Meu Eterno Amante
Éramos mais de um. Nunca estive só. Estávamos sempre em sintonia. Que seria de mim sem meu eu-lírico? Que graça teria uma vida sem que eu pudesse narrar, desenhar, interpretar? Estive em completa ilusão, em completa solidão até me encontrar em uma folha de papel. Pude então saber mais sobre mim. Pude mostrar mais sobre mim. Cá comigo, meus pensamentos, meus desejos, minhas invenções e uma insaciável vontade de escrever.
Eu sei que já estou pronta para recomeçar, para conhecer alguém e dar o meu amor, mas Deus achou que ainda é cedo, e na hora certa, tenho certeza que ele vai pôr a pessoa certa na minha vida
Eu vou dar o melhor de mim, no meu pior momento, na minha fase mais difícil. Nem que isso me custe noites mal dormidas e travesseiros encharcados.
Meu coração está blindado como nunca esteve, guardado a sete chaves, recuado, cansado. Foram tantas derrotas, tantas tentativas, tantas frustrações, que nada mais parece valer o esforço.
Um dos maiores prazeres que tenho atualmente é descobrir novas formas de simplificar o meu dia à dia: reduzir a operacionalidade para executar muito mais coisas, manter-me na contramão do consumismo e eliminar tudo que não seja indispensável e essencial, buscar no simples tudo – e apenas – o que me deixa feliz. O objetivo é emprestar leveza e significado à vida através do “mais com menos” introduzido à prática do cotidiano. Isso desvia o foco do prazer para a plenitude das pequenas coisas, elimina o stress pelo fácil gerenciamento e coloca empenho na harmonia do tempo com a vida por tê-lo dedicado ao que se mostra realmente importante e, porquanto, permanente!
Meu maior orgulho? Provavelmente o de ter cometido muitos erros, mas nenhum deles pela cabeça dos outros!
Ninguém faz minha cabeça, nem pro bem, nem pro mal. Meu único vetor de convencimento é minha lógica.
O dia em que meu nome aparecer associado a qualquer sigla política, filosófica ou religiosa, sugiro dar prosseguimento à pesquisa até descobrir o dia da minha morte, pois que só assim não o teria desmentido de pronto. Minha única bandeira é a liberdade, e meu sentido nunca será o de integrar qualquer delas, mas me posicionar a uma distância que me permita mantê-las bem visíveis tanto para aplaudir as que encontraram seu rumo quanto para combater as que não têm nenhum, mas seguem iludindo seus convertidos de que estão trilhando o único.
Me permito ser radical apenas no meu enfático repúdio ao radicalismo como forma de vida em sociedade.
O que me impele a “deletar” alguém do meu contexto de vida não é sua limitação cognitiva, mas quando exibe sua ignorância como um tributo à imbecilidade deliberada e, pior ainda, quando se orgulha dela como se fosse a consagração vista pela ótica de um asno.
Meu histórico de vida me fez concluir que a maior parte das mazelas humanas pode ser substancialmente reduzida apenas com inteligência e sensatez. Além de atuar como antídoto de incontestável eficácia sobre nossos medos e fragilidades, essa combinação consegue transformar ideias, reaproximar adversários, reverter julgamentos e até trocar preconceito por aceitação apenas pelo emprego correto do conhecimento.
Por mais livre, desconexo e movediço que se mostre o meu legado nas letras, alguém virá depois para juntar tudo o que escrevi num único balaio e me encaixar num “ismo” qualquer com aquele ar professoral e incontestável de quem foi “luizbodsteinista” desde criancinha.
Conhecimento é tudo em minha vida! É o que me permite avaliar meu passado, entender meu presente, e desenhar o meu futuro.
Compartilhar meu espaço de novo? Ele já se encontra muito bem ocupado: em nenhum outro momento meu Ego, meu Id e meu Superego conviveram em tão estreita sintonia quanto agora!
Tu me amas tanto quanto me repetes tantas vezes? Então não sintas meu trabalho como teu rival. Mais que sustentar-me o corpo, ele me sustenta a alma, e tomar-me por tua posse é o caminho mais curto para que ele mo arranque de ti.
Meu papel não é ser o céu para onde voam os que me buscam: basta saber-me a pista de onde decolam. Tampouco a fonte da água que lhes aplaca a sede, mas apenas o leito do rio que a conduz até eles. Sou antes o farol na borrasca, não o Porto; o cinzel nas mãos do artista, não a Escultura; o milestone que os situa, não a Linha de Chegada.
Quando tenho a rotina invadida meucomportamento é igual ao de um gato:Se o percebo me rebelo, e se não, eu piro!
