Minha Alma tem o Peso
"Busquei na alma vadia dos poetas
No êxtase das quimeras soberanas
Verdades voláteis e profanas
Provilégio dos magos e profetas
Vi na névoa a amazônia de savanas
Donde antes homens por demais atletas
Destilavam o suor de sua gana
Vi por cinzas as vidas da floresta
Composto inorgânico de baganas
Destruição e morbidez tão completas
Que a natureza, quem sabe leviana,
Sugerindo uma saída hipotética
Propôs novas vidas...
Mas não humanas."
Avanildo Moreira Mateus - 1995
Antologia Poética - Poetas em Altamira.
O abuso narcisista não deixa hematomas visíveis, mas fere profundamente a alma.
Manipulação, controle, invalidação e destruição da autoestima são algumas marcas deixadas por quem usa amor como arma.
Esses 20 porcento de ferro
que me fugiram da alma,
Esses 10 porcento de ferro
que o vento levou das calçadas,
Deixaram-me mais leve,
o suavemente necessário
para não enferrujar.
Um grande amor não é pó que se espana d´alma... deixar de amar é um projeto penoso e lento, que muitas vezes traçamos sem sucesso
Indivíduos pobres de alma, falhos de cérebro e pequenos de caráter não perdoam quem cresce. Maldizem quem os supera e fazem tudo o que podem para desqualificar o talento; a capacidade; a realização bem sucedida e notória de quem deu a face aos tapas... correu seus riscos de apedrejamento e não se deteve. Não teve preguiça nem temor de se atirar ao desconhecido em razão de um sonho, ainda que simples.
Finalmente vi tu´alma. Rasguei o véu das apologias que fazes de quem nunca foste. Cá entre nós, agora que sabes que sei quem és – e quem és é uma ofensa para ti próprio – , já não podes brigar quando te xingo de ti.
NEGRAÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
De alma negra
re(negro), imponho
a negritude
dos meus olhos;
da minha pele;
do meu sonho.
ô minha negra,
vem re(negrar)
a negração
do nosso amor;
do nosso humor;
da nossa raça.
Desce do muro,
fecha comigo,
sai da retranca;
ou eu te juro
que a coisa pode
ficar branca.
ALMA EXTRA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se me deres teu gelo, farei gelo seco;
serei gueto pro beco, inferno pro teu limbo;
quando fores carvão já serei minha cinza
dissolvida nos ventos de nova ilusão...
Otimizo a medida, remexo a receita
que me dás desse amor pretendido por nós,
para termos colheitas de alguma igualdade
onde a voz de um lamento seja o eco doutra...
Tenho sempre uma rosa inerente ao espinho,
levo sempre um caminho paralelo oculto
e um vulto que sirva como alma extra...
nas escolas de amar me formei em defesa,
em fingir que sou presa pra ser predador;
devolver qualquer dor que me façam sentir...
DOCE ALMA DE FILHA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Vencido pelo amor de Marcela, Pedro resolveu se cuidar. Filha extremada, Marcela usou de todos os artifícios de afeto, para convencer o pai turrão a procurar tratamento. pedro andou com problemas respiratórios e parece que o coração sempre forte, à prova de abalos, decidiu dar sinais de que não é de aço.
Sem saída e com as velhas desculpas para lá de gastas, Pedro fez exames; tomou remédios; fez um bom tratamento. No fim das contas, não era mesmo nada tão grave. Teria sido, se o amor e o desvelo da Marcela não o tivessem feito buscar ajuda. Se os olhos atentos de Pedro não tivessem mergulhado nas lágrimas dos olhos tristes de Marcela.
Pedro cuidou dos brônquios obstruídos, para que Marcela respirasse aliviada. Foi ver como estava o seu coração, para sossegar de vez o coração de Marcela. Tratou das dores do velho e duro corpo de pai, para que deixassem de doer na fragilidade, no verdor e nas aflições da doce alma da filha.
A infâmia e a traição me apanharam de surpresa. Que alma honesta está preparada para tais espécies de sofrimentos? Seria preciso merecê-los para prevê-los.
IV. Quando o corpo tateia e a alma enxerga
Há momentos em que os olhos nada veem. O mundo parece apagado, a esperança, adormecida, e cada passo se torna um gesto de fé. É nesses instantes que o corpo tateia, mas é a alma quem enxerga. A luz que conhecíamos se apaga, e outra, mais tênue e interior, começa a brilhar no que parecia ruína.
A visão sensível não se faz pela retina, mas pela escuta do ser. Enquanto a claridade nos permite perceber o outro, é na escuridão que finalmente percebemos a nós mesmos. O silêncio se adensa. As certezas escorrem pelas frestas. E tudo aquilo que julgávamos possuir, controle, sentido, direção, revela-se areia entre os dedos.
Mas não é desespero. É transformação. Como o casulo escuro onde a lagarta, sem saber o que virá, dissolve o que era para que algo possa nascer. Como a noite do deserto, onde nenhuma estrela aparece, e ainda assim o viajante segue, guiado por uma memória que não é racional, mas ancestral.
A alma, ao atravessar o escuro, descobre que a luz não é destino, é consequência. Ela não é buscada, mas acesa, no ritmo do amadurecer invisível. E quanto mais o mundo apaga seus refletores, mais a centelha silenciosa ganha força dentro de nós.
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