Nao Ha Passageiros na Nave Espacial Terra
O álcool não faz as pessoas fazerem melhor as coisas; ele faz com que elas fiquem menos envergonhadas de fazê-las mal.
O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. De certo tudo deve estar sendo o que é.
O nome de Deus é, realmente, magnífico! Tu não temerás os terrores noturnos, nem a flecha que voa à luz do dia. Nenhum mal te atingirá.
Ainda pior que a convicção do não,
É a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece,
Que me mata trazendo tudo
Que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades
Que escaparam pelos dedos,
Nas chances que se perdem por medo,
Nas ideias que nunca sairão do papel
Por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes,
O que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indiferença dos "bom dia" quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem
Até para ser feliz.
Atitudes valem mais do que palavras.
Nota: Trecho do poema "Quase", muitas vezes atribuído erroneamente a Luis Fernando Veríssimo.
Querido John,
Estou escrevendo esta carta, e eu estou sofrendo porque não sei dizer o que estou prestes a dizer. Parte de mim gostaria que você estivesse aqui agora para que eu pudesse fazer isso em pessoa, mas nós dois sabemos que é impossível. Então aqui estou, escolhendo as palavras, com lágrimas no rosto e com esperanças de que você, de alguma maneira, me perdoe pelo que vou escrever. Nós vivemos algo maravilhoso e quero que você nunca se esqueça disso. Você é raro e lindo John. Eu me apaixonei por você, mas, acima de tudo, conhecer você me fez perceber o que realmente significa o amor verdadeiro. Durante os últimos dois anos e meio, olhei para o céu e a cada lua cheia lembrei tudo o que passamos juntos. Há tantas coisas. Quando fecho os olhos, vejo seu rosto; quando caminho, é quase como se conseguisse sentir sua mão na minha. Essas coisas ainda são reais pra mim, mas aonde uma vez elas trouxeram conforto, hoje provocam dor. De algum modo mesmo amando um ao outro, perdemos a ligação mágica que sempre nos manteve juntos. Não espero que você entenda, mas por tudo que passamos, não posso continuar mentindo para você. Vou entender se você nunca mais quiser falar comigo, assim como vou entender se você disser que me odeia. Mesmo que você não queira ouvir, quero que você saiba que sempre será parte de mim. E não importa o que o futuro traga, você sempre será meu amor verdadeiro, e sei que minha vida é melhor por causa disso.
— Sinto muito, Savannah.
Até que a cor da pele de um homem não tenha maior significado que a cor dos seus olhos haverá a guerra.
O vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é resposta a meu – a meu mistério.
Se tivesse a tolice de se perguntar “quem sou eu?” cairia estatelada e em cheio no chão. É que “quem sou eu?” provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto.
Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite. Embora não aguente bem ouvir um assovio no escuro, e passos.
Quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico.
É melhor eu não falar em felicidade ou infelicidade – provoca aquela saudade desmaiada e lilás, aquele perfume de violeta, as águas geladas da maré mansa em espumas pela areia. Eu não quero provocar porque dói.
(Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso perguntar, embora não saiba a quem, se devo mesmo amar aquele que me trucida e perguntar quem de vós me trucida. E minha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois. Se assim é, que assim seja.)
Irei até onde o ar termina, irei até onde a grande ventania se solta uivando, irei até onde o vácuo faz uma curva, irei aonde meu fôlego me levar.
Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim
Admiro as pessoas vaidosas, mas simples de coração. Fortes, mas não arrogantes. Sinceras, mas não ofensivas. Corajosas, mas não inconsequentes. Que conseguem cativar uma pessoa de forma simples e pura. Que conseguem enxergar com clareza e opinar com sensatez. Quem sorri com o coração e que te olha com carinho.
Temo que esta desculpa de que o mundo não dá uma chance seja muito comum. É provável que esta seja a causa da pobreza e dos fracassos.
Ser tia é amar uma pessoinha que não é sua, mas a quem você pertence... É acompanhar a vida de quem vive outras histórias e que eternamente fará parte da sua.
Eu sou um anticomunista que se declara anticomunista. Geralmente, o anticomunista diz que não é. Mas eu sou e confesso. E por quê? Porque a experiência comunista inventou a antipessoa, o anti-homem. Conhecíamos o canalha, o mentiroso. Mas, todos os pulhas de todos os tempos e de todos os idiomas, ainda assim, homens. O comunismo, porém, inventou alguém que não é homem. Para o comunista, o que nós chamamos de dignidade é um preconceito burguês. Para o comunista, o pequeno burguês é um idiota absoluto justamente porque tem escrúpulos.
(Entrevista à VEJA em 1969)
Pra que sofrer com despedida
Se quem parte não leva
Nem o sol, nem as trevas
E quem fica não se esquece
Tudo que sonhou?
Tudo é tão simples
Que cabe num cartão postal
Pra que sofrer com despedida?
Se só vai quem chegou
E quem vem, vai partir
Você sofre, se lamenta
E depois vai dormir...
Alguém quando parte
É porque outro alguém vai chegar
Num raio de lua, na esquina
No vento ou no mar.
Pra que querer ensinar a vida?
Pra que sofrer?
Baby, só vai quem chegou.
Não viva de aparências, elas mudam. Não viva de mentiras, elas são descobertas. Não viva pelos outros, viva por você.
Mesmo sem querer a vida te ensina, que você se importar com as pessoas não é motivo suficiente para que elas também se importem com você.