Nem Sabes Chegaste quando eu te Sonhava Poema

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⁠" DEVO? "

Eu sei que essa proposta de paixão
tem lado bom, mas tem malícia, enfim!
Me ponho sem saber se eu digo sim
ou se é melhor, de cara, dizer não!...

O papo é meio brega, ruim, chinfrim,
e aponta um ego enorme, confusão,
que indica uma armadilha à ilusão
e pode dar dor-de-cabeça ao fim.

Porém, quem me propõe tem lá beleza,
um pé no luxo incauto da nobreza
e há grana na jogada a meu favor…

Sei lá se digo não, se sim… Que foda!
O romantismo, eu sei, caiu de moda
mas devo dar-me a tal sem ter amor?

⁠" DEMORA "

Eis que não vem! Demora! Pôxa vida!
Não sabe que eu aqui fico na espera
e que, esse atraso, só tristeza gera
por conta da paixão me concedida?!

O coração se agita, em mim se altera
por certo na saudade recebida
pulsando essa aflição tão descabida
e, dentro d’alma, pois, se desespera.

Ó vida! Fico aqui tão desolado
à espera de que voltes pro meu lado
pra que se me restaure a alegria…

Demora! Pôxa vida… Se esqueceu
de tudo o que, entre nós, já prometeu!
Vou eu morrendo as horas do meu dia!...

⁠Às vezes, tudo o que eu quero
é a calma simples da natureza,
longe do tempo que corre severo,
perto da vida em sua pureza.

Um entardecer de luz dourada,
o vento a dançar sobre a palha,
ao lado, uma mãe recém-chegada,
seus olhos de amor, sua cria que falha.

Existe no mundo algo mais belo
do que o milagre de um nascimento?
Longe do ruído, do aço e do flagelo,
somente a terra e seu firmamento.

Ali repouso, alma serena,
no abraço quente da imensidão,
onde a vida, singela e plena,
bate suave no meu coração.

Inserida por marcoantonio04

⁠" DESAFORTUNADA "

Eu vago a inércia do que chamam vida,
na incompreensão de ser quem deveria…
Se eu acordasse agora, morreria?
Custosa a volta! O quê dizer da ida?!

Vejo eu criança, mas cresci um dia…
E tudo, então, foi caos e despedida
quando a esperança fez-se por perdida
levando embora o riso e a alegria.

Estrelas, planetoides, astros tantos
e eu, pequenino, imerso nos meus prantos
serei poeira cósmica, mais nada?…

Quem sou? Que sou, na inércia itinerante
da vida me estendida por restante?
Ó alma inquieta e desafortunada!...

⁠" IMAGINO "

Te cravo os olhos meus! Eu te imagino
no mais secreto do meu pensamento
onde, em registro, crio ali, fomento,
a sede de querer-te e, ainda, assino!

Não tens ideia deste meu intento,
sequer de tudo o mais que aqui maquino
provendo, ao meu desejo, o seu destino
que, sem qualquer pudor, risco e o invento.

O bom do imaginário é que em secreto
o pensamento fica ali, discreto,
oculto aos olhos de qualquer pessoa…

Eu te imagino como quero, então,
na força redentora da paixão
e nem percebes que isso, em mim, ressoa!

⁠" ENCERRA "

Eu sou de São João da Boa Vista,
estado de São Paulo. Enfim, Brasil!
Sou filho dessa terra-mãe gentil!
Um poeta, um sonhador, quase um artista…

Banhada pelo sol num céu de anil
São João se curva à Serra da Paulista,
aos pés da Mantiqueira que, ao turista,
retrata sua beleza em bom perfil.

É terra de paixão, mulher bonita,
estrada do minério e da bauxita
que vem de Minas bordeando a serra…

Aqui me fiz, cresci, ganhei a vida,
amei com toda a força me estendida
e hei de morrer o verso que me encerra!

⁠" IDADE "

Beleza, charme, eu sei, não tem idade!...
Quem bem se cuida é prova contundente
de ser possível, fato que é evidente,
manter-se o belo até à maturidade!

É na alta estima que se vê patente
que o belo vai além da mocidade
e se preserva, sim, é bem verdade,
até o envelhecer, naturalmente.

Não te descuide, pois, nem te abandone
ou deixe que o viver te desmorone
no que há de belo em ti, dado em herança…

Presentes ficam, pois, charme e beleza
seguindo o que é normal da natureza
quer mesmo quando o tempo atroz avança!

⁠" COMIGO "

Eu sei que é bem difícil conviver
comigo, no trajeto desta estrada,
e que te sentes, pois, desamparada,
sem rumos pra poder me compreender!

Já fostes, muito mais, melhor amada
por outros companheiros do viver
e não mais queres nem sequer saber
se irás comigo nesta caminhada.

Só não descreias de que, nesse andor,
eu te acolhi no meu mais puro amor
querendo ser-te amigo e companheiro…

Difícil conviver com quem eu sou,
então, a tua paixão, enfim, cansou…
Jogado fui na val de algum boeiro!...

⁠A poesia me encontrou
A poesia se tornou o espelho
imponderável da minha verdade!
Serei eu tolo de versar a incoerência
Ou derramar lágrimas enganosas na tinta
que escorre entre os dedos
a poesia não julga,
tampouco acolhe quem quer que seja
A poesia desnuda
e te deixa a mercê de si mesmo
Ela está para o coração dos sensíveis
Ou lógica dos mais críticos!
A poesia é abundante
ao mesmo tempo pode imprimir falta
Subtraindo a certeza do sábio diante de
uma bela paisagem de infância!
Sigo firme na angústia em declamar a
palavra que ainda desconheço
E fazer dela meu espaço seguro!
Cujos gritos se juntam aos sussurros
de meus pensamentos!

Inserida por Dangabriel1993

⁠" IMAGINÁRIO "

Eu busco, no prazer do imaginário,
o encontro de nós dois, a qualquer dia,
e vivo, ali, tão doce fantasia
mantendo o amor presente por cenário!

Vivemos, do desejo, essa magia
irreverente, de um querer diário,
sem restrições quaisquer! Pelo contrário:
em liberdade plena, audaz, bravia!

Te entregas como entrego-me: sem medo!
Deixamos que o prazer nos dite o enredo
e cumpra o seu destino nos traçado…

No imaginário, eu busco-te à vontade
porquanto esse querer me toma, invade,
e, ali, gozamos todo o amor arfado!

⁠Não nasci no sertão , mas tenho certeza que de lá eu vim de outrora .
Não nasci no sertão , mas me sinto filho da terra .
Não nasci no sertão mas amo sentir o sol o ar que entrelaça meus pulmões que só o sertão tem .
Não nasci no sertão mas amo o cheiro que as chamas trazem diante do braseiro.
Lugar onde encontro a paz e o sossego que minha alma precisa .

Inserida por webert_ramalho

⁠" EU DUVIDO "

Te quero! Mas… Me queres? Eu duvido!
Não tenho aqui cacife ao teu dispor
nem nada além de mim pra te propor,
o que não te parece ter sentido!

Por que darias, pois, qualquer valor
a quem, na vida, só tem padecido
embora, bravamente, resistido
a não se dar, se não for por amor?!...

Deixei meus sonhos todos pela estrada,
os bens, os familiares de jornada,
e só tenho a poesia em companhia…

Me queres, pois, como te quero, enfim?
Duvido! Não há mais valor em mim…
Não sou aquilo que eu já fui um dia!

⁠" TÁ FRIO? "

Eu sou do sol, do céu azul, calor,
da pele exposta ao bronze de verão
e ter, no corpo inteiro, a sensação
da liberdade entregue ao seu sabor!....

Sou eu por lenha seca na paixão
e combustível pronto para o ardor
que se fizer, por chama de um amor,
presente no teor da relação.

Aqueço a carne, o peito, em fiel carinho
chegando como a aurora, de mansinho,
num dia ensolarado sobre a areia…

Tá frio? Chegue mais perto e corra o risco
de se abrasar comigo em meu aprisco
e se embromar de amor na minha teia!

⁠" NASCER DE NOVO "

Se eu não nascer de novo, resta a morte
e o fim de tudo o que foi prometido!
Melhor seria não ter, cá, vivido
do que viver entregue à própria sorte!

Que importa, as intempéries, ter vencido
e ver que me fizeram ser mais forte?
Talvez, para outro alguém, tudo isso importe
mas, para mim, há mais a ser vivido.

Morrer para nascer de novo! Em vida!
É o abraçar da graça recebida
por meio de quem já venceu a cruz…

Me resta a morte, sim, das pretensões
que tomam conta, aqui, dos corações
e o renascer nos braços de Jesus!

⁠Entendimento inconcluso
A última das certezas repousará no esquecimento
Serei eu tolo de bradar coragem no desconhecido
Sinto a memória como força vital e sigo em margens seguras
Pois o futuro tem pressa em ser anunciado
Mas só aceito vê-lo,
se trouxer consigo o novo !

Inserida por Dangabriel1993

Parada de trem

⁠Eu espero um trem
Não sei que hora ele passa
Desse trem, eu sou refém
Sinto que estou esperando uma farsa
Porém, eu quero prosseguir
Quero, no meu destino chegar, conseguir
Mesmo que todos me digam que não
Até mesmo o maquinista diz que não há salvação
Todavia, ainda o espero, sentada, ansiosamente
Ali fico, horas, dias, meses...
Ainda que me sinta desencorajada, ignoro minha mente
Penso, reflito muito, penso em mil hipóteses
Ainda sim, teimo em não ver a razão
Afinal, que coisa mais desnecessária
Preciso apenas seguir meu coração
É apenas uma incerteza temporária
Após muitos meses, vejo o trem no horizonte
O vejo a alta velocidade, pelo monte
Me emociono tanto, que escorrego e caio no trilho
Eu perco completamente meu brilho
O trem, corre em minha direção
A maquinista nem tenta frear
Embriagada, ela fala: "Acho que não"
Ela diz, antes de me atropelar

Inserida por monile

⁠" SOCORRO "

Socorro eu peço! Volta-me a atenção
e dá-me um pouco do que tens guardado
no afeto, para um outro, reservado
por mais que isso pareça-te ilusão!

Careço deste amor desperdiçado
que doas, sem motivo ou pretensão,
a quem nem sabe lá o que é paixão
nem retribui do que lhe tens doado.

Perceba-me um instante! Morro a dor
de não saber falar-te deste amor
que me consome inteiro, a cada dia…

Te peço, pois, socorro! Dá-me alento
enquanto aqui pereço, aos poucos, lento,
na fome de te ter… Hoje, agonia!

⁠" ESCOLHO "

Escolho, eu, não saber do que inda incerto
deixando que o futuro se desnude
no tempo, na medida, na amplitude
e, de qualquer desejo meu, liberto!

Prefiro, sendo assim, que nada mude
por não sabê-lo claro, a descoberto,
exposto, na incerteza, a céu aberto
vivendo-o, a cada instante como pude.

Não mudarei-lhe as cores da aquarela
nem fecharei-lhe as folhas da janela
apenas porque o olham com temor…

Eu, não saber, escolho! É meu direito…
Ele há de vir a mim sábio, perfeito
e, ao fim, trará consigo, e só, o amor!

⁠Eu observo tudo. Reparo nos detalhes, nas ações de todos à minha volta — cada um com suas ambições, seus objetivos. Alguns são movidos pelos próprios sonhos. Outros, pelo ego.

Quando encaro meu reflexo, percebo: sou movida apenas pelo medo.
O medo de fracassar me atormenta. Ele alimenta a minha obsessão — essa necessidade constante de ser perfeita, de me aperfeiçoar em tudo, de me destacar dos demais.

Meu medo me dá um desejo incansável de ser a melhor em tudo, de superar a todos.

Eu quero ser excepcional.

Inserida por OceanLy

⁠Se me perguntassem sobre a morte,

eu sussurraria teu nome.
Diria que ela tem o tom dos teus olhos,
a maciez dos teus cabelos ao vento,
e o doce encanto do teu sorriso —
aquele que cala o mundo e acende o meu.

Sabe por quê?

Porque eu morro um pouco a cada dia:
quando penso em ti com a alma inteira,
quando a saudade me beija o peito,
quando teu silêncio pesa mais que mil palavras,
e até quando teus olhos me encontram
em um breve acaso do destino.

Morro por sonhar contigo
e por acordar sem teu abraço.
Por querer teu cheiro nas manhãs,
tua voz nas madrugadas,
tua presença onde só há ausência.

Meu coração tropeça nas batidas
só por te amar assim —
tão fundo, tão forte, tão meu.
E ainda que me doa,
a única morte que conheço
é não ter-te aqui no meu mundo.

Inserida por marcoantonio04