Nao Mereco esse Amor
Eu já não tenho mais idade para fazer de conta. Eu não quero fingir. Eu não posso fingir que isso aqui é um castelo, que nós somos mágicos e encantados.
Mas, por ora, não existe futuro, não existe passado, não existe o tempo, eu olho a chuva pela janela e ela existe lá fora, eu não existo aqui dentro.
Tudo aquilo que não podemos incluir dentro da moldura estreita de nossa compreensão, nós rejeitamos.
Tudo compreender não é tudo perdoar. A psicanálise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que devemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado. A tolerância para com o mal não é de maneira alguma um corolário do conhecimento.
A multidão procura o líder não por sua causa, mas por sua influência; e o líder vai recebê-los por vaidade ou necessidade.
As pessoas com mais idade já têm opiniões formadas sobre todas as coisas e já não vacilam, não hesitam perante as dificuldades da sua vida. A nós, os jovens, custa-nos manter-nos firmes nos nossos pareceres por vivermos numa época em que mostra pelo seu lado mais horroroso, em que se duvida da verdade, do direito, de Deus.
Para que escrevo? E eu sei? Sei não. Sim, é verdade, às vezes também penso que eu não sou eu, pareço pertencer a uma galáxia longínqua de tão estranho que sou de mim. Sou eu? Espanto-me com o meu encontro.
Tem gente que não gosta de segunda-feira. Eu adoro. Acho que tem cara de recomeço, de pé direito, de cheirinho de coisa nova. É mais uma oportunidade de fazer as coisas de um jeito diferente. E melhor. Por isso, desejo uma segunda sem cara feia, sem problemas, sem pensar que ainda faltam muitos dias para a sexta chegar. Uma segunda com amor, fé, vontade e alegria.
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
Ah! minha Dinamene! Assim deixaste
Quem não deixara nunca de querer-te!
Ah! Ninfa minha, já não posso ver-te,
Tão asinha esta vida desprezaste!
Como já pera sempre te apartaste
De quem tão longe estava de perder-te?
Puderam estas ondas defender-te
Que não visses quem tanto magoaste?
Nem falar-te somente a dura Morte
Me deixou, que tão cedo o negro manto
Em teus olhos deitado consentiste!
Oh mar! oh céu! oh minha escura sorte!
Que pena sentirei que valha tanto,
Que inda tenha por pouco viver triste?
Quem não critica o que crê não lapidará suas crenças, quem não lapida suas crenças será servo de suas verdades. E se suas verdades forem doentias, certamente será uma pessoa doente.