Montanha Russa Marta Medeiros
Deus perfume suave que vem bem de mansinho, nos encher de paz, uma sensação boa que sempre vai estar presente...!
Amanheceu... Preciso de uma dose exagerada de poesia, fincar o pé na fé, e seguir com Deus no coração...!
Estou em uma fase da minha vida que prefiro sentir o vento bagunçando meus cabelos, a chuva fria me molhando a pele, o sol aquecendo minha alma ao invés de me preocupar com futilidades... Ando assim flertando com a vida!
Escrever foi o que me salvou e salva todos os dias. Eu oro a Deus quando escrevo e é nesses momentos que me entrego de corpo e alma, meus escritos é sempre um pedido de socorro uma prece uma fuga!
Uma das mais belas dádivas da vida é a oportunidade que tenho de abrir uma nova janela. Seja lá para fora para ouvir o canto dos pássaros, seja para o interior de mim mesma para reconhecer o solo fértil que carrego dentro da alma...!
Com ou sem cicatriz a gente precisa seguir em frente...
A minha sangra todos os dias...
E eu...? Eu sigo em frente...!
Entao, aqui estou
cheia de pensamentos
E todos eles com a
minha boa intenção.
Mas, nada me consola
esta noite porque
A saudade me mantém
muito bem acordada...
Algumas lembranças me
fazem ficar pendurada
na esperança de que um
novo dia virá e talvez
tudo ficará bem comigo!
Marta Gouvêa
Vazio... Silêncio...
É tudo que me deixou
depois que partiu...
Sem pensar foi embora
E o desejo de ter você
de novo aqui comigo é
Tudo que me resta agora!
Marta Gouvêa
Temos que deixar de olhar para as pessoas com os nossos olhos. Uma cara bonita e meia duzia de palavrinhas simpáticas não fazem um carácter...
Poderia praticar esta forma de vida
que me assenta melhor do que a minha.
Quero dizer
é dentro da cabeça
e fora da minha vida
que me sinto menos só.
Poderia ficar aqui algum tempo
deslocando a cadeira
para acompanhar a trajectória do sol.
Não o faço.
Abro a porta que dá para a casa
e deixo devoluta a vida
imaginária no jardim.
Preferia não saber das ruas
onde posso desfazer-me do desejo.
Ir ao encontro das estátuas
para me refazer do medo.
A noite é pequena e cabe
num gesto atirado ao ar
quando se parte sem olhar para trás,
nem necessidade de confirmar amor algum.
Tirei tudo dos bolsos.
Toquei o rosto para sentir a temperatura.
Não estou morta nem vou morrer.
De regresso a casa, a única certeza:
que a manhã virá para reflectir a palidez,
a habitual dificuldade em existir cedo.
Chego ao campo e encontro
a transparência que me arrebata.
A paisagem sonora nada interrompe,
propaga-se pelo ar e regressa em eco.
O dia finda na debandada dos pássaros.
Durante a noite o fogo alimenta-me.
O vinho e a madeira dilatam,
indiferentes à estação.
Deitada na cama não me falta o ar.
Do céu vê-se a casa,
na casa o quarto,
dentro dele, eu.
