Nao Consigo te Odiar
O bom das filas é nos convencerem de que afinal esta pobre vida não é tão curta como dizem.
Conhecer o mundo não adianta nada: as viagens apenas complicam a ignorância.
Talvez a poesia não passe de um gênero de crônica, apenas: uma espécie de crônica da eternidade.
As lagartas não podem acreditar na lenda das borboletas – tão antiga entre o seu rastejante e esforçado povo... mas sua felicidade consiste em relembrar, às vezes, o absurdo e maravilha desse velho sonho: o de se transformarem, um dia, em borboletas.
Não se devia permitir nos relógios de parede esses ponteiros que marcam os segundos: eles nos envelhecem muito mais que o ponteiro das horas.
Os sonhos têm luz própria, uma luz que não vem de nenhum sol, de nenhuma lua, de nenhum foco. Está em toda parte. Na próxima vez que sonhares, procura ver se o teu vulto projeta alguma sombra. E se a tua imagem se reflete nalgum espelho. Tolice minha! Nos salões do sonho nunca há espelhos...
Os clássicos escreviam tão bem porque não tinham os clássicos para atrapalhar.
Não sou desses que um dia pensam uma coisa e no outro dia pensam outra coisa muito diferente. Eu penso as duas coisas ao mesmo tempo. Duas ou mais. Não tenho culpa de ser ecumênico.
Coragem não é documento: os gângsteres também são heróis.
O que há de terrível nos robôs não é como eles se parecem conosco, mas como nós nos parecemos com eles.
Não deves acreditar nas respostas. As respostas são muitas e a tua pergunta é única e insubstituível.
Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.
Se dependesse das mães, não haveria guerras! Mas as filhas preferem os soldados.
Aula de filosofia
Eu só te poderia dar uma noção do nada se não tivéssemos nascido. Agora é tarde, é muito tarde, minha filha... Ah, deliciosamente tarde!
Havia um tempo em que o céu mirava-se nos meus olhos e não meus olhos no azul do céu, o que não é nenhuma novidade, porque todo o mundo já passou por essa fase: só tem que nem todos se lembram.
A beleza de um verso não está no que diz, mas no poder encantatório das palavras que diz: um verso é uma fórmula mágica.
Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco por aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.
A vida era muito mais intensa quando não passava, na média, de quarenta anos. Agora é um longo, um interminável arrastar de correntes: nós somos as almas penadas deste mundo.
Ah, esses livros que nos vêm às mãos, na Biblioteca Pública e que nos enchem os dedos de poeira. Não reclames, não. A poeira das bibliotecas é a verdadeira poeira dos séculos.
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