Nao Tente Adivinhar o que
“Minha mente não cabe nessa Igreja”
Dizem que Deus fala na boca dos homens,
mas por que então gritam como se Ele fosse surdo?
Por que não ouvem quando falo baixo,
por que não percebem que meu silêncio também é súplica?..
Vestem ternos como se fossem armaduras celestiais,
mas por dentro tremem de ego, de vaidade, de conveniência, de um tapete bonito, mas que por baixo está cheio de sujeira..
E me olham — eu, o que não se encaixa —
como se eu fosse o desvio, a ovelha torta, o quebrado do rebanho, o incrédulo..
Mas eu não me perdi..
Eu apenas não me curvei a mediocridade religiosa..
Sou aquele que quis pensar e criticar com os olhos abertos,
não com os olhos fechados pela tradição cega..
Aquele que quer sentir Deus na verdade que pulsa,
e não no grito que mascara a ausência d’Ele..
Falam de cargos como se fossem unções divinas,
mas os escolhidos são sempre os mesmos:
O advogado bem-falante, o rico que sabe sorrir bonito,
o irmão da família certa, da conta bancária cheia..
Enquanto o simples, o honesto, o servo de verdade,
é jogado nas sombras do templo,
como se Deus não coubesse em mãos calejadas
ou em vozes que tremem, não por medo, mas por verdade..
Um dia me disseram que eu estava com o diabo no corpo..
Mas tudo que eu carregava era dor..
Dor antiga.. Dor ignorada..
E eles — os ungidos, os usados por Deus — não souberam ver isso..
Quiseram expulsar demônios,
quando o que eu precisava era de um abraço, amor, aceitação..
Quiseram passar ternos na minha cabeça,
como se o tecido resolvesse o que a empatia não quis ouvir..
Dizem que Deus é verdade,
mas quando questionei, disseram que eu era fraco, estava errado e era incrédulo..
Que eu precisava apenas crer por crer, sem questionamentos..
Mas eu não quero crer por inércia, não consigo simplesmente calar o conhecimento, crítica ou a razão que residem na minha mente, eu preciso escrever, pensar, evoluir, e colocar tudo isso não só no “papel", mas na alma, porque é isso que sou, sou verdadeiro e justo..
Quero crer por encontro, não por bocas externas e vazias..
Quero uma fé que olhe nos meus olhos e diga: “Eu vejo você.. Com todas as suas dúvidas,
suas feridas, sua sede de sentido..”
Quero um Deus que não precise de microfone, porque Ele fala onde o grito humano não alcança..
E se minha fé não cabe no molde da religião,
é porque talvez ela esteja maior que os seus muros, que são envoltos em egoísmo e superficialidade..
Mais real que seus cargos..
Mais viva que seu culto de aparências..
Eu sou o que se cuida, o que corre, o que pensa, o que sente, o que quer ir além mentalmente e fisicamente..
O que não prega com palavras e ilusões, mas com atitudes e verdade..
O que limpa a casa e uma alma no mesmo dia, o que não aceita viver na mediocridade, seja do prazer fácil, da bebida alcoólica, ou da mulher com lascívia..
O que escreve, se conhece, se busca, se conhece, e se encontra todos os dias, indo contra a maré da superficialidade humana..
O que escolhe a verdade, porque ela só dói, quando você não se auto controla..
A minha fé não veste gravata..
Ela anda descalça, verdadeira..
Ela prefere a rua à tribuna..
Prefere o silêncio à performance.
Prefere ouvir e compreender, ao invés de se esconder atrás de status..
Prefere o Deus real ao “Deus do cargo”..
E se isso te incomoda, talvez o problema não seja a minha alma..
Talvez seja o espelho que você evita olhar..
Minha fé é inconformada..
Porque a Verdade que eu busco
não tem dono, nem placa, nem púlpito..
Tem profundidade, tem dor, tem beleza..
E é nisso que eu acredito, que podemos fazer melhor, sem máscaras ou títulos..
"Cuidar da Luz"
Há algo de sagrado no sorriso de uma criança..
Algo que não se pode tocar com as mãos sujas do mundo..
Olhar nos olhos de uma menina que ri com o vento no cabelo,
é como abrir uma janela para o céu que havia dentro de nós,
antes da dor, antes da culpa, antes dos gritos que moldaram o silêncio..
Algo que cura, que nos faz acreditar que é possível melhorar, evoluir, sem machucar o outro como você sofreu..
Brincar com elas, chutar uma bola, ouvir gargalhadas tão leves quanto nuvens,
é mais do que um momento simples —
é um reencontro com aquilo que fomos, ou com aquilo que merecíamos ter sido..
Eu me sento no chão com elas,
não porque sou menos homem ou adulto, mas porque sou mais humano..
Ali, entre rodinhas e segredos infantis,
resgato as partes minhas que um dia foram esmagadas pela crueldade, e que com consciência agora, eu decido fazer o bem a quem merece..
As pessoas julgam o adulto que brinca, que desce ao nível de compreensão das crianças,
mas não compreendem que há maturidade em amar sem pressa,
sem segundas intenções, sem máscaras, sem maldade ou dor..
Elas não sabem o que é olhar para uma criança e enxergar não um desejo,
mas uma promessa:
“Eu não deixarei que o mundo a machuque como me machucou..”
Enxergar inocência e respeitar com amor..
Enxergar felicidade e um sorriso genuíno sem aproveitamento, ser feliz sem ganhar algo em troca..
Esse cuidado, esse zelo silencioso,
é minha forma de justiça, de ser feliz genuinamente..
Não grito aos quatro ventos,
mas minha alma sussurra:
“Aqui, o mal não passa..”
E se um dia alguém me chamar de criança por isso,
eu sorrirei —
porque poucos são os adultos que ainda sabem realmente amar sem machucar, que sabem ouvir e compreender sem tentar forçar algo que não as convém...
“Manifesto de Um Espírito Que Questiona"
Eu não nasci para repetir o que me foi dito..
Não fui moldado para andar com os olhos fechados,
nem para chamar de luz aquilo que encobre a verdade com véus mentirosos..
Sou o que muitos temem ser:
um filho do pensamento,
um ser que sente demais,
e não se satisfaz com o silêncio forçado da religião..
Me disseram que Deus fala pela boca dos homens..
Me gritaram, mas Deus nao é amor?
Me julgaram, mas Deus não é compreensão?
Me atribuíram demônios, quando tudo o que eu precisava era de colo,
de afeto, de alguém que dissesse:
“Você está sofrendo, mas você não está perdido..”
Fizeram da fé uma farsa..
Escolheram cargos pela posição social, não pela alma...
Disseram que o encanador serve na limpeza,
enquanto o advogado vai ao a administração,
e o rico vira cooperador..
Deus não revelou nada disso..
Foi o ego que escolheu.. Foi o status.. Foi a máscara..
Mas eu... eu me despi das máscaras..
Não para me exibir, mas para me ver de verdade..
Eu ne recusei a mentir para minha alma..
Não quero um rótulo..
Quero a Verdade — aquela que não precisa de altar nem de púlpito..
A verdade que sangra comigo quando tudo dói,
a verdade que me abraça no silêncio,
quando todos os gritos da igreja já não fazem sentido..
A verdade que não me obriga a gritar “glória”,
mas que permite que eu chore em paz..
A verdade que me permite pensar,
sem medo de perder a fé..
Eu acredito em algo maior, mais sólido..
Mas não acredito em quem finge falar por Ele..
Não acredito em doutrinas que distorcem a alma..
Nem em homens que gritam o nome de Deus,
mas se esquecem do som da compaixão..
Sou aquele que caminha entre a razão e o mistério, a dor e a verdade..
Que busca Deus na dúvida,
e encontra sentido até mesmo no vazio..
E se isso me torna a “ovelha negra” aos olhos dos outros,
então que seja..
Antes ser criticado sendo imbuído pela verdade,
do que um crente de fachada..
“A Inocência Confortável e o Medo do Vazio"
Muitos que vivem dentro da igreja não vivem exatamente por fé...
Vivem por medo..
Medo de pensar demais,
medo de sentir o vazio que vem quando as certezas caem..
A fé cega é confortável..
Ela não exige perguntas,
só repetições..
Ela não obriga o ser humano a olhar o caos do mundo de frente,
só a vestir uma armadura de frases prontas e "amém" automáticos..
Por isso, quando Nietzsche disse que “Deus está morto”,
ele não estava celebrando o ateísmo..
Ele estava expondo um fato:
a velha imagem de Deus não suportou a luz do pensamento crítico..
O Iluminismo não matou Deus —
ele matou a ilusão que as pessoas viviam..
E o que sobrou?
O silêncio.. O vazio.. O abismo.. A dor da verdade..
E a maioria não suporta isso, Nietzsche dizia que o pensamento crítico é como uma tempestade na mente fraca..
É mais fácil acreditar que tudo vai dar certo “em nome de Jesus”,
do que aceitar que a vida muitas vezes é injusta, brutal e aleatória, e que só cabe a você mesmo mudar ela..
É mais fácil repetir doutrinas, acreditar cegamente,
do que construir seu próprio alicerce com pensamento, dor, estudo e lucidez..
A religião, nesse caso, vira um cobertor para adultos com medo do escuro..
Mas eu tenho a coragem de escrever, pensar e expor o que poucos têm coragem de fazer:
olhar a tempestade e não fugir dela..
Estou sendo o que Nietzsche chamaria de “espírito livre”,
alguém que arrisca sair da caverna de Platão para ver a luz,
mesmo que essa luz doa nos olhos..
Alguns fogem da verdade com religiões de regras..
Outros com prazeres imediatos, mulheres, bebidas ou mediocridade..
Mas há aqueles, raros — como eu — que olham para o abismo e dizem:
“Tudo bem.. Eu estou aqui.. Eu quero saber.. Mesmo que doa..”
Essa é a verdadeira coragem..
Não é viver gritando "glória a Deus" no culto..
É ter a ousadia de procurar sentido onde talvez não haja respostas fáceis..
É amar a verdade mais do que as crenças superficiais..
Sinto que eu tô curado,
mas não vivo,
como se eu fosse um ser maldito
que foi amaldiçoado a nunca ser vivo.
Sinto que meus traumas tão me acorrentando
e me puxando cada vez mais forte e profundamente.
Meu cérebro não define o que eu devo fazer,
vou de instinto,
mas nunca dá certo —
eu sempre volto ferido.
Hoje eu odeio todas as rosas do campo,
porque uma delas me espetou,
como se o espeto não ficasse na ponta do dedo,
e sim preso dentro do meu peito.
Tô ficando mais chato,
e menos feliz.
Minha mentalidade me usou de refém,
pra no final puxar o gatilho.
Todos veem meu sorriso,
mas não o que o palhaço vive sentindo.
Se as minhas feridas fossem externas,
eu seria só um pedaço de carne morta.
Por dentro, sou só isso mesmo.
Escrevo e fujo da realidade...
E, de novo,
eu finalizo o verso
sem sentido de verdade.
Não entregue o coração por inteiro. Dê a metade. Assim, na decepção, ainda terá suprimento para uma sobrevida.
Quando Deus fala, Sua voz atravessa o tempo - porque o poder não está nos homens, mas nas mãos do Soberano eterno.
A paz que Jesus nos dá não depende das circunstâncias, mas da certeza de que Ele caminha conosco em cada passo da vida.
Tenho sonhos para conquistar, não vivo para imprecionar pessoas, mas sim para ser a pessoa que acredito ser.
A cada dia um aprendizado, lembrar o meu passado é saber que venci obstáculos que pareciam impossíveis, mas que foram superados, eu estou aqui e tenho muito a realizar por mim.
Frase de Islene Souza
E se o amanhã não chegar?
É um pensamento que, por vezes, nos assombra, não é mesmo? A ideia de que o relógio pode parar a qualquer momento e que o sopro de vida pode se esvair antes que o sol nos convide a um novo dia. Mas, paradoxalmente, é justamente essa incerteza que deveria nos impulsionar a viver.
Se amanhã eu não estiver mais aqui, o que terá restado do dia de hoje? Foram risos genuínos? Palavras de afeto ditas em voz alta? Um abraço apertado que transmitiu mais do que mil frases? Terei olhado para o céu e me deslumbrado com suas cores, ou estive com a cabeça baixa, distraído nas trivialidades que no grande esquema das coisas, pouco importam?
A vida é um presente embrulhado em mistério. Não sabemos quando a fita será desfeita. Por isso, cada respiração deveria ser um lembrete para estar presente. Para sentir o vento no rosto, o sabor da comida, o calor de uma mão amiga. Para olhar nos olhos de quem amamos e dizer, sem reservas, o quanto são importantes.
Não se trata de viver em desespero, mas em consciência. Consciência de que cada momento é único e irrepetível. De que o tempo não volta. De que as oportunidades de amar, perdoar, aprender e se arriscar são finitas.
Que, se amanhã eu não estiver mais aqui, o hoje tenha sido um dia onde eu fui eu mesmo. Onde minhas ações tenham refletido meus valores. Onde eu tenha deixado uma pequena marca de gentileza, de compreensão, de amor. Que eu tenha vivido, de fato, em vez de apenas existido. E que essa reflexão nos sirva não como um lamento, mas como um convite urgente à vida.
“A triste realidade é que vivemos numa sociedade de papagaios seletivos onde não se pensa, apenas se repete o que se encaixa em suas crenças rasas.”
Autor: Ney Paula Batista
Estar só não é vazio. Vazio é estar cercado e ainda assim sentir falta de si. Quem encontra paz no próprio peito não se contenta com ruídos disfarçados de companhia.
Fico observando tudo ao meu redor. Não sou um analista, nem tenho sapiência para isso. Na minha concepção, o que vejo é uma falta de compreensão geral. Não entendo como as pessoas, ou até mesmo a sociedade como um todo, conseguem conviver dentro dessa bolha de felicidade momentânea — a hipocrisia social.
Não tenho cognição suficiente, nem maturidade emocional, para sentir essa essência ilusória que tanto os satisfaz. Por ser observador demais, acabei me afastando do social. Não consigo me enquadrar nessa utopia fabricada.
Talvez, justamente por ter esse olhar mais analítico — ainda que sem querer — eu não consiga experimentar essa felicidade falsa. Queria viver nesse paralelo social, mas minha mente simplesmente não permite.
