Nao quero mais Andar em Circulos

O prazer em si não é vício.

Um banco é um lugar que te empresta dinheiro se conseguires provar que não necessitas dele.

No fundo, talvez o problema da pátria não passe de um problema de linguagem! Onde quer que se encontre, aonde quer que vá, o homem continua a pensar com as palavras e com a sintaxe do seu país.

Pois bem, que é que o autor coloca nos seus livros? O que ele não é e gostaria de ser, como nos sonhos. Os livros são desejos recalcados, atos falhos.

Não existe prazer que não diminua ao ser conhecido.

A fatalidade não é senão aquilo que nós queremos.

Não seria maravilhoso se a nossa mente roncasse como o nosso estômago faz quando está com fome?

O espírito condena tudo o que não inveja.

Os mortos desconhecidos não viveram nunca.

O grande prazer que nos dá falarmos de nós próprios deve fazer-nos recear não darmos nenhum aos que nos ouvem.

Um escritor não lê os seus colegas: vigia-os.

Os fatos são como os sacos; quando vazios não se têm de pé.

Não querer associar-se senão com aqueles que aprovamos em tudo é uma quimera, é mesmo uma espécie de fanatismo.

As injúrias são os argumentos daqueles que não têm razão.

Nós não o conhecemos, mas sentimos: existe um irmão barco para a nossa vida que leva uma rota completamente diferente.

O Brasil está crecendo apesar do Brasil e não por causa do Brasil.

Os ricos pretendem não se admirar com nada, e reconhecem, à primeira vista, numa obra bela o defeito que os dispensará da admiração, um sentimento vulgar.

O desejo transforma o ser de que nos aproximamos num monstro que não se parece com ele.

O homem: um milímetro acima do macaco quando não é um centímetro abaixo do porco.

Quando um escritor se transforma num clássico, já não há necessidade de lê-lo: basta citá-lo.