Nascimento
A mulher, quando se torna mãe, desnuda o segredo da criação. O ser mãe revela-se no ato do nascimento e leva a mulher a verdadeira consciência do seu papel divino ao dividir com Deus o dom supremo da sua obra maior.
Mulheres sentem a dor do parto de um filho duas vezes: quando ele nasce e o dia que ele sai de casa.
Gênese Poética
Cada poema de um escritor é como um filho que foi gestado com carinho em seu sagrado ventre poético. Às vezes, o processo de gestação é demorado, outras vezes não. Quase sempre o parto é natural e sem nenhuma dor. No instante do nascimento, se cria um vínculo emocional eterno entre o poema e o seu autor. Vínculo este que nem o tempo desfaz. Depois de parir, a escolha do nome é um dos momentos mais emocionantes, seguido do registro em seu nome. Como toda mãe zelosa, um escritor não admite que toque em seus filhos. Se quiser arrumar briga com ele, pelas próximas dez encarnações, basta tocar em um fio de cabelo do seu filho. Então, não tente tomar para si um poema dele.
O mundo é um poço de miséria, maldade, sujeira e sofrimento; esse poço não tem fundo;nascemos em prantos, e logo um médico idiota qualquer, que ainda acha que pode ter algum poder sobre a vida e a morte nos dá umas palmadas no traseiro, como para salientar que o inferno mesmo é aqui.
Engana-se quem pensa que nascemos uma única vez. Todos os dias temos a difícil tarefa de dar vida a uma parte nossa que o tempo matou.
Tem dias que minha saudade vai lá na maternidade. Exatamente quando saíamos e eu te carregava em meu colo. Você era real agora em meus braços. Minha fantasia sobre quem você era e como seria em pessoa se acabaram. Você que mudou a minha vida.
Feto, um Afeto de Fato,
Um ventre é seu leito,
Um Amor sincero
que começa a ser gerado,
cada mês, mais forte
e vai se desenvolvendo rápido
até chegar o nascimento,
momento mais que esperado.
Na verdade, a data certa é desconhecida, mas com certeza, o dia que ocorreu foi de suma importância, uma das grandes provas do amor de Deus, quando nasceu o menino Jesus, A Luz de Esperança para este mundo finito, onde o mal não descansa, então, aquele nascimento trouxe consigo um bem grandioso, imprescindível para a salvação humana, uma ocasião muito especial, consequentemente, que o simbolismo do Natal seja sempre trazer esta lembrança e que tenhamos uma conduta como o respectivo reflexo atemporal.
Que o espírito natalino seja frequente, que Cristo seja sempre lembrado, considerando que o seu nascimento foi um presente e que o seu sacrifício foi para que o seu povo fosse salvo, portanto, que o amor se torne cada vez mais evidente, que o amar o próximo não seja falso, que o mal não seja tão recorrente e que o coração seja imensamente grato.
Ela tinha só dezessete
Sonhos guardados num canto da pele
Um amor que parecia céu
Mas voou sem olhar pro papel
Dezoito luas e um coração
Já pulsava em outra direção
O segundo veio como canção
E o terceiro… quase em contramão
No hospital, disseram: "ainda não"
Mas a vida não lê previsão
Na sala de estar, rompeu o silêncio
Entre gritos, mãos, e um sopro do tempo
A mãe ao lado, o irmão no fio
E os anjos chegaram no instante exato
Cordão cortado, o mundo girou
E uma estrela ali se revelou
Num lar de coragem, nasceu a flor
De uma mulher que é puro amor
Ela aprendeu a fazer do dia
Mais que rotina, era poesia
Com três línguas, ela ensinou
Que amor tem tom, mas não tem cor
Fez do trabalho seu próprio chão
E do passado, construção
Com olhos firmes, alma em paz
Ela seguiu, sem olhar pra trás
Pois quem nasce da dor e renasce em si
Já carrega o dom de resistir
Na sala de estar, rompeu o silêncio
Entre gritos, mãos, e um sopro do tempo
A mãe ao lado, o irmão no fio
E os anjos chegaram no instante exato
Cordão cortado, o mundo girou
E uma estrela ali se revelou
Num lar de coragem, nasceu a flor
De uma mulher que é puro amor
Ela é terra, é raiz
É promessa que se diz
É força que ninguém vê
Mas que move o amanhecer
Na sala de estar, o milagre brilhou
Entre lágrimas, vida se revelou
Três caminhos, um só farol
Uma mãe que escreveu seu próprio sol
Cordão cortado, mas nunca o amor
Que a fez crescer, ser ainda maior
Num lar de coragem, nasceu a flor
De uma mulher que é puro amor
Ter nascido há dez mil anos atrás não foi um privilégio de Raul Seixas. A diferença é que nem todos nós sabemos demais.
Havia 40 milhões de probabilidades de nascer outro e foi você. Esse é o único milagre que existe lá em cima. Provavelmente viemos do nada e vamos para o nada. É preciso se comprometer com a vida.
PARTO
Do aconchego de um ventre
Nasceu em meio a seus medos
Com sua tarefa ingente
De os transformar em sossego
Foi essa sina premente
A que gestou este Alfredo.