Mini Textos de Ana Maria Braga
MOMENTOS
Quantos momentos idos, sentidos, vividos.
Momentos que gostaria que se perpetuassem.
Momentos que queroa apagar da memória, do tempo.
Momentos felizes, alegres, doídos.
Momentos que não passaram de momentos.
Que, no final das contas, viraram recordações.
Recordações idas, sentidas, vividas.
Recordações poucas que se perpetuaram na mente e no coração.
Recordações que o tempo não apaga.
Recordações felizes, alegres, doídas.
Recordações sem fotos ou vídeos,
Existentes apenas na memória.
Momentos recordados, dentro do peito guardados.
E, no fim, com o apagar da vida, é que,
Finalmente, momentos que viraram recordações,
Se apagam sem deixar vestígios.
AOS MEUS FILHOS
O tempo passou, vocês cresceram.
A ilusão de pais heróis ficou pra trás.
E o que restou foi a dura realidade que a vida,
com a pressa do tempo, insiste em mostrar.
Nós, seus pais, envelhecemos.
Já não podemos correr com vocês.
Nossa senilidade avança a passos largos.
Nossa compreensão da vida moderna
nos faz querer voltar ao passado e lá ficar.
Nossos passos já não são rápidos.
Nossos ouvidos não tão aguçados.
Nossa mente já cansada, retarda o entendimento daquilo que vocês têm por certo nos tempos modernos
Nossos olhos já cansados, não enxergam as minúcias daquilo que escrevem ou demoram perceber as coisas que vocês querem que vejamos.
Nosso cérebro já fatigado de tanto absorver diferentes inconstâncias já vividas,
Demora um pouco mais para entender as vicissitudes da vida e do mundo de vocês.
Por isso, pedimos sua compreensão.
Pedimos que tentem trazer à memória, os tempos em que, ainda crianças, explicávamos pra vocês a mesma coisa várias vezes e seguidamente, com paciência e amor.
Recordem as noites, que já jovens, assavem fora e que ficávamos acordados esperando vocês chegaram. Rezando para que nada de ruim acontecesse e voltassem pra nós.
Nos desgastávamos, felizes, ensinando, orando, amando ao extremo, chorando com vocês quando choravam.
Pedimos, filhos, que tenham paciência conosco, seus pais.
Pois o tempo passou, vocês cresceram, têm suas próprias vodas, formqaram suas próprias famílias, mas...
Para nós, serão sempre nosso pequeno e infinito mundo.
Onde ainda estaremos orando por vocês, passando noites acordadas quando não soubermos onde estão ou se estão com algum problema.
AINDA OS AMAREMOS POIS, PARA NÓS,
VOCÊS SÃO NOSSAS ETERNAS CRIANÇAS.
ERRO
É tão fácil errar.
Por mais que se tente acertar, o erro bate à nossa porta sempre.
entra sem seer convidado, se acomoda furtivamente, entrelaça sentimentos e atitudes num emaranhado sem solução.
Bagunça a vida gerando confusão.
Ah... Mas é nessa hora que começamos a abrir os olhos e ver quem é verdadeiro.
Porque; "quen nunca errou que atire a primeira pedra".
E, nesse instante, todos se mascaram e começam a apedrejar, num instinto de mostrar virtudes inventadas para qaue as pedras não tomem o efeito bumerangue.
Todos apontam os erros alheios mas ninguém enxergao seu próprio erro.
Talvez por medo de perceber que não são tão belos assim e dentro de si também exista algo errado.
Todos veem erros mas são cegos para os acertos.
E, nessa roda viva de atos, pensamentos e sentimentos, não sãocapazes de enxergar o bem que foi feito.
Se focam no "suposto" erro de não se fazer suasvontades e abandonam, apedrejam sem dó nem piedade.
É... Todos fingem nobreza tentando não enxergar própria realidade.
Pintura de Lisboa
É cedo, o Sol disponta no horizonte,
lá longe a madrugada adormece,
de braços bem abertos, por traz da ponte,
vejo o Cristo como estando numa prece.
E vejo o Tejo carregado de saudade
vejo a Graça que descansa na colina
é tal a magia em torno da cidade
que até Cristo num gesto se reclina.
E vejo as ameias do Castelo
essas que recortam o horizonte,
no Chiado oiço um Fado tão singelo
que vai de Santa Justa até à ponte.
São os poetas que gritam no peito
de quem vai passando p'las vielas,
há gente que se encontra a sós no leito
há tanta melancolia nas janelas.
É assim esta pintura de encantar
que tanto me encanta e enternece!
Minh' Alma como o Tejo vai pro mar
Canta, chora , dança, escreve e adormece ...
"De repente a decepção vem de onde menos esperamos;
Somos devastados pela não compreensão daqueles que confiamos.
E mesmo sabendo que eles vão nos decepcionar, continuamos a fechar os olhos e fingir acreditar.
Somos responsáveis pela dor que sentimos, pois, o mundo é repleto de corações feridos."
- SENTIDAS CONDOLÊNCIAS -
(más-caras)
Há pessoas que ao morrer
nada deixam pra lembrar,
só a certeza de saber:
nunca mais nos farão mal!
O mal que aqui fizeram
fez mudar tantos destinos
tanto ódio lhes tiveram
agora dizem ... coitadinhos!
Tantos pêsames pelo ar!
Tantas fotos ... condolências!
Venham todos sepultar
estas grandes excelências...
Não sei se pense nestes mortos
não sei se ria destes vivos
pois adoram velar corpos
dizerem que são amigos!
Nunca mais nos farão mal!
Grande certeza pra saber
nada deixam em Portugal
só lhes resta é morrer!
Uma coisa dou por certo
nesta minha reflexão
escreve Deus e é correcto
nas linhas da podridão!
P.S./ Todos colhemos o que plantámos ...
- AMAR SEM MEDO DA IDADE -
A manhã está suja de saudade!
E há lá coisa mais bonita
do que amar sem medo da idade,
viver, conforme o vento agita?!...
A vida é feita de ansiedades,
tantas vezes, de sonhos por cumprir,
mesmo assim, nas dificuldades,
ela ensina a nunca desistir.
Não importa de onde vimos
nem tampouco com quem estamos
só importa o que sentimos
e o lugar onde chegamos.
Pois conforme o vento agita
também se agita a saudade
e há lá coisa mais bonita
do que amar sem medo da idade?!
Confissões:
Confesso que tem dias que fico encolhida, o mundo das pessoas cada dia se mostra (mais) egoísta e hipócrita.
Ainda penso que mesmo com medo somos (mais) bonitos quando expomos nossas verdadeiras emoções.
Ainda penso que estamos aqui pra (mais) dar que receber. E nunca esquecer, nunca mesmo, que essas trocas sejam (mais) recíproca para nunca se esgotar.
Sabe, reciprocidade existe pra isso, pra ninguem nunca se esgotar.
Acho que é por isso que a vida nos dá surpresas. Que bom.
Graças a Deus existem outras pessoas, outro dia.
Ainda bem.
NADA É IGUAL
Nada é igual. Um piscar não é igual ao outro.
Uma respiração não é igual a outra.
Um segundo não é igual ao outro.
Nada é igual.
Existem diferenças algumas minúsculas e outras enormes.
As formas que parecem as mesmas, são sutilmente disformes.
Nada é igual.
As labaredas da mesma chama,
As gotas da mesma água,
As pedras de sal do mesmo oceano.
Não são iguais.
As paixões e amores, embora sentidos pelo mesmo coração e mente, não são iguals.
O que se sente e pensa muda o tempo todo indubitavelmente.
Nada é igual.
Mas... NADA É TÃO DESIGUAL quanto o sentimento e a razão.
O primeiro sufoca, atormenta. O segundo tenta manter o raciocício, o equilíbrio.
Razão que, embora lutando com todas as forças, se rende ao sentimento.
Sentimento esse que tem sobre o coração maior domínio.
Nada é igual.
Quer se tente voltar atrás ou seguir adiante,
Nada será como antes.
- SAUDADE DO CHIADO -
Que saudade do chiado
Dos seus dias solarengos
Da alegria d'um passado
Que dentro de mim tenho.
Das esplanadas ao vento
E Da beleza dessas ruas
Que saudade desse tempo
Dos poetas, das estatuas.
Da calçada portuguesa
Das igrejas em solidao
Trago a grande singeleza
Do bairro alto no coraÇao.
Trago os dias bem passados
Tantas horas de poesia
Tantos gritos arrancados
À ganância dos meus dias.
Da loucura dos meus sonhos
Tanta coisa foi perdida
Houve dias tão risonhos
Tanta mágoa apetecida.
E Tanta gente que passou
Pela sombra do meu fado
Foi-se embora e não levou
Esta saudade do chiado.
Ricardo Maria Louro
No Chiado em Lisboa
Tem um bom tempo...que não tenho mais: Paciência...para joguinhos...de sedução... Disponibilidade...para competir... disputar... Espaço na minha vida...pra quem demonstra amizade e bem querer exterior...sem sentir amizade e bem querer no coração...
Tem um bom tempo que tenho:
Preguiça danada...de gente que faz caras e bocas...que quer "se dar bem"...que fica por aí...por aqui...por qualquer lugar e situação...tentando compensar as próprias frustrações..."ganhando" do outro...passando o outro pra trás...
Tem um bom tempo... que descobri...que amo viver... que eu ficar comigo é ótimo...é delícia demais... entendi também...que um dia cheguei...e um dia vou embora...e este intervalo aí...é curto demais...e com isso... decidi viver plenamente...bem...de e com verdades... resolvi selecionar bastante...quem compensa...e mais que isso...quem merece fazer parte da minha história nesta passagem por este planeta...
Tem um bom tempo... que decidi viver...em paz... com verdades... sem mimimis...sem nhém nhém nhém...sem complicação... gosto...falo que gosto... quero...demonstro e falo que quero... facilmente demonstro meu bem querer por alguém...quando este bem querer existe dentro do meu coração... Não gosto...comunico que não gosto...
Prezo minha autenticidade...em todos os sentidos... Respeito as pessoas...tenho um cuidado imenso...com quem quer que seja...mas aprendi que hoje em dia...poucas pessoas agem assim...não as julgo...nem as condeno...mas prefiro não ter pessoas assim por perto...sou muito sensível...e elas....com certeza...me machucam... Simples assim...
Qualquer pessoa é você mesmo...e nada como a convivência para nos espelhar e mostrar pontos obscuros de nós mesmos...
Sabemos que a dificuldade está em conviver com quem não tem as mesmas afinidades...as diferenças nos incomodam...mas é preciso entender que em um plano Superior somos todos os outros...então, estar desperto para o Amor, é abraçar e aceitar todas as diferenças e limitações, as suas e as dos outros...
Se fomos colocados ao lado de alguém, se alguém apareceu no nosso caminho, há algo a ser pesquisado, aprendido...e para compreender e vivenciar isso é preciso silenciar...se você se liberta não importa mais quem está ao seu lado...nada vai te incomodar mais...e você pode escolher conviver ou não com alguém sem a interferência do ego...você vai entender e sentir profundamente que É verdadeiramente o outro...
isso é Compaixão...
isso é Amor...
Reconhecimento e Gratidão ao Hospital S. João de Deus em Montemor -
Há espaços Geográficos que vibram como ninhos de águias, fontes de amor, pontos energéticos de Luz, âncoras de vida interior.
É assim o Hospital de S. João de Deus em Montemor.
O espaço, as gentes, os olhares, as vozes, o imenso coração com que se sente pulsar as paredes daquele edificio. Tudo ali é terno e profundo, tudo ali é vida, a ântecamara do Céu. Lugar onde a Voz de Deus soa e ressoa e o seu eco nos envolve o corpo e a Alma. Afinal há Céu na terra! Posso dizê-lo, posso afirma-lo. Porque vi, porque senti. Foi neste lugar onde a caridade e a fé, a esperança e a virtude habitam e convivem diáriamente e seguem de mãos dadas que a minha queridissima Avó Clarisse viveu e terminou o seu ultimo mês de vida neste mundo. A Paz e a tranquilidade com que partiu é espelho do lugar onde fez o seu término sobre a terra. Muito me doeu a distância entre nós neste final de vida mas sabia que era melhor assim - por ela. Enfermeira Rita obrigado pela generosidade, enfermeira Filipa obrigado pela resiliência, enfermeira Xana obrigado pelo imenso coração, as demais enfermeiras que acompanharam a avó, incluindo na hora da morte, muito obrigado. Obrigado pelo vosso altruismo. Seguranças, auxiliares, utentes, assistentes sociais, direcção administrativa, muito obrigado. Obrigado Dra. Isabel Lucas e a toda a equipa dos Cuidados Paliativas. Ainda tenho na minha cabeça o som da sua voz, de noite, a dizer-me ao telefone que a avó partiu. Voz doce, trémula, compassada, cautelosa. Viva eu mil anos não se apagará da minha memória. Obrigado Dra. Isabel por ter levado a avó pela mão no seu último mês de vida até Nossa Senhora para que Nossa Senhora a pudesse levar a Deus. Padre Alvaro obrigado pela orientação Espiritual. Deus falou-me sempre por si. Acho que nunca na minha vida senti tanto reconhecimento e gratidão por um lugar, por tanta gente. A Avó levou a todos no coração. Partiu a 17 de Setembro, a dez minutos do dia 18, para partir no dia em que completava 63 anos de casamento com o avô Louro. Tinha que ser. Seguiram-se dias dificeis, a saudade é a presença da ausência e diz o Reverendo Cónego Madureira que a Saudade é o amor que fica. E é real. Temos que aprender a gerir o amor que fica em nós depois da partida daqueles com que estabelecemos relações de amor. É dificil. A morte é a outra face da vida para quem parte mas também tem que ser para quem fica. Obrigado avó por tudo, por tanto. Ao Hospital S. João de Deus em Montemor e a todos que o habitam o meu reconhecimento e gratidão.
Ricardo Maria Louro
Um neto sensibilizado
Outubro
Outubro do milagre da vida
Da libertação
Da realização de sonhos
Das descobertas
De colher frutos
Outubro de gratidão
De esperança em dias de calmaria
De saúde, muita saúde
E claro, correria!
De braços abertos
Recebo as bençãos do Criador
Banhada em lágrimas
Feliz,
Outubro rosa,
Outubro de amor.
Disse-te adeus -
Nessa noite de Setembro
disse-te adeus, bem me lembro
noite fria, noite calma,
nunca mais nasceu o dia
e passou a ventania
pela tarde da minha alma.
Prendeu-se-te aos ombros
por silêncios, entre escombros
uma noite tão funda,
e porque ficaste tu assim
como se fosse o teu fim
mar parado que me inunda?!
Como se acabasses para sempre
o teu corpo já nem sente
que tudo é frio e nostalgia,
em mim não nasce nada
sou todo água parada
nunca mais nasceu o dia.
Completam-se hoje15 longos dias da sua ausência Avó. Dificil. Saudade. Muita. Tanta.
Numa tarde sem coração
nasci pequeno e tão só
vestiram-me de solidão
caí nos braços de minha Avó...
Mas quem ganhou fui eu:
a desgraça concebida
a Avó entregou ao Céu
e salvou a minha vida!
Cresci tendo-a por perto
não me lembro de a não ter,
tendo-a, tive por certo
que nunca a iria perder.
Quando dissemos adeus
naquele istante tão só
tive que devolver a Deus
o Coração de minha Avó.
Hoje, 3 semanas de saudade, silêncio e ausência de uma Senhora insubstituível, uma personalidade Cristã cheia de caridade no coração.
Saudade sua Avó Clarisse.
O Morgado da Golegã -
Lá vai o Senhor Morgado um antigo anfitrião
com calça de riscado, com modos de galã
e segue pelas ruas cumprindo a tradição
a trote p'la calçada da velha Golegã.
O Povo emocionado num grito em ovação
aplaude o Senhor Morgado um homem de virtude
e aquela alva figura marcada p'la paixão
recorda a tradição do seu tempo de juventude.
O dia é de festa, cavalos; cavaleiros
por toda a Golegã é feira de S. Martinho
e à luz do Sol ardente há flores nos canteiros
crianças pela rua brincando no caminho.
Nobrezas de carácter, brasões no dedo em riste,
famílias d'outros tempos pejadas de saudade
desfilam na clareira da praça branca e triste
alegres cavaleiros de antiga mocidade.
Há fumo pelo ar, castanhas pelo espaço
há fado em cada esquina é a voz do passado
e a trote ou a galope acenando com o braço
num puro Lusitano vai passando o Senhor Morgado.
Copacabana
Copacabana hoje você
Me fez sentir como criança
Pulei, e joguei e na água me desestressei
Em seus braços d’água me joguei
Minhas dores aliviei
Vi meus cabelos jogados
Feito uma trança
Me senti verdadeiramente criança
Nesse mar de amor d’água
Sorri de felicidade
Me afoguei de esperança
Voltei agora à São Paulo
Renovada para uma nova dança
Saudade Eterna
Lá do outro lado, onde a luz reluz,
Existem sorrisos, um brilho que seduz.
São as almas queridas, que o tempo levou,
Mas o amor que deixaram jamais se apagou.
Em cada lembrança, em cada pensar,
É como se ainda estivessem a nos abraçar.
Essas pessoas, tão belas e raras,
Vivem em nós, como estrelas claras.
No dia de Finados, mais perto estão,
Em preces, lembranças, de coração.
E a saudade é brisa, suave e quente,
Que nos toca o rosto, tão docemente.
Que descansem em paz, ao lado da luz,
Enquanto a vida os honre, os lembre e traduz.
Pois o amor que plantaram, a bondade sem fim,
Ecoa em nós, eterno jardim.
PERMITA DEUS
Peço encarecidamente SENHOR
Que permitas DEUS
Que eu seja feliz
Que eu ame e seja amada
Na mesma medida
Na medida que eu sempre quis
Permita DEUS que eu chore
Mas que meu choro, seja de alegria
Seja de felicidade
Por espalhar por aí
Todo amor e toda bondade
Que em meu coração habita
Permita meu DEUS que a felicidade chegue repentina
Se faça presente em minha vida
Que eu transborde
De amor e paixão
Pelo meu próximo
Pelo meu irmão
Permita DEUS que não seja um sonho, um devaneio
Que eu me deleite em meu próprio seio
Que em minha alma transborde amor transborde paixão
Permita DEUS que chegue a mim antes de minha morte
Assim falarei de minha sorte; que ao meu lado sempre esteve
Que eu deixei esse legado após minha morte
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