Mudar de Cidade
Manaus
Manaus, como criança que se apaixona
pelas luzes de Natal,
Comigo, o mesmo aconteceu!
Após longas horas viajando
pelas águas do grande Amazonas,
Num simples barco de madeira,
Tuas luzes, depois de tanta escuridão,
De longe avistei...
Manaus, acolheste meus pais, irmãos e eu, Quando criança, aqui cheguei.
Acredito que nada é por acaso...
Meu pai se aventurar
subindo o rio ao teu encontro,
Descer, mais fácil seria...
Não foi fácil, não é fácil...
A labuta de pessoas que deixam suas terras
em busca de uma oportunidade melhor para sua família. Só heróis, fazem isso!
Manaus, não nasci de ti,
Mas quem disse que precisa de laços sanguíneos para o amor florir?
Mãe é quem cria, isso é um fato!
E que orgulho ter sido criado por ti...
Manaus, tua beleza não está apenas na exuberância da tua natureza, nem nas belezas das tuas praças e monumentos que carregam tua história...
Manaus, tua beleza está, principalmente,
No teu povo guerreiro e hospitaleiro,
O que faz de ti, uma cidade especial!
Manaus, cidade das oportunidades...
Manaus, cidade dos sabores, cores e sonhos...
De muitos que buscam apenas,
Uma nova realidade.
Manaus, bonita morena...
Tua beleza não apenas encanta!
Ela acolhe e seduz...
Todos que aqui chegam,
Sentem brotar a esperança,
De poder viver, numa cidade luz.
Manaus, minha cidade do coração
Criaste-me desde criança,
Como é possível não te amar?
Se aqui cresci,
Aqui aprendi a ler o alfabeto...
Até, o da vida!
Aqui, criei amigos,
Aqui, criei raiz e dei frutos,
Aqui, bebi da fonte dos mestres...
Que contribuíram para eu ser,
Quem hoje sou.
Manaus, que orgulho ter sido criado por ti...
Quero que saibas,
Que não importa onde eu ande,
Hei de carregar para sempre comigo,
Cada pedacinho teu...
Poema: NOVO ORIENTE
Belíssima Novo Oriente
Terra do Sol nascente
Com tão bela vertente
Entre aclives saliente
E de Serra ascendente
Tua Terra subsistente
Brota fértil nutriente
Que germina a semente
Para lavoura frequente
E Trabalho fortemente
Cidade de Novo Oriente
A tua glória emergente
Do passado ao presente
Lagoa do Tigre à frente
É prospera e resistente
E teu Povo esplendente
Que cedo tá no batente
Te adora imensamente
Pois tu és Novo Oriente
O xodó da nossa gente
Apesar da cidade ser uma caverna linda, a natureza inspira liberdade. Sonhe além das estrelas, esteja além dos limites.
A Capital
Moro no interior.
Onde o sol e a lua são meus relógios.
Não tenho pressa.
Quando quero comer,
cozinho os legumes diversos, colhidos
na horta, que eu mesmo plantei.
A água que presta está na cisterna,
que se enche com água da chuva.
Crio pequenos animais,
que reforçam meu sustento,
com carne e leite.
Já estive na capital.
Quase fiquei louco com o trânsito intenso.
Não esqueço o grito das sirenes das ambulâncias
E no formigueiro do shopping me perdi.
Voltei correndo para minha casa,
onde também cultivei um jardim.
Aqui tem tudo que preciso.
Aqui viverei para sempre.
Até me misturar com a terra,
onde florescem as flores deste meu jardim...
Cidade
ó blues de cruciais impossibilidades
dores de amores inexistentes
rosas amarelas mortas no apartamento
beijos e salivas nas tardes desérticas
ó visão depressiva do asfalto molhado
prédios encardidos & horda dos bárbaros
arquitetura de guerra de dias provisórios
espelho poluído da cidade da chuva
ó mundo artificial com sua natureza de néon
espetáculo de vitrines e exibições
nada de eterno palpita no seu coração
tudo já nasce velho para ser refeito amanhã.
A vida no interior
É diversa da cidade
Não tem prédio luxuoso
Nem muita modernidade
O melhor a se fazer
É ver o entardecer
Na total tranquilidade
PONTO ALTO
Estar mais perto do céu
Sem voar num avião
Alcançar o ponto alto
Ficar bem longe do chão
Ver o mar e a cidade
Contemplar toda a beldade
De uma linda região
Vou passar a procurar
Essa tal felicidade
Saber onde ela mora
Em que casa da cidade
E depois de encontrar
Vou querer ali morar
Por toda a eternidade
"Essa é uma época, em que o clima está bastante suscetível às chuvas, portanto, se tiver a oportunidade de ir em outros meses, será mais vantajoso."
Assim eu li, sobre as condições climáticas.
E assim aconteceu, um passeio em uma semana chuvosa.
Sim, duas conexões de voos e 3h de ônibus para chegar até o destino.
Esse dia amanheceu nublado e com pancadas de chuva.
A temperatura estava entre 25°C a 27°C
Sai cedo.
No centrinho da cidade, haviam os micro-ônibus que levavam para lugares próximos.
Mesmo nublado, o dia estava bonito.
Cheguei para conhecer as araras.
Um lugar que te transporta num piscar de olhos.
Um lugar igual ao que você assiste nos filmes.
Um lugar fabuloso.
Uma ave, uma arara amarela, atenta, amável e conectada.
Sim! Ela concordou com uma sessão de fotos.
E assim, tive um dia chuvoso em Alagoas.
Alagoas, Maragogi
Márcia Kawano
O reflexo da loucura. As centenas de milhares de vidas se locomovendo atrás da própria vida. Latas, alumínios e ferros sobre borrachas, rasgando o pavimento estendido pelas tantas dezenas de quilômetros. Lugar onde a fumaça cancerosa e assassina dos charutos exalam um característico cheiro de cédulas em papel-moeda. O cheiro do resultado e o próprio bem para os privilegiados. A fumaça que gera o câncer e a morte aos desfavorecidos. Os trabalhos são intermináveis. Os salários, escassos. A submissão se apresenta como uma mancha inarredável; irremovível. Os homens se perderam nos algares da ignorância e da ganância desenfreada. No presente, a pretensão dos homens pela riqueza material superou o desejo dos mesmos em possuírem a riqueza das riquezas: a intelectual. Mas as piores submissões não se encontram nos cofres ou nos caixas, mas sim, nas prateleiras... ou pior, inseridas em trouxas e pinos. O que antes simbolizava a ciência e o progresso é agora mais complexo e reflete o vício e a regressão. Mas não culpe a ciência. Não pense que o mundo será melhor se as pessoas não souberem. A culpa é do homem. O conhecimento beneficia a humanidade, mas as pessoas insistem em ignorar o próprio conhecimento. O desfecho da cidade se confunde entre a luta de quem sonha em possuir algo, a tristeza de quem nunca possuiu nada e a ganância de quem possui, despreza e joga fora o que resta. O excedente é resultado de sonhos de sonhadores e sonhos irrealizáveis dos não sonhadores.
As madrugadas desoladas pelas vozes embargadas. O chão das calçadas tomados pelos colchões e pelos trapos inevitáveis dos desprezados. A miséria, espelho da realidade, não escolhe a idade e tão pouco a cidade. Sua expectativa é a fome no homem e que o desamor na humanidade se transforme em uma invencível verdade. Independentemente do horário e da rua, a maioria dos homens são obrigados a pisar na própria impureza abandonada; a mesma que deveria ser descartada, como nas ruas dos bairros nobres da metrópole. Violência: a arma desgovernada da indignidade e da incultura. Em parte, causada pela inoportunidade, e, em parte, causada pela ausência de coragem; de caráter. Reflexo da baixa educação, da falta de competência. Reflexo da mentira, da inefetividade dos preceitos definidos. Preconceitos: outra arma perigosa e devastadora. Retrato da intransigência; espelho da austeridade. A incompreensão de alguns para com a verdade inevitável. A realidade de gente que não deixará de ser gente apenas por viver segundo a sua orientação, ou simplesmente, a sua própria condição.
Onde estão as mesas fartas prometidas? Onde encontraremos a efetuação das promessas dos poderosos aos homens pobres e carentes? As mentiras como sempre no ápice das suas indecências mascaradas. As declarações e demonstrações de carinho se provam, continuamente, enganosas. Enquanto isso, a sociedade continua sofrendo, a vida continua difícil e as cidades continuam existindo debaixo de uma conjuntura deplorável e descabida.
'Cidades e Realidades'
Poema sobre Panelas.
Panelas, cidade querida,
No coração de Pernambuco,
Teus encantos não se escondem,
Para quem te conhece, tu és um luco.
Tuas ruas calmas e serenas,
Respiram a tranquilidade,
Teu povo trabalhador e forte,
Vive com honestidade.
No centro da cidade,
A praça é um encanto,
Onde todos se reúnem,
E alegria é o canto.
Panelas, teus rios e pontes,
Mostram tua beleza natural,
Tua história e tua cultura,
São tesouros imortais.
Suas ruas de paralelepípedo,
Guardam a história do tempo,
Seus casarões, seus prédios antigos,
São um convite ao pensamento.
Assim é Panelas, minha cidade amada,
Que enche meu peito de emoção,
De orgulho e de saudade,
De ser parte dessa linda nação.
A cidade ficou presa, mas as coisas estão prestes a se desprender. Até porque, senão, pra que eu contaria essa história? Seria muito chato!
São Luís: cidade dos meus sonhos de criança, conhecida por seus azulejos e buquês de noiva; capital do meu querido Maranhão, onde me deito sobre seus famosos lençóis de areia. Cidade de belezas naturais, debaixo do céu multicolorido pelos raios de sol e pelo arco-íris, que me servem de inspiração para poemas, poesias e toda minha criação.
Parar uns minutos no meio dessa "Selva de Pedra" para prestar atenção no canto dos pássaros que, apesar do barulho dos carros e caminhões, consegue ser alto o suficiente para se tornar único e inesquecível, parar alguns minutos para me acolher na sombra fresca das poucas árvores que ainda existem é tão calmante e rejuvenescedor.
O Recife, que beleza!
Lá de cima, linda vista,
cá embaixo, palafita...
Prédio alto de grandeza,
e favela de pobreza.
Tamanha desigualdade
cabe aqui nessa cidade:
onde o rio vira mangue,
e a bala gera sangue
no peito da mocidade.
Existem apenas duas tramas: 1) Uma pessoa parte em uma jornada. 2) Um estranho chega à cidade.
Nota: A citação costuma ser erroneamente atribuída a Fiódor Dostoiévski e Leon Tolstói. Acredita-se que o pensamento seja uma adaptação de um conselho do escritor e educador John Gardner, presente na obra “The Art of Fiction: Notes on Craft for Young Writers”, lançada em 1984, dois anos após sua morte.
...MaisENTRE RIOS
Vivo a vida a caminhar,
vejo os rios da cidade,
muitas pontes coloridas,
retratos da mocidade.
Ando muito apressado,
mas, quando olho pro lado,
me encanto com a beldade.
RECIFE DE CIMA
Vi Recife lá de cima
de um prédio muito alto.
Bem ao longe vi o mar,
vi o rio e o asfalto.
Assim vivo a contemplar
a Cidade Rio-Mar,
a qual eu sempre exalto.
