Montanha Russa Marta Medeiros
Solidão
A solidão é algo que nos faz refletir sobre a importância de um abraço numa manhã fria. É uma dor que não se pode disfarçar, pois, escorre pelos olhos. É um espelho que nos mostra o que nos fere e faz sangrar por dentro.Por diversas vezes ela me fez ressuscitar velhas lembranças, que pensei não fazer mais sentindo algum. Mas, que continuam bem guardadas dentro de mim.
São momentos assim, que eu me vejo negando para meu próprio coração, sentimentos que se apossam de mim com uma velocidade impressionante. E quando percebo já é tarde demais para fugir. Mas, a solidão que estou falando não é somente a de está sozinha em um lugar qualquer. É a escassez de sentimentos bons, que me façam amar sem receio algum.
Eu sinto um medo terrível de acabar com essa solidão e perceber que meu mundo era mais seguro, quando ela fazia parte de mim. Por isso, muitas vezes quando ela chega forte demais, eu me afogo em velhas recordações, desbotadas, escondidas no meu mundo interior. Tentando fugir de uma realidade feliz que depois poderá se transformar em agonia, numa mágoa profunda.
Espero um dia me livrar dela para sempre. Pois, às vezes, perdemos a chance de vivermos algo novo, pelo simples fato de nos acostumarmos a sermos felizes por completo e depois percebermos que era tudo uma ilusão. Afogando-nos novamente no abismo mórbido da solidão.
Nossa Mãe
Muitas vezes nós brincamos
Aos abraços e carinhos
Um detalhado caminho
Redescobrimos e sonhamos
Algumas vezes choramos
Vivemos intensamente
Importante quanto presente
Amamos também sofremos
Nos sonhos nós estaremos
Ao teu lado eternamente.
Se a dor foi imensa
Aos poucos confortaria
Uma paz de força intensa
Dos momentos de alegria
Ainda sinto a tua presença
Deus me deu a recompensa
Em receber sua companhia.
Para que grandes projetos possam ter sucesso, é preciso mentes brilhantes, sem esquecer o medo que deve ser afastado temporariamente
Humildade é a essência da vida! É seguir em frente com os pés no chão, reconhecer os próprios erros, lidar com a própria ignorância. É ter fé e convicção na sua real missão.
O Silêncio que Fala Mais Alto
Sempre achei curioso o fascínio moderno pelos podcasts. Milhares de vozes, todos os dias, despejando pensamentos, opiniões e experiências em um fluxo infinito de conversa. É como se a humanidade tivesse descoberto, finalmente, o jeito de falar sem parar — e, mais do que isso, sem ser interrompida. Há quem chame de revolução na comunicação; eu vejo como a consagração de um instinto antigo: o de falar mais do que ouvir.
Não me entenda mal. Há podcasts brilhantes, daqueles que parecem uma extensão da alma, que abrem portas para mundos desconhecidos. Mas, na maioria das vezes, percebo que o objetivo não é compartilhar, e sim existir pelo som da própria voz. É um palco portátil, onde cada um pode ser mestre de si mesmo, declamando certezas como quem ergue bandeiras. Falar se tornou uma forma de respirar. Ou talvez, para alguns, seja a única maneira de não se afogar.
Eu, no entanto, nunca tive essa ânsia. Prefiro estar na plateia invisível, nos cantos da sala, com o fone no ouvido, deixando que as vozes alheias se acomodem na minha mente. Não porque eu me ache menor, mas porque sei que é no silêncio que colho mais frutos. Quem fala está ocupado demais afirmando o que já sabe; quem ouve, se abre para o que não conhece.
A ironia é que, nos podcasts, mesmo quando se convida alguém “para ouvir”, na prática, é para esperar a vez de falar. O diálogo cede espaço ao monólogo de duas cabeças. É um jogo de pingue-pongue onde a bola, às vezes, nem precisa voltar — basta continuar girando dentro da própria mão.
Vivo me perguntando se a arte de ouvir não está se tornando uma espécie em extinção. Talvez, no futuro, surjam podcasts silenciosos, onde se transmitam apenas pausas, respirações e o som do mundo acontecendo. Quem sabe aí a gente descubra que, muitas vezes, o que mais precisamos não é dizer algo, mas escutar o que o silêncio já vem dizendo há muito tempo.
E eu estarei lá, ouvindo. Sempre ouvindo.
- Eduardo Medeiros -
NUM CAFÉ, O TEMPO PAROU...
Trago comigo um amor em segredo,
que tem morada na minha ilusão;
amor sem nome, sem culpa, sem medo,
que veio do fundo da solidão!
Pintei seu rosto na tela da mente,
onde o amor, em silêncio, florescia;
a cor do afeto — sutil e envolvente —
tingiu de ternura a melancolia.
Vaguei nas ruas da perseverança,
em busca de algo que nunca se achou;
no rastro fugaz de parca esperança,
o amor calado mais fundo ecoou!
Um dia o vi — por acaso ou bruxedo —,
num café, e então minha alma se avia;
surgiu qual fosse um feitiço de enredo,
e pensei: “Será ela? Quem diria!”
O tempo parou — tremi de surpresa —
não era a mesma, mas lembrava tanto,
que meu olhar se perdeu na incerteza,
e até busquei conservar o encanto!
Mas, sem defesa, rendido à realidade,
voltei à vida, ao mundo real!
E então, sentindo uma estranha saudade,
amei — de novo — um amor sem final!
Nelson de Medeiros.
ENTRE O SONO E O DESEJO
No limiar da noite, ela surgia,
e vinha envolta em véus de claridade;
seus olhos, dois abismos de saudade,
tinham a cor da dor que não se esfria!
Jamais tocada, sempre se esvaía,
na dança lenta da minha ansiedade;
mas sumia, ao toque da verdade,
como a bruma que o sol desfaz ao dia!
Então, já no fim da madrugada, volta
e me sussurra um verso derradeiro:
“— O amor é sonho imortal e constante”!
Então desperto só, mas sem revolta,
com seu perfume preso ao travesseiro,
cheio de esperança daquele instante!
Nelson de Medeiros
08/03/2023, no auge da pandemia.
HORA TRISTE
O momento transcende a fim de mundo;
o bardo se aconchega à solidão,
e, prenhe de um pesar cruel, profundo,
chora a angústia de atroz desilusão!
Na penumbra da alma, o céu é profundo,
e o pranto inunda toda a escuridão;
então um verso nasce, e num segundo,
canta a mágoa que habita o coração!
Mas mesmo em meio à sombra que consome,
o bardo insiste em seu cantar dolente,
buscando luz no abismo da saudade!
O tempo passa, lento e indiferente,
e cria, então, a estrofe com seu nome,
na rima rica da felicidade!
Nelson de Medeiros
Médiuns
Médium, não te envaideças pelas vozes que recebes, nem temas as sombras que se aproximam. Tua missão é de humildade e vigilância. Estuda sempre, ora muito e age com caridade. Lembra-te: os espíritos de luz jamais te pedirão espetáculo, nem te prometerão milagres em troca de teu ego. A verdadeira mediunidade é aquela que silencia os aplausos do mundo para escutar os sussurros do céu. Confia em Deus, protege-te com a prece e caminha, pois até os passos mais solitários entre os dois mundos são guiados por Suas mãos.
Não aceito a ideia de destino predeterminado. Nada existe que não possa ser mudado ou atenuado por nossa vontade, a não ser a morte. Mas a morte não é predeterminismo, é condição da própria vida; continuísmo dela.
Nelson de Medeiros
“Sou um livre pensador, que vê a vida como uma Arte onde deveríamos ter uma concepção da vida sob formas corretas e harmoniosas." Pedro Medeiros
FLUXO NORDESTINO.
O nordeste é um coração
que pulsa rapidamente
que entra em erupção
e ferve o sangue da gente
que corre pelo sertão
nas veias do nosso oxente.
Não gosto de fazer paralelos. Tenho receio de tropeçar na linha da imaginação e descobrir que tudo não passava de mera encenação, sem nenhuma ação.
