Morada
Como uma brisa leve que não é esperada, você chegou e fez morada no meu peito.
Ao contrário de muitos amores contados por aí, eu já sabia que era você desde o primeiro segundo que te encarei de perto. Eu já sabia que era aquele sorriso, aquele abraço e aquele beijo que me faz ir ao céu até hoje. Quando no auge da adolescência enchia o peito pra te chamar de meu grande amor as pessoas riam e diziam que ia passar. Hoje sei que elas estavam erradas. Nunca passa por que em qualquer lugar que eu vá é sempre sua mão que me falta pra que eu possa está segura de tudo. Quando aquele dia eu te vi e senti meu peito arder de tanta felicidade, quando você me disse que era amor, quando pude sentir seu coração acelerar junto ao meu, eu sou a cada segundo que era ali o meu lugar. Hoje eu sei que nada deu certo por uma razão: nenhum deles era você.
Depois de um tempo lutando contra e inventando amores, eu desisti. Desisti de lutar contra algo que não acaba. Não tenho armas suficientes pra lutar contra qualquer coisa que me leve a você. Então na boa, encara. Encara-me e assume, tu também não consegue lutar contra mim.
Vamos acabar com essas batalhas internas e por fim nessa guerra na sua cama, de preferência com o sinal de paz sendo nossas roupas brancas jogadas ao chão.
Por mim pode ser hoje mesmo, responda com um "Sim" e eu estarei no próximo desembarque na sua cidade, com a única certeza que me resta: eu nasci pra te pertencer de alguma forma.
_____________Leidy Oliveira____
Um dia você chegou de mansinho e ali se aquietou, fez de sua morada a minha existência. Vida que se seguiu e que a mim transformou, me deu formas rechonchudas de alegrias e um prazer enorme de seguir adiante. Minha vida, venha, quero te ninar, te acariciar e te dar este amor infinitamente grande guardado no fundo da minha alma para você, que é a minha "VIDA".
Lembranças de Uruguaiana
Quando ouço um cão acuando
Lembro-me:
Pessoas fazem morada
E não acham Uruguaiana longe.
Só a saudade é distante, Porto Alegre
Dentro do nosso coração.
Ah, se eu pudesse estar agora onde eu bem queria... Onde minha vida faz morada... Onde o destino, me joga e me esculacha...
Estou caminhando entre uma multidão
E um vazio faz morada dentro de mim
A saudade maltrata esse meu coração
Nada consegue me fazer sorrir
Sem você minha vida é solidão
Só ao teu lado me sinto feliz
Hoje em minha cama só resta recordação
O teu cheiro ainda está grudado aqui
Agora sinto que o frio mais frio fica
Se não há você em minha vida
Minha primavera perdeu suas flores
E em meu arco-íris acinzentaram as cores
Não existe outro alguém
Que meu coração consiga amar
Não existe outra mão
Que minha mão queira segurar
Não existe outro corpo
Onde meu corpo queira se abrigar
Não há ninguém
Que ocupe o teu lugar.
NOBRE POBRE
"Cidade satélite, um bairro sideral. Morada de (q)uês, (n)adas e (M)arias. Lotes amplos, harém retangular. Área nobre, de reis e abacaxis. Nesse, nove quartos de dormir. Banheiros equivalentes, suítes para todos os dezoito que ali residem. Os que ali residem: condôminos. Assinantes fiéis de faixas amarelas que anunciam, mensalmente, aluguéis. Desfrutam, uma vez ao dia, de seus chuveiros mornos. Jornada nas estrelas com mais de 12 horas - desfrutando o chuveiro dos próprios poros. Suor sem racionamento. Domingo, quinta e sábado não tem água. E a desafortunada que carrega o subúrbio na sua genética, em seu extinto de sobrevivência, sempre soube o que era economizar água e choro. A esmoleira de Direitos, generosamente, se põe a exemplo. Amanhã, acordará cedo, pegará os caminhos do carma. A água voltará meio dia, mas na casa da patroa vai dar para enxaguar os olhos. 'Clarinha' - a cadelinha - vai pro banho-tosa e as crianças para a natação. Com mais três giros no terço, logo Ave Maria manda a noite e voltemos para o nosso barracão. Lugar onde o luxo é ilícito e, água, também entrou pra oração."
O coração do poeta é a morada da poesia!
Nele o amor transborda, alegria visita e a tristeza vai embora!...
Já faz alguns anos que adotei a solidão como morada. Inicialmente pensei que fosse algo passageiro, uma fase ordinária. Mas com esse prazo de validade indeterminado, constatei o quão atroz és. Anseio por uma coletividade de prazeres — e, ao mesmo tempo, um regalo nessa terrífica morada que instalou-se no meu peito. Pode parecer loucura, mas essa desarmonia coletiva me faz querer continuar. Sinto falta da pessoa que fui, mas me adaptei nesse ninho eloquente e aconchegante, que abriga a minha obscura particularidade. No mais, por mais insano que pareça, ainda anseio tocar o poente. É isso!
Mãe... Morada do Amor
Nas tardes que das manhãs iluminaste,
Vejo a noite aparecer
Teu canto numa voz de paz
Sabedoria tão certa
O céu canta festa...
Tua presença me faz viver.
Foste poesia em minha vida
E ainda nova, tu se foi,
Nas estrelas morar.
Brilhar o firmamento,
Rimar tua prosa, tocar as violas,
Pros anjos ali se enfeitar.
Mas, graças eu dou a Deus,
Pela mãe que eu tive (e ainda tenho)
Sorriso tão singelo, morada do amor.
Por me ensinar,
Fez o meu mundo se transformar
Em cor, em flor...
Em toda parte em mim, por ti,
Existe o amor.
Mãe, a melhor definição que eu posso te dar,
Não sei nem falar.
Coisa boa a gente não fala. Sente!
E, se sentir é o melhor que existe em alguém,
Então, deixo o coração se expressar,
E o meu amor a ti se eternizar.
Alma leve e sem lar
Que possui morada
Em todo tipo de lugar
Alma pesada de lugar
Que tem destino
E objetivo
De onde estiver, lá morar
A ARANHA
No vão debaixo da minha escada
Uma linda aranha fez sua morada
A luz do sol refletida na janela
Deixou à vista toda a teia dela
Feita com uma habilidade fascinante
Mostrando uma renda fina e brilhante...
Alguém pode me dizer sem brincadeira
O que faço com a estranha hospedeira?
mel - ((*_*))