Meu Corpo
O amor que não tive...
Ficará em minha boca
O gosto do beijo não dado,
Em meu corpo o fogo não apagado
Do desejo não realizado...
Não quero amanhã
Que você tenha se tornado
Uma doce lembrança do passado,
Quero estar presente,
Eternamente a teu lado.
Ah! Nada acontece pra impedir
Sua partida, fato quase consumado
Pode-se dizer que por isso
Ando um pouco mais calado
E meus olhos não disfarçam
O quanto tenho chorado.
Pelo menos o consolo
Ver seu desejo realizado.
Sua partida
Fez abrir esta ferida
Como suportar tamanha dor
Serei eu o primeiro
A morrer de amor...
Como posso sentir saudade
Se não tive a felicidade
De sequer provar seu beijo
Como explicar tamanho desejo.
Como sentir saudades
Do amor que não tive,
Do beijo que não dei
Do fogo que não apaguei.
Certas coisas que o coração
Não consegue explicar
O fato é que este amor
Permanece lá e independe
Da minha vontade.
Com meus olhos vejo-te, com o meu corpo sinto-te, mas com meu coração vejo alem dos meus olhos e sinto mais que meu corpo pode sentir.
Meu corpo na alcova se distende
Meus braços são garças no ar,
Há no ambiente um perfume
Vindo do cio feminino.
Náufrago no mar do meu ventre
Elevas parte da tua anatomia,
Deslizando pelas minhas pernas
Ouço os uivos do teu corpo.
No pescoço, arrepiado e quente,
Sinto a faca dos teus dentes
E dos meus lábios saem palavras
Que são nanos sondas cibernéticas
Enviando mensagens de fora para dentro
Em forma de energia que gera vida
Que faz pulsar forte o teu coração
Marionete que minha mão controla
Com os finíssimos fios do prazer
Ao ondular as ancas e os seios
Num êxtase que só acontece
Quando dois se fazem um.
CANSADO
Meu corpo cansado, dilacerado
É só o que restou de mim.
Pedaços de mim estão marcados
De dores e saudades sem fim.
Meus poemas sem concordância
São frutos da minha imaginação.
Sou apenas um cisco dessa existência,
Pó sem consagração.
Seres infames cobrem essa esfera,
Hipócritas dessa vida vão.
Por que essa empáfia se a morte nos espera?
Tua riqueza ficará enterrada no chão.
Estou cansado dessa podridão,
Quero explodir, tornar-me um ser celeste,
Quimera nessa imensidão,
Longe desses homens pestes.
Minha vida cansada, anda na contra-mão,
Não suporto mais essa sociedade torpe,
Pessoas brotando devassidão,
Imensuráveis lixos desnobre.
Quando morto estiver meu corpo, evitem os inúteis disfarces, os disfarces com que os vivos procuram apagar no morto o grande castigo da morte.
Não quero caixão de verniz nem ramalhetes distintos, superfinos candelabros e nem as discretas decorações.
Quero a morte com mau gosto!
Dêem-me coroas de pano, flores de roxo pano, angustiosas flores de pano, enormes coroas maciças como salva-vidas, com fitas negras pendentes.
E descubram bem a minha cara.
Que vejam bem os amigos a incerteza, o pavor, o pasmo. E cada um leve bem nítida a idéia da própria morte.
Descubram bem minhas mãos!
Meus amigos, olhem as mãos!
Onde andaram, o que fizeram, em que sexos demoraram seus dedos sabidos?
Meus amigos, olhem as mãos que mentiram a vossas mãos!
Foram esboçados nelas todos os gestos malditos: até os furtos fracassados e os interrompidos assassinatos. Mãos que fugiram da suprema purificação dos possíveis suicídios.
Descubram e exibam todo meu corpo, as partes excomungadas, as partes sujas sem perdão.
Eu quero a morte nua e crua, terrífica e habitual.
Quero ser um tal defunto, um morto tão acabado, tão aflitivo e pungente, que possam ver, os meus amigos, que morre-se do mesmo jeito como se vão os penetras escorraçados, as prostitutas recusadas, os amantes despedidos, que saem enxotados mas voltariam sem brio a qualquer gesto de chamada.
Meus amigos, tenham pena – senão do morto – aos menos dos dois sapatos do morto. Olhem bem para eles. E para os vossos também!
Meu corpo se manifesta gritando em silêncio seu nome. Meu corpo faz rumores internos quando te faltas aqui. Meu corpo queima de vontade e arde em desejo. Meu corpo só é inteiro se completa com você. Meu corpo é só uma matéria quando não tem o seu por perto.
Não espere tanto, nem me cobre nada
Já te chamei de meu amor
entreguei meu corpo, minhas mãos, minha boca
Abri esse teu sorriso delicioso, tentador
e despertei sua pele com meu abraço.
Era apenas isso!
O sol pode até aquecer todo meu corpo,
mas só o abraço afetuoso têm o poder emitir para fora de mim,
todo o calor que emana do amor,
através de meu coração.
A minha mais bonita lembrança é a dos teus olhos escandindo a noite para desenhar em meu corpo os poemas que só tuas mãos conseguiam escrever.
O teu corpo agasalha o meu corpo.
As minhas mãos não conseguem disfarçar.
Os meus olhos iluminam o seu rosto.
A minha boca esta com sede em te beijar, beijar e beijar.
Deixa eu te querer por toda vida.
Sentir essa magia transbordar.
Estou feliz com sua companhia.
O amor tem seu poder de conquistar.
Chá lá lá ao seu lado eu sei que vou ficar
Chá lá lá a cada dia um novo dia pra te amar
Pra Nós
Pras tuas mãos o meu corpo,
Pros teus erros o meu perdão.
Pra tua boca os meus beijos,
Pro teu amor meu coração.
Pras tuas chegadas o meu sorriso,
Pras tuas demoras a minha saudade.
Pra essa distância a nossa espera,
Para o nosso amor somente à verdade.
Meu corpo estiraçado, lânguido, ao logo do leito.
O cigarro vago azulando os meus dedos.
O rádio... a música...
A tua presença que esvoaça
em torno do cigarro, do ar, da música...
Ausência!, minha doce fuga!
Estranha coisa esta, a poesia,
que vai entornando mágoa nas horas
como um orvalho de lágrimas, escorrendo dos vidros
duma janela,
numa tarde vaga, vaga...
..quando tateio o meu corpo.
Parece-me incompleto.
Parece-me que,
arrancaram um pedaço de mim.
Uma parte fria.
Sombria.
Sem cor.
E eu sinto,
que é falta do seu amor.
Me falta um pedaço seu.
Aquele.
que me pertenceu.
Falta-me um pouco de você.
Aquele pouco, que era muito.
Que me enchia de carinhos.
Cobrindo, o outro lado de mim.
De sonhos e fantasias.
Quero seus dedos,
deslizando sobre meu corpo.
Pintando-o de novo
de cores fortes.
De desejos ardentes.
Quero sua boca,
deslizando seus lábios macios,
por sobre minha pele.
Me fazendo arrepiar toda.
Quero você presente em mim.
Devolva-me o meu pouco de você.
Que ao sair de mim,
levou consigo.
Deixando-me incompleta.
Fria.
Vazia.
Sem calor.
Falta-me um pedaço,
do seu amor.
Não sei mais o que fazer com esse amor que sinto, ele consome meu coração, faz meu corpo te desejar cada vez mais, não suporto a ideia de não te-lo ao meu lado, acho que estou ficando cada vez mais louca por querer te ter mais e mais a cada dia que passa, minha vida quero te entregar, assim como todo o amor que sinto somente por ti.
Calei meu corpo com teus gritos, tua febre insinuava minha doença. Do que bem me lembro, eras flor e eu espinho - mas éramos a mesma rosa.
Amarga volúpia dominando meu corpo.
Sensação obscura de um prazer proibido,
indesejado.
Eu, pobre criança indefesa.
E tu com a força demasiada do teu desejo, tiraste minha inocência.
Me tornando mulher.
Inválidos gritos de socorro eu sussurrei reprimida por tuas mãos fortes.
Angustia meu coração sentia.
Humilhação! Ânsia de morte.
Mancha de sangue deixada em meu corpo.
Figura espantosa de momentos de tortura.
Que a água não tira.
O tempo não apaga.
Mancha de sangue, ferida na alma que tu deixaste sem pudor.
Me mostrastes antes que a flor nascesse o segredo da vida.