Nao sou uma Pessoa que Espera a Elogiar
Mudo muito rápido de opinião, não sei se dá pra traçar um perfil de mim pelo que escrevo mas sim pela frequência que minhas idéias mudam.
Você não pode viver a vida para agradar os outros. A escolha tem que ser sua.
Eu sinto que estou ficando mais distante a cada dia, as coisas que antes fazia para me entreter não adiantam mais, uma das poucas coisas que eu sinto é esse vazio imenso que não sei como preencher.
Quando percebo que alguém não gosta de mim gratuitamente, não sinto raiva, sinto pena!
— Muito me sensibiliza constatar que essa pessoinha, coitada, está pior que eu pensava...
Gosto de dizer ainda que a escrita é para mim o movimento de dança-canto que o meu corpo não executou, é a senha pela qual eu acesso o mundo.
Vencedor é todo aquele que, ao contemplar o pôr-do-sol, não precisa recorrer, covardemente, ao emprego do 'futuro do pretérito'. Ex: Hoje eu 'poderia' ter feito mais pelos meus sonhos.
É porque sentimos dor que valorizamos tanto a alegria. Além do mais, não há um ser humano que não tenha vivido a dor. E se houvesse, ele não saberia também o que é alegria.
Para aqueles que acreditaram no fim do mundo e para aqueles que não acreditaram: nosso mundo acaba várias vezes no espaço de uma vida. Mas sempre temos a chance de recomeçar, dando outros sentidos para as marcas que carregamos, sentidos que nos permitam criar novas versões de nós mesmos ou pelo menos olhar para a atual com mais generosidade. Um dia, porém, o meteoro chega. E chega para todos, sem que nenhum de nossos tremendos esforços e vastas ilusões seja capaz de mudar o final.
São muitos os pequenos fins de mundo – e desconfio que os grandes apocalipses nos distraem dessa verdade, como tantas outras manchetes em neon que nos cegam dia após dia. É um pequeno mundo que acaba quando já não podemos contar com a ignorância que nos fazia viver como se houvesse sempre amanhã. É um pequeno mundo que acaba no primeiro cabelo branco ou na primeira queda, na primeira ruga ou na primeira dor na coluna. É um pequeno mundo que acaba no momento em que percebemos que já não seremos bailarinas clássicas ou jogadores de futebol ou escreveremos o romance que mudará a história da literatura universal ou faremos a descoberta que nos levará ao Nobel – no exato instante em que descobrimos que precisamos adaptar nossos grandes planos. (...)
A cada um desses pequenos apocalipses temos a chance de recomeçar. Partidos, aos pedaços, às vezes colados como um Frankenstein de filme B. Enquanto o meteoro não chega há sempre um possível que podemos inventar. Se os anúncios de fim do mundo servem para alguma coisa, além de fazer piadas e encher os bolsos de alguns espertos, é para nos lembrar de que o mundo acaba mesmo. Não em apoteose coletiva, com dia e hora determinados, mas na tragédia individual, sem alarde e sem aviso prévio, que desde sempre está marcada na vida de cada um de nós.
Meus votos de Natal e Ano-Novo pós-apocalipse são: não adiem os começos, porque o fim já está dado.
depois de tanto insistir, tento não me guiar pelas águas turvas do medo, porque faço da vida morada dos meus sonhos e transformo os meus desejos mais íntimos em possibilidades infinitas. Entrego-me a fluidez dos instantes e deixo o tempo transcorrer a seu critério, mesmo desejando, algumas vezes, que ele passe bem depressa e satisfaça a minha ansiedade de descobrir antes dele as respostas para as minhas tantas perguntas.
Te amo
Te odeio
Te venero
Te desprezo
Isso
Resume
O que sinto
Por você
Não estamos
Ligados
Já há algum
Tempo
E isso
É como
Veneno
Que mata
Aos poucos
Se fosse
Pra morrer
Deste jeito
Preferia
Ter ficado
Com você.
Não leio palavras nos teus olhos
mas vejo com a sua luz
um tempo de céu
um paraíso
um mar que me seduz
Não leio palavras nos teus olhos
leio a prata dos silêncios
e o barulho dos sentidos
Me deixem.
As pessoas acham que ando deprimido. Não vou desmentir, prefiro deixar assim, é até bom. Os deprimidos podem agir de modo esquisito e não precisam justificar suas bobagens o tempo todo. Ele é um deprimido, quem se importa? Recebam meu recado: eu até que estou indo bem. Somente descobri que, no momento agora, só consigo ir com as caras que nunca mais verei, só consigo me apaixonar pelo que assumidamente é feito de pó. Não faça como o resto da cidade, não ultrapasse meu semáforo depois que já fechou. A pressa é inimiga da direção. E a gente se vê, ainda. Promessa.
A má notícia é que, a julgar pelo meu entusiasmo nos últimos dias, morri. Até já decidi minha lápide - "Viveu lutando pelo amor e as sensações que valem a pena ser vividas. Fracassou miseravelmente." - O que você acha? Nem tô, na verdade. Me deixem.
A boa notícia é que não perdi o telefone de ninguém, apenas minhas falas teatrais dentro do grupo não fazem muito sentido nesta temporada. Ando menos polissilábico, menos colorido, menos espalhafatoso, menos vaidoso, menos inventado. E não consigo ver onde está meu erro.
Falando sério, tenho andado bastante sozinho, sobretudo ultimamente. É um tempo de agitações, de ímpetos de impaciência, ansiedade e mau humor. Contando com a resolução das coisas, que chegue logo um futuro que sei que virá, sabendo que nada mais depende de alguma ação minha. Só da minha habilidade em esperar. E isso me lembra que não há mais com quem contar, além do tempo. Que ando meio sozinho e assim eu quis, de certa forma.
Será tão errado assim brincar de perder tudo, algumas vezes por ano? Quase tudo, você ainda tem seu chá de capim-cidreira e todas aquelas canções em MP3 da Joni Mitchell para catalogar, os dois novos livros do John Fante para deglutir.
Pode não ser uma parte boa da minha vida, assistindo de fora. Mas não consigo sentir isso justamente porque não é tempo de sentir muita coisa. São apenas experiências com o estoicismo, fora isso, como eu disse, estou legal. Não perca tempo com preocupações ou sentindo saudades. Saudade é um amor que chegou atrasado após dormir demais.
E eu tenho tentado dormir demais, querendo me congelar para o futuro melhor. Um futuro bom, assim como foi bom esse nosso passado. É o presente que não estou sabendo como viver. Acredite, hoje, estamos melhores separados. Ou, ao menos, mais verdadeiros.
Há situações da vida que pessoalmente não entendo e teologicamente não explico. Mas em Fé confio que nada foge do controle do Justo e Soberano Deus.
