Morte Irmão
A vida é como uma imensa avenida, em que caminhamos de uma casa a outra, de uma esquina a outra. E ao longe, sempre vemos a morte andando pelos corredores, escadas, praças, jardins, calçadas, e pensamos (muitas vezes) estar preparados, mas basta ela bater a nossa porta, que vamos perceber que na verdade nunca estivemos.
O corpo é apenas uma casca, um casúlo, por isso, o que tive que fazer, faça, enquanto estou aqui para ouvir e antes do meu vôo de volta pra casa
Quando eu partir, não serei nada mais do que simples palavras ou versos, como estes, que por curiosidade ou saudade alguém resolveu ler.
Não se esqueça que nesta série chamada vida, somos somente coadjuvantes, o verdadeiro protagonista sempre foi o tempo.
Se você vê nitidamente ou sente a presença de alguém em todo lugar, é sinal que ela marcou a tua alma e a vida dela valeu a pena.
Infelizmente somos instante, e num instante somos nada, porque logo seremos só uma lembrança, só um pensamento, seremos letras escritas por nós, que alguém resolveu guardar, seremos só um pedaço de pano que ficou perdido numa gaveta.
Há quem diga que todos nós nascemos sabendo o que é o amor. Isso é mentira. A única coisa de que sabemos, ao nascermos, é de que estamos destinados à morte. Inevitavelmente, a morte é a nossa única certeza; mas é claro que o amor é importante porque, de alguma maneira, este sentimento é o meio pelo qual encontramos um alívio para a tristeza causada pela desordem deste mundo
se não pode ficar com alguém, ao menos o deixe ir, porque velar por algo que está morto e não sepultar é ir contra a natureza.
