Momentos Alegria Fernando Pessoa

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(...) não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada.

Sempre há alguma coisa que falta. Guarde isso sem dor, embora, em segredo, doa.

Ando tão triste que às vezes me jogo na cama, meto a cara fundo no travesseiro e tento chorar. Claro que não consigo.

Chovia, chovia, chovia e eu ia indo por dentro da chuva ao encontro dele, sem guarda-chuva nem nada, eu sempre perdia todos pelos bares, só uma garrafa de conhaque barato apertada contra o peito, parece falso dito desse jeito, mas bem assim eu ia no meio da chuva, eu enfiava as mãos avermelhadas nos bolsos e ia indo, eu ia pulando as poças d’água com as pernas geladas. Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar meio bêbado na casa dele, hálito ardido, eu não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando sem táxi naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, para que ele não visse meu dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.

(...) e a gente esquece sabendo que está esquecendo.

Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe.

Duas vezes eu quase morri de saudades de você.

Sorrindo, longe de tudo, cheia de luz.

Ultimamente eu só estou querendo ver o bom que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Estou feliz, estou despreocupado, com a vida eu estou de bem.

Como se eu estivesse por fora do movimento da vida. A vida rolando por aí feito roda-gigante, com todo mundo dentro, e eu aqui parada, pateta, sentada no bar. Sem fazer nada, como se tivesse desaprendido a linguagem dos outros. A linguagem que eles usam para se comunicar quando rodam assim e assim por diante nessa roda-gigante. Você tem um passe para a roda-gigante, uma senha, um código, sei lá. Você fala qualquer coisa tipo bá, por exemplo, então o cara deixa você entrar, sentar e rodar junto com os outros. Mas eu fico sempre do lado de fora. Aqui parada, sem saber a palavra certa, sem conseguir adivinhar. Olhando de fora, a cara cheia, louca de vontade de estar lá, rodando junto com eles nessa roda idiota - está me entendendo, garotão?

A saudade que sinto de você é uma coisa absurda.

Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis.

E eu te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.

Tenta demonstrar de alguma forma. Do jeito errado, do jeito certo, sem jeito, do seu jeito, mas tenta.

Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.

Volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca.

Francamente, teu silêncio me dá nos nervos.

Tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?

Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.

Cansado, cansado. (...) E não consigo tirar você da cabeça.