Mini Textos de Ana Maria Braga
Hoje, especialmente sinto saudades da minha mãe... Já faz 7 anos que ela se foi de minha vida - que ela morreu :( sinto falta da presença dela com seu poder absoluto, sentada na cabeceira da mesa, com sua latinha de fumo de corda e fazendo seu cigarro de papel observava tudo.
Maria Jeremias Santos
Guarda-jóias de minha Mãe
...era uma caixinha com aplicações de madrepérola, o guarda-jóias que poderia estar em cima de uma cómoda, no quarto de minha mãe. Talvez com anéis, pulseiras e , quem sabe, algum bilhete especial, bem dobrado e guardado cuidadosamente....
Aquele guarda- jóias não era meu mas cuidava-o como se o fosse! Não tinha ouro ou missangas, bilhetes nem segredos ; apenas os pequenos espelhos, divisórias em veludo vermelho, a bailarina e um botão de corda!
Pé ante pé, quantas vezes me escondi num cantinho da sala grande para lhe tocar. Devagarinho, levantava a tampa e via aquela bailarina vestida de tule rosa. Rodava, rodopiava e eu não me cansava de a olhar! Repetia vezes sem conta o mesmo gesto de lhe dar corda para mais um instante mágico de dança....
Hoje ainda está no mesmo lugar. Quando o vejo, nem sempre o abro... Olho e sorrio para mim.Por breves instantes relembro esses tempos, outros tempos, de menina.
Talvez haja um tempo certo para sentir a magia de uma caixinha de música (ou não!) .
Há lembranças que ficam, sempre.
Arisca
Indo de mal a pior...
Ou de bem pra melhor.
Depende de como você me enxerga!
Liga não, sou assim mesmo
Meio bipolar, louca pela vida
Dela me deleito em loucuras
Sou cúmplice da lua
Tenho minhas fases
Amo tudo que me dá prazer
Sou livre, sou leve como a brisa
Sou solta nas nuvens, sou anjo
Sou demônio…
Sou fera felina
Sou igual bicho do mato
Não faço mal a ninguém
Só não podem
Pisar em minhas verdades!
O coração que só amou
Inventei mil maneiras de querer-te!
Já não posso te esquecer
pois este amor é a delicadeza
do meu coração...
E o teu me disse não...
Que posso eu fazer
se ele me rasga por dentro?
Esse amor que você tatuou
de forma tão transparente
em minha alma e depois,
sem dó o machucou
quer mostrar-te só amou...
Amou de forma intensa
Sem recompensa!
Sonho
É muito bom dormir
pensando em quem se ama
As portas se abrem,
mostrando e perfumando esse encanto!
E o sonho parecendo torcer por nos,
vem ao nosso encontro,
fazendo promessas em nosso mundo encantado
Colorindo com seus pincéis angelicais,
os nossos beijos!
E então, as cores bailam
e vibram em nossas retinas...
Doce paixão, menina!
São anjos nos braços do nosso amor
Fazendo os nossos corpos
permanecerem juntos,
na dança linda de pele com pele!
E tudo para...
Só continua o desejo de ficar assim...
Eternamente com você!
Sentindo essa magia louca e perfeita
Ofertando canções à nossa voz
Mágicos momentos...
De nós
É bom demais dormir pensando em você!
Querendo-te Amando-te...
Sonhando-te!
Tudo mudou sem você aqui
Tudo mudou sem você aqui
Sinto-me perdida
Vazia No vazio que você deixou em mim
Enfim!.
Às vezes não acredito?
Deve ser um sonho meu...
Que nada disso aconteceu!
Que a qualquer hora vou acordar
e te ver aqui, diante dos olhos meus,
dizendo-me que seu amor ainda...
É meu!
Fazer amor com você
Na madrugada te espero
Cheia de dengos e afetos
Querendo me perder em você
Coração quente
Feito vendaval em mim
Meu corpo desnudo Anseia...
Queima
Querendo-te
Desejando-te...
Te sentir todo meu
Indefeso, a mercê
Dos meus desejos
Transformando-o em brasa
Fornalha...
Vulcão
Enlouquecer-te com meus beijos
Te deixar em êxtase
beber cada gota de você
Aprisionar a sua alma,
No cárcere das minhas fantasias.
Deixar-te fora do mundo
Não demores...
Vem fazer amor comigo
Quero encaixar-me todinha em você
Te matar de prazer E...
Amanhecer em você!
Dito e não escrito
Não jogue ao vento o meu amor...
Esse sentimento puro
Sem tormenta e sem ilusão
Ele vem da minha alma
calma e serena
De uma beleza suprema...
Não jogue ao vento
O que não tem volta
O que é dito e não escrito
Amor não é uma palavra vaga
É vida, é esperança
Não jogue fora...
Pois quando desprezada
Atirada...
Jogada
Não tem volta!
Arquivo morto
Antes eu tinha certeza...
Hoje, já não sei mais!
Escrevo poemas vazios,
sem métrica ou remetente!
Alma carente Não entende
o que o coração sente!
Quem dera saber onde mora o amor?
Conhecê-lo
Vê-lo
Poder nele tocar...
Ramificar!
E ao acordar...
Revelar!
Antes eu tinha certeza
Hoje, já não sei mais!
Não houve a gente...
Infelizmente!
Vou te amar muitas vezes
Meu coração está em festa
Deslumbrado sentimento
Puro
Sincero
Amor verdadeiro
Que me rouba os sentidos
É um amar profundo
Que me dá coragem
Uma força incrível
Felicidade
Com toda emoção de amar-te
Digo-te meu amor
Que persista essa paz merecida
Muitas vezes...
Todos os dias de minha vida!
Ah... Esse amor
Ah! Esse amor
que consome parte de mim
Come com voracidade e nem vê
E depois, deixa a vontade
Essa saudade em demasia
Todo dia
Rasgando meu peito
Esse vazio enorme Falta de você!
Ah! Amor
Eu só queria ser saciada
com todos os seus abraços
Todos os carinhos e sussurros...
Ah! Amor
Venha acabar com essa calma
Vem amenizar minha alma
Vem ocupar esse espaço imenso
Que só você preenche...
Só você!
Ah! Amor
Preciso tanto de você aqui
juntinho de mim...
Até o fim!
O silêncio das mãos
Adorava, quando com sua calma,
você adornava meus versos
Pincelando-os com alegria e magia
A cada palavra trocada,
tu as coloria...
Alimentava as linhas de felicidade
E as deixava tão mais bonitas...
Infinitas!
O Bailar de nós dois rimava com bonança,
com elegância!
Sinto saudades das trocas de afetos
Das tuas mãos douradas em gestos simples,
mas, recheadas de carinhos!
Hoje não mais brilham em minha poesia
Silenciou minha alegria
E meus versos...
Vagam sozinhos!
Te chamo...Te amo... Te quero!
Se às vezes te chamo em meus sonhos
para saciar meus desejos e fantasias,
é porque que não da mais pra viver sem você!
Meu corpo arde de desejos fazendo-me delirar com saudades de seus beijos!
Penso em suas mãos ousadas e arteiras me tocando... Acariciando-me!
Levando-me ao mais ardente desejar de minha carne!
Não me acostumo...
Fico sem rumo sem teus carinhos
e tua pele a me tentar!
Não me encontro, te quero como nunca...
Quero gritar o teu nome
Na esperança que me ouça
E venhas ao meu encontro
fazendo-me tua do seu jeito
Na arte de amar...
E dizer-te de todo meu coração,
que sempre te desejei tanto!
Quero cuidar de você,
e deixar você cuidar de mim...
Ser sua mulher e amante sem limites!
Preciso dos teus abraços...
Venha!
Transforme esse sonho em uma catarata de prazer!
Na imensidão desse mar de poucas letras...
Te chamo
Te quero
Te amo!
Ela é Poesia
Ela é poesia em flor
que se abre em versos
Rima sorrisos em meus sentimentos
No mais puro silêncio
Quando ela sorri
Sua alma me beija
Meu coração lateja...
Saltitando em meu peito
Desejos afloram
E eu a pego em meus braços
Entre afagos e beijos...
Me perco...
Sem medo de amar!
Poeto
Tenho sede de amor
Traduzo momentos em palavras
Sentimentos...
Que meu coração alimenta
Sente...
Clama...
Declama Fogo...
Emoção
Numa conjunção infinda
Sonho...
Imagino...
Ergo cenários...
Palco da vida
Viajo em versos e rimas
Indo e vindo...
Meu avesso. Amo...
Sofro...
Poeto!
Grito de amor
Oi amor
Estou te ligando pra te falar que te amo muito...
Não fale nada, só ouça o meu grito
O silêncio que se cala...
Desculpe-me os e-mails fora de hora
Queria somente saber de ti...
Dizer-te que nunca desisti de nós
E, se ainda pensas em mim?
Queria dizer-te também
Que desse outro ladinho
Tem alguém
Que já não consegue dormir
Sabe...
Eu acho que já nasci
Te amando!
O meu primeiro choro foi
o meu grito de sonhos,
avisando que minha alma
Te encontrou...
Viajou até você!
Ah, Meus Deus...
Como te amo...
Ainda
Mundo estranho esse, onde as pessoas que vivem estressadas, irritadas, intranquilas, acreditam que esta é a única forma de viver...e sentem-se incomodadas com quem não vive como elas!
Mundo estranho esse, onde ser tranquila, em paz, feliz, é ser vista como irresponsável, como inconsequente...
Mundo estranho esse, onde cada vez mais, um número maior de pessoas, prefere não viver de verdade, mas apenas e somente cumprir...compromissos, obrigações...
Mundo estranho esse, onde as pessoas adoecem por não se permitirem relaxar, por colocarem sempre, e em primeiro lugar, o cumprimento das obrigações externas...
Mundo estranho esse, onde os sonhos, os desejos internos, são cada vez mais negligenciados...deixados pra lá...
Mundo estranho esse, onde cada vez mais, as pessoas vivem cada vez menos como pessoas...e cada vez mais, tentam se transformar em máquinas...e assim, deixam de viver...para simplesmente produzir...
Para esse mundo, que eu sinceramente quero descer...para apenas voar...
Eu sei que a vida segue em frente...
eu sei que muitas vezes,agimos de maneira que não tem mesmo como perdoar... eu sei que existem situações que são inexplicáveis...eu sei...eu sei...eu sei...mas eu sei também, que tem tanta coisa que eu sei e que mesmo assim,não consigo parar de querer modificar...
Eu sei que amores acabam...se vão...deixam de existir...
Eu sei que na imensa maioria das vezes, isso acontece por motivos inexplicáveis...por mal entendidos...por expectativas criadas e não correspondidas...por fraqueza, covardia...sei lá...medo de ser feliz...
mas eu sei também, que magoar pessoas que amamos, na verdade, dói muito mais é na gente mesmo...
e aí, um dia, após viver vários, de imensa e plena alegria, daquela alegria única, desconhecida até então para a gente...constatamos que ela é substituída só por lembrança mesmo... e lembrança de algo que despertou felicidade plena, vem acompanhada de um vazio imenso...de um quase desespero mesmo...saber que estava ali, bem acessível, tão gentil, tão doce,tão lindo, tão adorável...e a gente correu...fugiu...e magoou...justamente quem conseguiu ser tão único para a gente...
e fica vazio...e fica tristeza...e fica uma sensação de...não queria em hipótese alguma te magoar...não queria em hipótese alguma,não ter você mais na minha vida...
nada...nem amizade...nem carinho de amigo...
e a vida segue em frente...
e fica vazio...
E a gente se protege...se protege...se embala numa armadura que acredita ser intransponível...mas aí...chega aquele dia, que alguém se aproxima de uma maneira tão doce, tão gentil, tão deliciosamente agradável, que acreditamos que enfim, não existe mais a necessidade da proteção...e nos despimos da armadura que usávamos para nos proteger...não uma nudez desatinada. Mas direcionada...e cheia de esperança...de alegria plena...mas como é difícil se desfazer de uma maneira de viver/se proteger que nos acompanha já uma vida inteira...e a gente fica sem jeito...e esta falta de jeito nos faz não fazer...não deixar acontecer...e querer voltar desesperadamente a vestir a armadura... a se proteger...mas não existe volta...ela não protege mais...não da maneira que já estávamos acostumadas...é que aprendemos a gostar do ser gostada...tomamos gosto por nos sentirmos amadas...e para ser sincera, a armadura nem nos serve mais! Nem nos proporciona nenhum conforto(será que algum dia realmente proporcionou?) !É que aprendemos a andar leves...a passar os dias com aquele olhar distante de adolescente mesmo...apaixonado...a caminhar pelas ruas sonhando, numa fluidez que chega a se assemelhar com um estado de levitação...no ar...tão bom...tão deliciosamente leve...solto...cheio de risos e sorrisos...daquela felicidade que só conseguimos sentir, quando nos sentimos leves...amadas...desejadas...
Mas a vida segue em frente...
E mais dia, menos dia, tudo se ajeita...
quem sabe a gente inventa uma nova maneira de se proteger...ou quem sabe a gente desiste de se proteger...quem sabe a gente finalmente aceita que é bom de verdade caminhar leve...solta...no ar...e se recusa terminantemente viver diferente...
É...Viver tem disso também...
VERA
Na saudade o coração da gente se rompe, quando alguma coisa fora de nós bate com força e libera as lembranças...”
Vera! Tenho uma irmã na eternidade chamada Vera. Foi embora com apenas vinte e seis anos em pleno Natal.
Vestida de azul e com as unhas pintadas de cor-de-rosa, Vera se foi sem reclamar. Sabia que teria vida breve, por isso viveu sem se importar com coisas banais. E aproveitou seu curto tempo para rir muito, estudar, trabalhar e amar a todos com quem conviveu, mesmo que por pouco tempo. Vera viveu como se fosse eterna. Talvez por isso se luarizou nas nossas lembranças ou virou estrelinha, como dissemos às nossas crianças, seus pequenos sobrinhos, quando ela se foi.
Sempre que me pego aborrecida é nela que penso. De que poderia eu reclamar ? Vera não embalou nem amamentou o filho que abrigou em seu frágil corpo por sete meses, não viu seus sobrinhos crescerem, não participou dos casamentos nem dos batizados, das formaturas e dos funerais familiares. O dela foi o primeiro, o mais triste e doloroso porque Vera era Veríssima, especial, verdadeira e jovem.
Sempre recebo sua visita em meus sonhos. E tudo é tão real que fico por dias com a impressão de que conversamos por horas no sofá da sala, nos contamos as novidades da terra e do céu, de moda e das amigas que tenho na Internet, que ela nem sabe o que é. E vai de volta para sua casa, mas nunca me quer dizer onde fica. Apenas promete que voltará que eu não me preocupe com ela. Abraça-me, se diz saudável ( e parece ) , despede-se e vai embora.
E volta quando eu menos espero. às vezes sei que vem em alguma mulher que , como ela , se chama Vera suave e verdadeira do jeito que a guardo na lembrança. Como agora que chega à minha vida uma nova Verinha, sorridente, linda e feliz. Mas também pode chamar-se Helena, Eloísa ou Beatriz. Penso que ela tem alguns poderes que desconheço entre eles mudar de nome, exibir rostos diferentes , ser alta, baixa, magra ou gorda, só para me enganar para depois rir de mim como quando escondia meus brinquedos.
Nas minhas verdadeiras amigas encontro um pouco dela, na generosidade de uma, na alegria de outra , na solidariedade de todas. Assim a conservo intacta na minha memória e sempre que é noite em que as estrelas são visíveis imagino em qual delas ela mora.
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