Mudar de Cidade
Curitibacana
No olhar é Curitiba das noites frias,
Das congeladas madrugadas.
Pessoas das bebidas quentes
Nas mesas dos bares debruçadas.
Mesmo que se leve em sua fama,
Uma cidade de gente fechada e estranha,
De forma a antipáticos comparável.
É em cada experiência experimentável
Quem realmente a conhece se encanta
E se perfuma com flores de Curitibacana.
Jorge Jacinto da Silva Jr.
Dizem que cidade grande
É o melhor canto que há
Que tem tudo nessa vida
Que se possa imaginar
Mas na roça tem igual
Mais bonito e natural
Basta a gente comparar
.
A cidade tem o carro
O metrô e o caminhão
Não tem pássaro no céu
Não tem bicho pelo chão
A roça tem sabiá
Pato, boi, tamanduá
Cabra, peixe e pavão
.
A cidade tem farol
Com a sua luz acesa
Mas não tem o cintilar
Nem o brilho da beleza
O roçado tem luar
Com estrelas a piscar
No clarão da natureza
.
A cidade tem barulho
O roçado, amenidade
A cidade tem agito
A roça, serenidade
Na cidade, o tempo voa
No roçado, eu fico à toa
Na maior tranquilidade
Em um pedaço de cidade
Em um pedaço de parede
Em um pedaço de azulejo
Quem diria.
Um pedaço de poesia
Jaboticabal, uma cidade rica e justa para todos. Que a prosperidade seja compartilhada, garantindo que cada cidadão tenha uma vida digna. Juntos, construiremos um futuro onde todos possam viver bem!
RECORDAÇÃO DO MEU TEMPO NO SERTÃO
Versão Urbana ou Pardal
Eu já fui Curió,
Que só vive no mato,
Não vive na cidade.
Hoje sou Pardal,
Que não vive no mato,
Só vive na cidade,
Por circunstâncias,
Ou por necessidade.
Acho que sou um Curial,
Mistura de Curió com Pardal.
Acho que sou um Pardió,
Mistura de Pardal com Curió.
Como não consigo definir,
Deixa assim que é melhor.
Vez em quando dói o coração,
Na cabeça vem recordação,
Do meu tempo no Sertão.
Quando não aguento a saudade,
Junto vara de pesca e carabina,
Deixo a cidade e vou pro sertão,
Pescá recordação e matá saudade.
Minhas filhas me dão tanta alegria,
Enviando fotos e vídeos de pescaria,
Ver os nétos aprendendo a usar vara,
Prá pesca lambari, bagre, lobó, piapara...
Não importa tipo e modelo de vara.
Nem espécie e tamanho de peixe,
Mas só a alegria de pescar,
Escutando seus pais falar:
Sobre catar e chupar guavira,
Guabiróba, guapeva, jaracatiá,
Coquinho pindó, macaúba, bocajá,
Comer marolo, goiabinha do campo,
Comer ariticum cagão,
Pouco prá não dar diarréia,
Comer jabuticaba do mato,
Pouca prá não entupir,
Tirar palmito, mel de európa e jatei...
Essas e muitas coisas que eu vivi...
Por isso é tanta recordação...
Quanta saudade do sertão...
Saudades dos parentes,
Povo bom e boa gente,
A grande maioria vivia,
Em sítios e fazendas,
Dentro dos sertões.
Longe das cidades.
Tantas recordações,
Quantas saudades...
Marsciano
"Eu já não tenho mais pudor, eu quero te ver em toda face.
Me ame, meu amor, rogo para que esse louco amor, não me mate.
Essa doença me faz bem, tudo bem; não se vá, mas se for, já vai tarde.
Tarde demais para as lágrimas; muito cedo pra saudade.
Busco conforto em cada esquina da cidade.
Tento encontrar-lhe.
No cheiro das flores, na calmaria dos parques.
No bailar de cada árvore.
Nos semáforos, nos prédios, no cinza céu, nas mesas dos bares.
Não passa, aquele nosso amor, que jurei ao meu eu, ser só uma fase.
Deus, que fase!
Eu queria que a saudade fosse aquele tipo de lâmina, que não rasgasse a alma, somente a carne.
Queria que, ao sentir seu cheiro no vento, aquela antiga ferida, não sangrasse.
Me acostumo com a dor, pois já não tenho mais pudor, eu quero te ver em toda face..."
TRISTEZA MARAVILHOSA
.
.
Rio de Janeiro,
sob teu corpo de concreto
teu santo padroeiro
dorme, como um feto.
.
Ainda não nasceu, teu santo,
ainda é cedo para o milagre;
e a lágrima doce do teu pranto
não é vinho, é só vinagre.
.
Baía de Guanabara,
como mente o teu postal.
Vejo fome em pau-de-arara
sob a camada social.
.
Queria entender teu segredo,
tua miséria, tua mentira;
mas o que vejo é o degredo
que escapa da tua mira.
.
Seres humanos migratórios
compelidos à mudança
cujos mortos compulsórios
são produtos da esperança.
.
Rio, Deus te abençoe,
e do alto do Corcovado
em pedra o Cristo nos perdoe
por teu índio dizimado.
.
Cidade Maravilhosa,
herança dos guaranis...
na tua culpa misteriosa
guarda a lembrança dos brasis.
.
Rio, cidade poesia,
olha teu negro na construção;
não lhe conceda alforria:
tu és a própria escravidão.
.
Rio, alguém que tardia
espreita em teu carnaval;
sobre a tua fantasia
jaz a beleza de um postal.
.
Rio de Janeiro,
teu caminho não é reto;
ao sul do teu cruzeiro,
um voto vira um veto.
.
Ainda não nasceu teu quebranto,
ainda é cedo para o céu;
e a cachaça do pai de santo,
não é néctar, é só mel.
.
.
[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Insurgência, 2023]
Um coração devastado, uma cidade abandonada. A tristeza reina na ausência do amor. A reconstrução é lenta e incerta.
OO Viajante de Deus a cidade santa.
Pelas madrugadas saio apressadamente, e cedo me ponho de pé, as madrugadas afora preparo minhas malas, para me encontrar com meu Rei, de longe me alegro a entrada da cidade Celestial, a Nova Jerusalém, de longe, trago meus pertences e os meus, para me congratular nessa maravilhosa e encantadora cidade feita sobre medida por Deus, e nesta esperança que olho, com perspectiva distorcida do que realmente será, mais uma coisa eu sei, é com grande alegria que eu e os meus tesouros encontrarão nos tabernáculos eternos para todo sempre.
Poesias Líricas ao Rei Jesus
A inutilidade do conhecimento.
Me sinto triste e inútil, com tanto conhecimento que tenho, e sem poder usar eles, ou que façam uso deles.
O que me entristece é saber, o quanto que meu conhecimento é útil.
Saber que poderia ajudar muita gente e meu conhecimento está inerte e sem nenhuma utilidade para mim, para meus próximos, minha comunidade, meu bairro, minha cidade, meu país e a humanidade.
Matciano A Nantes
Morar longe da selva da pedras te deixa sempre mais perto de algo significativamente maior que a cidade grande.
A ambição pelo poder e a falta de consenso familiar por ele, desagrega não apenas entre si, mas também perante a sociedade. Como poderão, os que não administram com harmonia o seu próprio clã, conduzir a organização do estado. Várias famílias políticas brigaram pelo “poder” (ilusório) e fracassaram. Aquele (a) que acredita ter o direito do nome político familiar, e tomar as decisões geralmente cria desconforto naquele(a) que também se acha no direito do espaço político que a família se acha dona, esquecem que quem colocar e/ou tira do “poder” (ilusório e efêmero) é o povo e pelo que se percebe não escolhe nem um (a) e nem o (a) outro (a).
Após algumas cervejas
Só restava-nos visitar as paredes riscadas
Daquele banheiro de bar
Cada frase nela escrita era uma lição
Poetas anônimos e embriagados
Sempre possuem caneta na mão
E eu bêbada franzindo a testa
Cerrando os olhos para entender
O que significavam
Aquelas frases soltas e misturadas
Já nos veneraram. Lembra-se? Eles se sacrificavam por nós. Hoje tem um nome diferente, mas ainda somos importantes para as pessoas desta cidade.
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