essa inconveniência, nem disfarço a perturbação. algum dia vais compreender toda essa introspecção que me faz sorrir sozinho e todo o efeito desse silencio de alguns palmos e poucos minutos de espera... ah, eu não devia sonhar tanto, mas é isso que me mantém vivo, apesar de aumentar-me os pecados. "as manhãs ensolaradas têm menos brilho que a tua presença" Cecília talvez tenha algum poema com frase semelhante, mas essa é a marca legítima de um poeta romântico e anônimo; as paixões, os sonhos, os ideais me encantam; então imagino o sol caindo lentamente no horizonte, dourando nuvens esparsas num outono qualquer, alguém confidencia: "eu te amo". Deve ter acontecido muitas vezes, e muitas vezes ainda acontecerão; mas a mais bela das confissões fica presa num silencio obtuso, impressa num olhar piegas e insistente; pode parecer paradoxal, mas num mundo de zumbis também existiam anjos; e, a partir das quatro da tarde todos que passam em direção à praia, vão à cracolândia; era o que se passava na minha cabeça, e desde então o número de pedintes aumentava consideravelmente. A senhora com a camisa do mais querido do Brasil foi chegando, falando com as pessoas coisas que eu não ouvia com exatidão, mas já imaginava, era mais uma entre os pedintes que apareciam naquele horário; não tinha aspectos assustadores, mas só o fato de pedir já assustava, principalmente naquele horário. Falei-lhe em espanhol na tentativa de não ser compreendido para me livrar daquela inconveniência; ela respondeu e continuou falando em espanhol; me disse que era professora de história, e geografia, mas que tinha se contaminado com as drogas e então vivia daquele jeito. Falei-lhe de Deus, da Bíblia, dos preceitos cristãos; mas aquilo só detonava o que eu pudesse ter de esperança na humanidade; se as girafas que eu via na Quinta da Boa vista tivessem um pouco de sensibilidade, provavelmente elas se enforcariam, mas onde encontrar cordas e árvores resistentes para suportar o peso de uma girafa; e os ele
fantes... os elefantes jogar-se-iam do cristo redentor. Jocasta na varanda do nono andar, certamente contemplaria os moinhos de vento em Amsterdam, nem sei se seu nome é Jocasta, assim a chamo, porque de Jó ela nada tem, e casta ela não é; e como alguém de um condomínio em Belford Roxo contemplaria as flores de Amsterdã, só alguém muito distante, Jocasta; isso se ela não estivesse pensando em... meu Deus, melhor nem conjecturar essa hipótese. O "Dia" se encarregou da manchete: "jovem de 19 anos voa pra morte".
A segunda-feira chega lenta, consigo um poema e ainda sonho. Vejo a professora de história na escola onde o meu netinho leciona; parece que nem tudo está perdido, nem tudo está perdido; mas temos muito o que se procurar, temos muito o que se procurar dentro do que temos noção do que se tem de fazer e do que ainda não temos noção do que se deve ser feito. mas entre os folhetins, entre uma e outra viagem espacial, entre novelas que vão e vem, e renovam amores e remexem as saudades, descobertas, epidemias, pandemias; aparece esse feeling que ainda não tem rótulo, mas nos deixa alados e sonhamos, sonhamos, sonhamos... até que chega a nave... percebo a libélula, um alien assustador... eu tenho medo.
estou dando todos os sinais possíveis, mais parece que ninguém se importa, isso deixa tudo bem pior.
Nos preparamos para tudo debaixo do céu, menos para o dia inevitável da nossa morte, então preparas para encontrar com o Senhor teu Deus.
Um coração sincero e sábio reflete no que diz; quem fala tudo o que pensa não é sincero, mas sim um tolo.
Tudo tem seu tempo,
determinado pelo Eterno.
Às vezes, é preciso
que algumas coisas deem 'erradas'
para que você retorne
ao caminho certo.
Se, quando jovem,
eu soubesse
tudo o que sei hoje,
teria evitado muitas pessoas
e feito certas escolhas.
Mas assim é o tempo,
para o nosso aprendizado.
A liberdade irrestrita do "tudo me é permitido" revela-se ilusória ante o crivo da conveniência, pois a autonomia genuína reside não na licença para tudo, mas na sabedoria para discernir o que edifica e o que destrói. Outrossim, a verdadeira soberania do ser não se manifesta na permissão ilimitada, mas na firme recusa em ser escravizado por qualquer apetite ou influência externa.
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