Nao me Conte seus Segredos

Cerca de 594883 frases e pensamentos: Nao me Conte seus Segredos

Não viva de aparências, elas mudam. Não viva de mentiras, elas são descobertas. Não viva pelos outros, viva por você.

Não há nada tão equitativamente distribuído no mundo como a inteligência: todos estão convencidos de que têm o suficiente.

E senti na garganta o nó górdio de todos os amores que puderam ter sido e que não foram.

Tenho vontade de escrever e não consigo (...) O que escrevo está sem entrelinha? Se assim for, estou perdida. (...)
Há um livro em cada um de nós.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Ler é beber e comer. O espírito que não lê emagrece como o corpo que não come.

Faça amor comigo
e vá embora antes do amanhecer.
Eu não quero correr o risco de me apaixonar
ao acordar
e ainda ter você em meus braços.

Quem, portanto, não ama a solidão, também não ama a liberdade: apenas quando se está só é que se está livre (...) Cada um fugirá, suportará ou amará a solidão na proporção exacta do valor da sua personalidade. Pois, na solidão, o indivíduo mesquinho sente toda a sua mesquinhez, o grande espírito, toda a sua grandeza; numa palavra: cada um sente o que é.

Arthur Schopenhauer
Aforismos para a sabedoria de vida.

Adoro sua voz. E da sua mão quente e do seu beijo calminho e intenso. Eu não gosto nunca de nada e gostei tanto de você.

Não ser amado é uma simples desventura. A verdadeira desgraça é não saber amar.

TABACARIA

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei -de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe? Nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem crescesses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo

Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Não há nada a lamentar sobre a morte, assim como não há nada a lamentar sobre o crescimento de uma flor. O que é terrível não é a morte, mas as vidas que as pessoas levam ou não levam até a sua morte.

Não desista de seu sonho.

Quem é de verdade sabe quem é de mentira. Não menospreze o dever que a consciência lhe impõe, valorize a vida!

O que é o tempo? Quando quero explicá-lo não acho explicação. Se o passado é o que eu, do presente, lembro, e o futuro é o que eu, do presente, antecipo, não seria mais certo dizer que o tempo é só o presente? Mas quanto dura o presente?

Tem gente que pensa que poesia
é coisa que se faz com letras e versos
Mas poesia não se faz com palavras, não.
Poesia a gente escreve com a vida
usando como tinta apenas a alma e o coração.

A fé é como o amor: não pode ser obtida pela força.

Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.

Canto a Mim Mesmo

Estão todas as verdades
À espera em todas as coisas:
Não apressam o próprio nascimento
Nem a ele se opõem;

Não carecem do fórceps do obstetra,
E para mim a menos significante
É grande como todas.
Que pode haver de maior ou menor do que um toque?

Sermões e lógicas jamais convencem;
O peso da noite cala bem mais
Fundo em minha alma.

Só o que se prova a qualquer homem ou mulher,
É o que é;

Só o que ninguém pode negar,
É o que é.

Um minuto e uma gota de mim
Tranquilizam o meu cérebro:

Eu acredito que torrões de barro
Podem vir a ser lâmpadas e amantes;

Que um manual de manuais é a carne
De um homem ou de uma mulher;

E que num ápice ou numa flor
Está o sentimento de um pelo outro,

E hão de ramificar-se ao infinito,
A começar daí­,
Até que essa lição venha a ser de todos,
E um e todos possam nos deleitar

E nós a eles.

Mulheres só terminam com homens que não começam

Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.

Martha Medeiros
Revista "Donna" (02-05-2010)

Nota: Trecho da crônica "Feliz por nada"

...Mais