Nao Amplie a Voz dos Imbecis
MINHA VEZ
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tua vez de sentir a minha falta;
minha voz de calar a tua vez;
meu amor já não salta no meu pulso
nem me sinto roer de solidão...
Desta vez doerá bem mais em ti;
esta voz que viveu de te chamar
morre aqui, se desfaz em meu cansaço
e no mar da esperança dissolvida...
Não é caso de amor que desexiste,
mas que tanto esperou que adormeceu,
de tão triste deixou de se sentir...
Minha voz de Saara pros teus gritos;
tua vez de chamar quem ficou mudo
para mitos de amores que se bastam...
VOZ SEM VOZ
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Quando tudo estourar,
tenha calma;
pois terei alma
para não dizer que avisei...
Vou apenas calar
com respeito, empatia
e muitos desvelos;
calar pelos cotovelos...
Porque bem sei,
é assim, feito lei,
não há como impedir
que chegue a vez...
E quando chegar,
você não vai conseguir
não ouvir
a minha mudez...
MINHA PRAÇA FLORIU
Demétrio Sena,Magé - RJ.
Os abraços guardados no silêncio;
numa voz escondida em minhas mãos;
nos carinhos fluentes entre os dedos
ou desvãos e passeios dos meus olhos...
E na relva cheirosa dos cabelos,
dos relevos, as rampas de seus ombros,
meus apelos de afeto vão brincar
como alegre menino em chafariz...
Só confie no amor sem profecia,
no carinho sem arma e prevenção,
na magia sem truques de sentidos...
E aposte no dom do meu não sei;
dessa lei permeada pela graça;
minha praça floriu para você...
2024
Demétrio Sena - Magé
Esse ano que acaba de acabar
foi de alguma esperança, vez e voz,
apesar dos demônios de janeiro;
dos esgotos que ainda escondem ratos...
Não é simples lidar com tanto ódio;
com tamanha cegueira, o fanatismo
que deu pódio à má por esses anos
de fascismo sem trégua e piedade...
Mas o tempo que agora nos abraça
tem a graça de sonhos rebrotados
e da fé no poder da boa fé...
É difícil pensar num replantio;
a colheita requer critério e calma,
mas nenhum desafio é mesmo fácil...
... ... ...
#respeiteautorias É lei
PELA RAIZ
Demétrio Sena - Magé
Se ele ou ela,
mal começou,
já lhe assevera
em alta voz:
"Se afaste dele
ou dela,
por mim, por nós,
por nosso amor"...
Chegou a hora
de ir lá dentro,
se recompor,
impor su'alma,
sem aquarela...
Sem meio passo,
se afaste dele
ou dela...
não daquele
ou daquela
de quem ele
ou de quem ela
quer lhe privar...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
DATA
Demétrio Sena - Magé
Uma data me deixa sem voz e sem vez,
porque ser "todo mundo" é difícil pra mim;
dizer sim onde os olhos não dizem o mesmo
e minh'alma está longe do que podem ver...
Não me falta esse amor popular do momento,
só não sei atender à demanda maior
de fomento verbal ou de gestos em massa,
porque sinto vazio quando tudo é cheio...
Essa data me aborta de fora pra dentro,
põe o centro do nada em meu olhar pro mundo;
o meu peito se sente velho cais do caos...
Minha data profunda não vibra nos olhos,
não afloram nos lábios ou à luz dos dentes
as enchentes de luzes que não me alumiam...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
EGO
Demétrio Sena - Magé
Disputamos vez e voz
e tropeçamos nos passos,
pois nem tudo é sobre nós;
às vezes é sobre laços...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Quando a Voz do Espiritismo se Perde Onde Nunca Deveria ter Saído. Parte I.
Há algo de silenciosamente grave acontecendo no Movimento Espírita contemporâneo. Uma displicência suave, quase imperceptível, mas devastadora: falar em nome do Espiritismo sem conhecer a base das bases da Obra Codificada; viver sob o rótulo espírita sustentando princípios que não pertencem ao seu corpo doutrinário; importar concepções veneráveis de outras tradições que respeitamos profundamente mas que não compõem o edifício proposto por Allan Kardec.
É nesse ponto que a frase atribuída a Léon Denis “O Espiritismo não é a religião do futuro, mas será o futuro das religiões” revela sua real grandeza e, paradoxalmente, a advertência que muitos não percebem.
A advertência velada na frase de Léon Denis.
Denis não afirmou que o Espiritismo será o triunfo de uma nova crença sobre as outras, nem que substituirá formas milenares de experiência religiosa. Ele fala de futuro, não de supremacia; de integração, não de dominação.
Seu entendimento era que, com o avanço da razão e da sensibilidade, as religiões naturalmente absorveriam princípios como a imortalidade em progresso, a reencarnação, a comunicabilidade dos Espíritos e a causalidade moral.
Mas Denis parte de um pressuposto inegociável:
_ Que o Espiritismo permaneça fiel a si mesmo.
_ Que mantenha sua pureza metodológica, sua ética investigativa, sua racionalidade moral e filosófica.
Sem isso, o que poderia ser o futuro das religiões tornar-se-á, ironicamente, um campo confuso onde o Espiritismo se dilui em sincretismos, rituais, misticismos e práticas que nada têm a ver com sua proposta original.
A displicência que abre feridas silenciosas.
Há uma tendência preocupante e crescente de falar em nome da Doutrina Espírita usando conceitos que não são espíritas:
_ Práticas ritualísticas,
_ Elementos mágicos,
_ Crenças fatalistas,
_ Espiritualidades intuitivas não verificadas,
_ Sincretismos que obscurecem,
_ e discursos emocionais que não se sustentam na Codificação.
Essa mistura, ainda que bem-intencionada, produz um falso verniz de Espiritismo que seduz, mas não educa; conforta, mas não ilumina; empolga, mas não esclarece.
É exatamente o oposto do que Kardec legou.
E aqui reside o núcleo do problema:
_ Sem o estudo sério, a obra espírita perde identidade.
_ Sem rigor, perde autoridade moral.
_ Sem fidelidade ao método, perde a capacidade de contribuir para o futuro das religiões justamente o alerta de Denis.
O Movimento Espírita entre o avanço e o retrocesso.
Se não atentarmos para a fidelidade doutrinária, o que Denis viu como um movimento de síntese universal poderá tornar-se uma fragmentação interior.
Se o Espiritismo pretende auxiliar outras religiões a se libertarem de dogmas e equívocos, como poderá fazê-lo se ele próprio começar a carregar dogmas novos, rituais novos, crenças antigas recicladas e práticas que a Codificação nunca legitimou?
O risco é evidente:
_ O futuro das religiões não absorverá o Espiritismo.
_ Será o Espiritismo que absorverá acréscimos indevidos, esvaziando-se até tornar-se irreconhecível perante sua própria gênese.
E aqui, cabe a frase que precisa ser dita com toda a gravidade necessária:
– Os fins não justificam os meios.
A Doutrina não precisa se enfeitar com o que não lhe pertence para tocar corações. Seu brilho é próprio.
Chamado à acuidade e ao compromisso moral.
A seriedade da Doutrina não está na rigidez, mas na honestidade intelectual.
Está na coragem de dizer:
_ “Não sei.”
_ “Não pertence ao Espiritismo.”
_ “Respeito, mas não adoto.”
O verdadeiro seguidor da Codificação não teme parecer menos espiritual aos olhos dos outros.
Ele teme, isto sim, comprometer uma Obra que não lhe pertence.
É esse senso de responsabilidade que falta e que precisamos reacender.
Porque falar em nome do Espiritismo é ato ético.
E viver como espírita é ato de lucidez profunda.
Que cada palavra nossa em nome da Doutrina seja uma ponte, não um desvio; uma luz, não um adorno; uma precisão, nunca um improviso.
O Espiritismo não se impõe - esclarece.
Não subjulga — liberta.
Não mistura — integra.
E para integrar, precisa antes permanecer fiel à sua identidade.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.
A sabedoria clama em voz alta nas ruas, ergue a voz nas praças públicas; nas esquinas das ruas barulhentas ela clama, nas portas da cidade faz o seu discurso: "Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Vocês, zombadores, até quando terão prazer na zombaria? E vocês, tolos, até quando desprezarão o conhecimento? Se acatarem a minha repreensão, eu lhes darei um espírito de sabedoria e lhes revelarei os meus pensamentos.
Aquele momento que observa o tempo passar para te ouvir é a oportunidade certa de ecoar a voz ao universo, você o tempo em diálogo numa explosão de vozes.
Infelizmente
A tua voz está cansada e rouca
Pois não falamos pela mesma boca
E o teu corpo então é gordo e calvo
O teu lençol já não é limpo e alvo
Não advinhas de quem és escravo
Nem o que pode causar tal estrago
Eu sei porque vives feliz e calmo
É porque achas que estás são e salvo
Tua mulher não quer criar teus filhos
E tu não queres dividir teus grãos de milho
E mesmo assim eis que aí vem de novo
Tua parceira vai por mais um ovo
Mas tu não sabes do que tenho fome
Pois não nos chamam pelo mesmo nome
E quando comes te redeiam moscas
É porque usas sempre as mesmas roupas
Mas se perderes tudo até as calças
Só vão te dar algum caixão sem alças
E quando enfim chegar a tua hora
Não vão pôr flor ao pé da tua cova
A gente tinha tudo pra dar certo, e mesmo todo mundo jurando que não,
a gente dava. Você e seus jogos bobos, eu e minha mania de
perseguição. Nós éramos daquele tipo de casal que briga em toda
festa, mas depois de alguns cacos de vidro no chão e alguma gritaria,
nos desculpávamos e terminávamos a noite sozinhos, abraçados, e
dizendo besteiras no ouvido. Disso, ninguém sabia.
No último verão você resolveu quebrar todas as nossas promessas. Se
desfez do meu amor, e antes mesmo que o meu coração pudesse suportar,
foi atrás de novas aventuras. Você me conhece. Eu nunca desisto
fácil. Liguei. Gritei. Me humilhei. Perdi meus dois amores em menos de
uma semana. O próprio, e você. Será que você não percebe que em um
dos momentos mais difíceis da minha vida, você disse que já não
queria fazer parte dela? Guardei todo o amor que sentia por você, e o transformei em força. Mudei a cor cabelo. Deixei minhas unhas crescer. Liguei para minhas melhores amigas. Bebi um pouco demais no final de semana, e quer saber? Foi divertido não ter que me preocupar com você.
Achei o número daquele cara que sempre sorria pra mim na fila do
banco - não que você não saiba, mas nós temos saído. E eu estou
bem. Não como antes, e talvez nem como amanhã, mas eu estou bem.
Tenho recaídas, ainda dói quando vejo ou escuto algo sobre você.
Mas sei que isso é absolutamente normal: O dor de amor que mais dura
é aquela que nunca existiu. Ao quebrar nossas promessas, você me fez quebrar todas as que eu tinha feito para mim mesma antes de te conhecer. E agora você quer colocar limites na minha vida. Saia, agora, por favor. Isso não é mais uma das minhas perseguições. Eu estou apenas aprendendo a voar sem as asas que você me tirou. No verão, quando disse que queria finalmente “viver a vida”, apaguei de mim tudo que vivemos. Então agora, quero que você saiba o quanto dói ser só mais uma possibilidade. Se quer um conselho de ex e amiga, da próxima vez, não pegue o trem apenas porque ele se move. Tenha certeza de onde quer chegar antes de partir, meu amor.
Tem criança que não come nada e come até o lixo, passando mal, fica magra igual a uma estátua! (Taylor Santolin Borges - 04 anos). * Pensamentos de Taylor.
