Nao estou Sozinha

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⁠AMANHÃ

Vou sofrer amanhã. Hoje estou de saída
Já é tarde. Há muita coisa a fazer ainda
E na prosa deixarei a tristura escondida
No verso aquela dura sensação infinda

Hoje eu vou ter a poética descolorida
Sem o amor, a paixão, e a graça linda
Sem suspiro ou aquela ilusão proibida
Entregar-me-ei a solidão na berlinda

O silêncio no momento não importa
A quem está com a tal ventura morta
Talvez eu me arrependa assim estar

Mas, nada consolará minh’alma vazia
Nem mesmo o encanto de uma poesia
Amanhã é outro dia e um outro idear!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19 outubro, 2021, 18’:23” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠“FATEOR”

Tu vês, ó poesia. Estou desapontado
Calado, num emaranhado de ilusões
Em meio a várias inquietas emoções
Nesta tarde de verão, cá no cerrado
O céu no azul imenso de sensações
A saudade que fica aqui do meu lado
Definhando o peito, e já tão apertado
Nada me confortas, tudo imensidões

Estou acabrunhado, só, tão perdido
Em uma voragem dum amor dorido
Que hauri de vozear, correr e passar
Tu vês, minha poesia, quanta solidão
Se o choro alivia minha alma, em vão
Deixando o dia triste com triste olhar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11, março, 2022, 13’19” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Carta Aberta

Para quem se permitir sentir, refletir, conectar.

Aqui estou eu, uma mulher que carrega dentro de si a busca incessante pela profundidade e autenticidade. Não sou uma alma que se perde na superficialidade das interações fugazes, nem nas palavras vazias que muitas vezes nos cercam. Eu busco a essência, a alma do outro, como se a verdadeira dança da vida estivesse na entrega silenciosa e na sintonia que não se explica, mas se sente.

Se algo define minha jornada, é a busca por uma conexão genuína. Às vezes, penso que a solidão é necessária para que a verdadeira conexão aconteça. Sou do tipo que se recolhe até sentir que vale a pena abrir a porta, até encontrar um olhar que se atreva a tocar a minha alma.

Na fotografia, eu me encontro. Cada click é uma tentativa de capturar o invisível, de revelar aquilo que mora nos cantos mais ocultos do ser humano e da vida. Acredito que a sensibilidade de quem fotografa tem o poder de transitar entre o visível e o invisível, entre o que é e o que poderia ser, fazendo com que o outro veja o mundo através de uma nova perspectiva. Cada imagem que crio carrega um pedaço da minha alma, esperando ser vista, sentida, compreendida. E é assim que vejo a vida: uma fotografia em movimento, cheia de momentos efêmeros que pedem para serem eternizados no olhar atento de quem sabe enxergar.

Hoje, me permito escrever, não para expor, mas para partilhar. Porque, como sempre busquei nas palavras e nas imagens, talvez o que realmente desejo é que minha essência encontre eco no mundo. Que, de alguma forma, minha busca por profundidade se revele como algo comum a todos que também têm fome de autenticidade e de verdade.

Aos que, como eu, não se contentam com o raso, aos que acreditam que há beleza na entrega silenciosa e na quietude que precede a verdadeira conexão, deixo estas palavras: seguimos. Continuamos nossa busca, nossa dança. Porque no fim, é a dança que importa, o encontro verdadeiro, onde corpo e alma se entrelaçam. E é isso que me move: acreditar que, no fundo, todos buscamos algo mais. Algo que só o verdadeiro olhar consegue captar.

Com carinho e sinceridade,
Jorgeane Borges

Inserida por Jorgeanesquivel

⁠Carta Aberta de Quem Decidiu Partir (E Ainda Está Aqui)

A quem importa,

Eu ainda estou aqui, mas não sei por quanto tempo. Já tomei minha decisão, embora o corpo continue presente. Sigo respirando, caminhando entre vocês, respondendo quando necessário, sorrindo quando esperado. Mas, por dentro, algo já se despediu faz tempo.

Não quero que sintam pena, não quero ouvir que vai passar, porque eu mesma já me disse isso incontáveis vezes. Não passou. Apenas aprendi a carregar o peso sem deixar transparecer tanto. Às vezes, ele fica insuportável.

Sei que muitos me amam, e é por eles que permaneci até agora. Mas amar não significa entender. E a solidão de não ser compreendido é um abismo que engole pouco a pouco.

Eu não busco atenção, não quero alarmar ninguém. Só quero que saibam que tentei. Que lutei cada dia como pude. Que se um dia eu não estiver mais, não foi por fraqueza, mas por exaustão.

Até lá, continuo. Não sei até quando. Apenas… continuo.

[JB]

Inserida por Jorgeanesquivel

Deixando-me Ir

Estou me deixando aos poucos,
como quem deixa rastros no caminho,
sinais de uma despedida silenciosa,
sem palavras,
mas com a marca de cada passo dado.

Estou me permitindo, lentamente,
mergulhar no vazio e no silêncio,
como quem vai,
se entregando ao fluxo da vida,
sem resistência,
apenas deixando o que vem me conduzir.

Inserida por Jorgeanesquivel

⁠Creio que estou passando pelas fases do luto após o término, imaginei que haveria sofrimento, mas não tamanho. Entretanto, eu devo seguir em frente seja por mim ou por ela, espero conseguir atravessar esse deserto.

Inserida por Rosario

E desde então, sou cerrado
Desde quanto cá vim
sou árido, ressecado
Por servidão, assim
cá estou, sou, até o fim...

Inserida por LucianoSpagnol

Estou com medo de ter sonhado demais
e de menos ter me perdido nos "ais"
dos sulcados guias do meu árido fado
assim, ter destendido a sorte no cerrado...

Inserida por LucianoSpagnol

Estou sentado sobre a minha ilusão...

Inserida por LucianoSpagnol

Estou sentado sobre a minha ilusão
Desmemoriada está a minha inspiração

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA SOLIDÃO

Eu estou completamente solitário
Passa o dia, vem a noite, agonia
A tarde entristece, cinzenta e fria
E eu aqui no cerrado, destinatário

O por do sol, de belo, virou nostalgia
Numa clausura da saudade... Unário
Eu, vejo o tempo não mais temporário
Tal folha de outono sem a autonomia

Nesta sequidão aumenta o itinerário
Do místico e algoz retiro em infantaria
Avançando firme, sendo um breviário

A solidão na vida, tornou-se relicário
Onde o tempo ora neste árido sacrário
Em cadência nas contas da melancolia

Luciano Spagnol
30/06/2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA VOLTA

Estou de volta, intento por aqui ficar
nos caminhos busquei novos planos
no passado ficou a chaga a sangrar.
Sim tive erros, e também enganos...

No perdão, pude então saber perdoar
tudo é veloz, e passa por nós os anos
assim, o fado me atendeu para voltar
pois, nas orações remi de meus danos

Nas minhas desventuras, soube amar
nas tristuras, agora quero dias ufanos
por lá fechei o ciclo de ter que cuidar

Na mala, pouco trago pesares tiranos
pois, aqui está a meada, o meu lugar.
Estou de volta, sem enredos profanos

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

ESTOU SAUDOSO

Estou saudoso
De tanta saudade ou de tanto chorar
Só sei que o tempo e vagaroso...
Ou veloz no seu caminhar?
Sei que estou saudoso
E minha saudade não para de soluçar
Um suspiro doloroso
Que só faz saudosar!

Que saudade fiz eu da vida?
Sei lá!
Tudo é chegada e partida
Por que então: - o será?
Se estou cutucando a ferida
Assim, a saudade trará
E a angústia é parida
É eu a desejar. Quiçá!

Mas, se assim é a saída
Deixo estar a saudosar
Sim, saudade n'alma caída
Saudade de não estar
Depois ter recaída
E novamente "performar"
Sim, vontade vencida
E a saudade a saudosar...

Luciano Spagnol
16, outubro, 2016
Cerrado goiano
Horário de verão

Inserida por LucianoSpagnol

TANTO (soneto)

Que importa, oh sonho! Se sonhei tanto
Se por ti, tanto e mais tanto, estou aqui
E hoje, pra não ver os olhos em pranto
Vejo o tanto de estórias que eu escrevi

Agora são meus fados, cheios de encanto
Dum destino intenso, que sonhei, e vivi
Se truncados, me foi tanto, que são canto
Cantando tanto, que tanto não esqueci

Se o passado se esvai, o futuro no entanto
É presente na minha felicidade, entretanto
A saudade dói, de não tanto, ter tanto mais

Portanto, o milagre de se ser, eu aprendi
Foi tanto amor, que nele eu tanto construí
E estes tantos na alma, nunca são demais

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

QUIMERAS DOLOROSAS (soneto)

Estou solitário no cerrado sem cores
Nas lembranças tristuras guardadas
No peito vis nostalgias desmaiadas
De sortes desfolhadas e sem flores

As tardes de mesmices requentadas
Que a solidão arrefece aos arredores
Enquanto vão esgarçando as dores
Perdidas saudades hão em toadas

Quantos gemidos, quantos valores
Por estarem dolorosas nas ciladas
Largam as quimeras nos bastidores

E nas presunções alheias, estacadas
Que fazem da condição só temores...
Me vou arrastando entre vergastadas!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO TRISTE II

Eu estou assim: da tristura cativo
Intrusivo num túnel dum calvário
Rodeado de sentimento solitário
Mesmo entre olhares como vivo!

Do peito rezam vozes num rosário
Da casa um silêncio tão opressivo
Frio, sem graça e, sem incentivo
Que lá fora fracasso no itinerário

Olho-me num soluço pensativo
E vejo sonhos perdidos no diário
Desfolhado num jardim subjetivo

E me pergunto: por que o cenário?
Quando é meu tempo? Respectivo!
Pois, se o tempo no tempo é vário!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
05/02/2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

DESVIO (soneto)

Hoje nada quero, nem se a paixão quiser
Estou em silêncio, lá fora o alvo me errou
Acontece que meu coração de ti cansou
Nada quero, mesmo se ainda afeto tiver

E assim, nesta emoção, então, eu vou
Deixe a ilusão de lado, não sou qualquer
No meu sentimento não meta a colher
Vai em frente, siga, pois em outra estou

Se livra de mim, nada em mim vai acender
Não pense em mim, a estação já chegou
Desça, pegue o desvio, não vou render

Estou machucado, você na dor acertou
É o fim, entenda, não vamos mais sofrer
Agora só recordação, de quem te amou!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO AO ACASO

Estou atrasado para nova direção
Dar ao destino uma nova fantasia
E ao espírito possa ter novo guia
Além dos afligir que fere o coração

Agora é tarde, entardeceu o dia
A alma está enrugada de emoção
Sonho entrajou-se de recordação
E o querer já não mais me alumia

Tenho ido empós do bom ideal
Nem sei qual será este tal final
Deste declínio que me barbaria

Afinal, pouca sorte foi meu ritual
Já o amor, o preservei bem jovial
Pra na lápide tê-lo como honraria...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

pôr de lua
estou na tal fase
do luxo da alma nua
de ignorar o tino da frase

escapa-me a percepção
o verso, a rima, a inspiração

a emoção já não me pertence
foge-me o suspense

sou apenas rumo
resumo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

andeja

minha poesia é onde vou
um aconchego, um amor
aí eu finjo que ali estou
uns devaneios ao dispor
então rumo pra outro voo

minha poesia é sertaneja
come perna de cachorro
sem parada, assim seja!
vai, sobe e desce morro
e outro acaso nem planeja

andeja!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 16 de outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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