Mfpoton
Ter um namorado
e baixar a guarda
ser menos,
ser mais.
É dar um beijo de
batom vermelho no
escuro do cinema e
quando as luzes
se acendem,
rir, ficar quieta
e deixar que todos
percebam
sua cara lambuzada.
É te dar liberdade
de ir e vir
saber que podes chegar
sem hora marcada.
Mas nem tente se
sentir bem sem
a minha presença
para que eu não
pense que não
tenho mais posse
deste sentimento
só meu, nosso...
Saber que dentre
seis bilhões de pessoas,
tem um...
o meu namorado!
Ah! meu querido
de historias tristes,
já nem suporto mais
Foram tantos que
tombaram, pelo caminho
que virou um cemitério,
com tantas cruzes e lápides
Frustração de querer entender
e não encontrar respostas...
Que ardem no coração
Tantas coisas sem solução
Como resposta da vida... apenas viva...
A aridez da vida é tão crua
que nos assola...
Portanto jogue fora o coração,
para não sofrer, não... não...
é justamente o coração...
que nos ensina a sobreviver...
Falar de poesia... em poesias...
é falar com quem gosta de se expressar
se copiada, recitada ou sentida...
uma busca de linguagem humana,
onde nos mostramos...
fugindo da mesmice insuportável...
que tanto nos cansa...
mas não encontramos tantos cansados...
ou que admitam...
mas ao menos, aos poucos desvairados que encontramos pela vida...
falar e ouvir de poesias...
e de emoções...
e realmente encontrar pessoas
é como compreender a vida...
A lua em espelho traça um caminho no mar
que me leva até você
neste horizonte noturno
onde o céu e o mar se encontram.
Entrelaçarmos em silenciosos suspiros
velas brancas ao vento e o rangido do barco
Onde, só existe eu e você...
neste momento... e o ruído do mar...
Um cenário de estrelas cintilantes
a iluminar seu semblante...
Sempre vens na lua cheia
raptar meu amor, desejos e suspiros...
Ah! lua...
quando somes na linha do horizonte
me deixas louca com vontade de te ver...
Se vem nuvens em trovoadas
onde não me invoca a você
fujo e escondo-me debaixo da coberta
e espero o amanhecer...
Amor virtual
criado em games
como complemento
das carências
um suprir fortuito das horas vagas
que se desliga ao cumprimento do real
espécie de delírio
paralelo ao real
vou acabar por gostar
deste game abstrato
que acesso quando quero
ou transportá-lo ao real.
Amor virtual ou uma fortuita ideia surreal.
O amor é especial
quando trás paz, alegria de viver
e não de se esconder;
quando se sente a generosidade
fluir pelas mãos,
pois não só tens
como também irradia
o equilíbrio na vida;
o conhecimento da alma
de encontro a verdade
e não das fantasias...
a compreensão...
e principalmente o sentir da liberdade,
fluir como um encanto...
na satisfação de se amar,
simplesmente por causar felicidade....
Eu te amo, quando olho nos
teus olhos e encontro os meus...
quando te beijo e encontro
desejos...
quando te encontro nesta vida,
para não ter que te buscar na próxima...
Porque desprezo...
se o tenho em meus pensamentos...
Te quero... e não te tenho
Te sinto... e não te toco
Te encontro em sonhos...
em nuvens e formas que eu mesma invento...
Que se transformam em fumaça que se dissipam no vento...
Não sei se tenho seu desprezo ou minha inexistência
Só sei...
que de concreto sua ausência
Entras me persuadindo de forma surpreendente
ainda mais pra mim que vivo andando no vento...
Te quero...
Te desejo...
Sua existência preenchendo meus devaneios ingênuos...
que mais parecem brincadeiras...
que eu crio
em formas e formatos de tato e nuvens...
Se acontecer realmente, sou capaz de nem perceber
devido a tantos sonhos...
Caleidoscópio multi facetado
Em nuances de cores
A rodopiar minhas sensações
Girantes emoções degradée
Emoldurada tela da vida
Em sombreadas tonalidades
De uma obra retratada
Por mãos firmes
Na certeza de apenas seguir
O talento natural que me inspiras...
Vestido vermelho
denunciando desejos
pernas e poder
na sua pretensão de deusa
nessa audácia de Dalila
em curvas cintilando
a cobiça do teu olhar
ofegante
seduz ao fogo
sucumbindo-o ao coito
como loucos
deliciando-se
ao salivar sabor
da mágica sutileza
do vermelho
dessa ousada menina
Polegar venusiano
pronunciando
alma lírica...
dentre turbilhão
de palavras
emergindo em vácuo
de pensamento
tão amontoado
de sentimentos
num passar tempo
a escrever...
mente a fervilhar
transbordando por
falta ou excesso
como sina
como necessidade
de cumprir o não cumprido
dizer o não dito
por assim conseguir
entornar em caldo
pensamentos
ainda se pudesse
falar tudo que se pensa
que não fosse pra
si mesmo...
A saudades é maior, durante a noite.
Porque temos no dia a procura...
Na noite, temos a espera de mais outro dia.
Para recomeçar a procura.
Ah! se você soubesse, o quanto te quero...
Terminaria minha angústia...
ou seria ilusão minha...
Em acreditar que possas me amar...
Ah! que tortura...
Minha saudade aumenta,
e continuo nessa busca...
A noite fica tão longa...
Para saber de você...
que medo de me livrar desta angústia...
Ah! se você soubesse...
Porque fujo de ti...
será que fugirias para mim...
Será que o fundo do poço nada mais é que o nosso próprio reconhecimento...
Quando cedemos à dor, não mais a reconhecendo como dor.
Aí então tudo passa...
Na sutileza de uma pluma, onde somente o vento percebe a canção chegar.
No toque leve de uma melodia de piano, como olhar de Amélie Poulain.
Como uma cantiga de ninar.
A fragrância pairando no ar buscando seu olfato, num aroma de orvalho.
Em toque sutil e leve, onde somente a quem interessar.
Onde embora pareça encoberto por um fog, mas uma sensação de profundidade.
Mesmo que pareça solitário, mas com um sentido devasso e longe das incertezas.
Longe de barulhos aguçados, numa penumbra acolhedora.
Distante de interferências exaustivas, na leveza de uma pluma ao vento.
as vezes gosto de zoar e
não apenas falar sério
e como escape da vida
ou de mim mesma
se emoção é seriedade
pra mim escapa
em confusão d'alma
pois sou água...
faço rimos de versos...
mas de correntezas
nem sei...
se profundas escapo,
prefiro o fluir natural e leve
zombeteiro como de um
peixinho colorido palhaço
O melhor beijo vem
acompanhado do olhar
aquele olhar... cobiça do amor
desvairado... sem pudor
ofegante...
não suportando mais ficar calado...
as juras do teu amor...
no seu olhar sedutor...
Imaginei, sonhei...
Transbordei-me...
Mas nem sei de mim
Na procura de ti
Perdi-me
Sofri
Chorei
Mas, amei...
Não me economizei
Doei-me
Gastei-me
Ridicularizei-me
E aprendi
Que tenho mesmo, a mim
O que falo não sinto
mas sinto tudo o que falo
como biruta ao vento
que desarma no marasma
catalizador do tempo
de amenidades ao léu
como barquinho de papel
para ungir ouvidos
com aromático mel
no refrescante frescor do vento
inspirar o acre úmido
e inconfundível sabor de sal
me parecem versos românticos
mas nem de amor fala
para purificar ao vento
os doces sentimentos ao léu...
Verde olhar
fixo obtuso a fitar
o mar que em espelho
ao reflexo deste olhar
verde está...
o pensamento em marasma
neste apartamento
a marisia a consumir
a alma em metal
com gosto de guarda-chuva
Oh! Verde mar...
destes olhos a fitar
a cumplicidade da vida
e arrastar pensamentos...
te arrancar deste apartamento e
te levar para prencher o mar
de verde do teu olhar
Suspenso no espaço
sem chão
numa extasiante
vontade de prosseguir...
Em estado de desalento
como uma desarticulada marionete
sem fios
solta na imaginação
a devagar na imensidão
sem saber onde chegar
alma num corpo em flutuação
que não aprendeu a esperar
Ate que por si só
vai se deteriorando
e despencando como
se não se sustentasse
mais na altura
e na suspensão do ar...
Rosas...
já tão exaltadas
de todas as formas
intensa ou singela...
Vermelha
fervilhante beleza...
de entusiasmo à vida
Amarela
lúdica referência ao sol
da lucidez do teu calor
e intensidade dos teus raios
Branca
envolvente pureza acetinada
serenada de orvalho
deslizando em gota
a exalar seu aroma
Ah!...que todos os poetas
se silencie...
somente
para admirá-las