Minha Terra tem Palmeiras onde Canta o Sabia

Frases compostas
no sol que passeia
sob minha caneta.

O grito do faisão -
Que saudade imensa
De meu pai e minha mãe.

Bem comido, a minha alma de nada quer saber. E nem os maiores desgostos a conseguem comover.

Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com a minha imaginação, nada mais ambiciono.

Fiz o gol com a minha cabeça e a mão de Deus...

minha casa
o sapo já sabe
entrar e sair

sono profundo
coberta de neblina
minha cidade

mostro sem disfarce
o tempo, a vida e o vento
marcando minha face

Aonde poderia refugiar-me, se não tivesse os queridos dias da minha juventude?

Minha música é melhor compreendida por crianças e animais.

Se eu tivesse encontrado mais dificuldades na minha juventude, eu teria conhecido mais alegrias.

Minha receita para enriquecer? Acorde cedo, trabalhe muito, ache petróleo.

Se eu conhecesse alguma coisa que fosse útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou que fosse útil à Europa, mas prejudicial ao gênero humano, considerá-la-ia um crime.

É a minha opinião, e sou a seu favor.

Insetos que cantam
parecem adivinhar
minha solidão...

Recife. Ponte Buarque de Macedo.
Eu, indo em direção à casa do Agra,
Assombrado com a minha sombra magra,
Pensava no Destino, e tinha medo!

Na austera abóbada alta o fósforo alvo
Das estrelas luzia... O calçamento
Sáxeo, de asfalto rijo, atro e vidrento,
Copiava a polidez de um crânio calvo.

Lembro-me bem. A ponte era comprida,
E a minha sombra enorme enchia a ponte,
Como uma pele de rinoceronte
Estendida por toda a minha vida!

A noite fecundava o ovo dos vícios
Animais. Do carvão da treva imensa
Caía um ar danado de doença
Sobre a cara geral dos edifícios!

Tal uma horda feroz de cães famintos,
Atravessando uma estação deserta,
Uivava dentro do eu, com a boca aberta,
A matilha espantada dos instintos!

Era como se, na alma da cidade,
Profundamente lúbrica e revolta,
Mostrando as carnes, uma besta solta
Soltasse o berro da animalidade.

E aprofundando o raciocínio obscuro,
Eu vi, então, à luz de áureos reflexos,
O trabalho genésico dos sexos,
Fazendo à noite os homens do Futuro.

Limpo e lavo o túmulo,
mas no fundo de minha alma,
meus íntimos vivem...

Almas gêmeas.
A minha geme e a
outra não se acalma.

Estou mais seguro da minha capacidade de julgar do que dos meus olhos.

Não vive verdadeiramente
quem canta vitória sem ter conquistado coisa alguma,
nem quem desiste do jogo
só porque conhece suas enormes chances de perder.
As vitórias e as derrotas têm de ser vividas,
não apenas presumidas.