Meu Amor Viajou
Hoje, eu a vi na fila da lotação, fiz questão de passar ao largo.
Nunca se sabe, se me aproximasse mais, eu poderia sentir o perfume, que me deixa embriagado.
E se ela me olhasse? Estaria eu, novamente aprisionado.
Nessas idas e vindas, nessas filas de ônibus lotado.
Tenho medo de não percebê-la e acabar com a minha vida, em um simples esbarro.
Caso aconteça, eu sei, meu corpo pedirá um abraço.
Minha boca gritará por seus lábios.
Só mais um beijo, só mais uma migalha daquele nosso sonho, despedaçado.
Hoje, me viram totalmente embriagado.
Tiveram dó, ojeriza, do tal Famigerado.
Não fora o álcool, foram só tormentos, de uma cela, que chamo de passado.
Me peguei parado, fitando-a, estagnado.
Despertei daquele pesadelo acordado.
Não arrisquei, vislumbrei-a, desejei não tê-la amado.
Suspirei, passei ao largo..." - EDSON, Wikney
"Sobre a sua beleza; eu nunca tive dúvidas, sempre soube o quão linda você era; mas só percebi a letalidade dela, quando você se foi e tudo ao meu redor, que eu achava belo, perdera a cor..." - EDSON, Wikney - Reflexões
"Certo dia, ela pediu-me, que eu escrevesse sobre ela.
Pensou que eu fosse um pintor da solidão, que escreve palavras, como pinceladas em tela.
Um trovador da dor, que entoa canções, ao lembrar dela.
Mal sabe ela.
O perigo dos meus escritos, sempre envolto em dor, uma pitada de amor e um todo de trevas.
Cada vez que escrevo, cada palavra escrita, cada maldição proferida, é uma cicatriz, que novamente tornou-se, uma ferida aberta.
Tentei escrever sobre a moça; não consegui, também, não consegui amar ela.
Meus escritos são minha prisão, onde vislumbro as grades, e a dona das chaves é Ela.
O que me mantém me vivo é lembrar Ela.
A minha tortura é lembrá-la e escrever, acerca dela.
Se as palavras são vento, então, por quê os meus escritos, como ventania, não me levaram para junto dela?
O que é a dor pr'um poeta?
Perguntas confusas, respostas incompletas.
Mente turva, escrevo-lhe mais uma, tomando mais um trago, sob a luz de velas.
No velório do nosso amor, éramos os únicos presentes; minhas lágrimas eram de pranto, as suas, de festa.
Inamável, desarrazoada, sem coração, megera.
Ofensas escusas, minhas escusas, por favor, releva.
Isso tudo não era sobre você, tentei falar da moça que me pedira uma homenagem singela.
Daquela, que certo dia pediu-me, para escrever sobre ela..." - EDSON, Wikney
"Me indagaram, se quando você se foi, eu chorei; chorei, é claro, mas o choro do homem é pra dentro.
Poupei as lágrimas, mas quando você as evita, aumenta o sofrimento.
Toda vez que o vento me trazia o seu cheiro, reavivava o sentimento.
Seu amor, da minh'alma, o alento.
Coração ferido, triste, jogado, lançado ao relento.
Esquecer-lhe? Tentei, tentarei, tento.
A indiferença é seu maior talento.
Perdido na madruga, digladiando com meus pensamentos.
Paro e reflito, talvez o pranto, transborde minha dor e dê à minha existência, um tempo.
Um descanso; venha lágrima, escorra por minha depressiva face e faça do meu peito, um lugar sereno.
Olho pela janela, vejo as lágrimas do céu, no vidro, escorrendo.
Invejo-o por conseguir desabar, como eu queria estar fazendo.
Infelizmente sou incapaz, pois a lágrima do homem, envenena o coração, quando escorre pra dentro..." - EDSON, Wikney
"Ontem, foi quando a sua ausência mais doeu.
Certeza, que foi por conta daquela chuva, que levou tudo, mas não levou você d'eu.
Ver você passando ao longe, fingindo que não me conheceu.
Como posso ignorar um corpo, que conheço até mais que o meu?
O coração acelerou, queria ter arrancado-o do meu peito, estrangular meu próprio eu.
No momento em que olhei pela janela daquele ônibus e vi as lágrimas do céu, minha chuva escorreu.
A tarde que estava clara, as nuvens carregadas, me lembraram a sua ausência, quando tudo escureceu.
Vislumbrei por milésimos, meu próprio reflexo, e vi um homem moribundo, com a vida estraçalhada, mas que ainda é seu.
Amanhã, o hoje será igual ontem, eu já pedi perdão a Deus.
Roguei a Cristo, para que na próxima chuva, leve tudo, leve minh'alma, e principalmente, leve você d'eu.
Parece-me, que agora todo dia é como o ontem, quando sua ausência, mais doeu..." - EDSON, Wikney
"Você, sacra demais, sempre que ora a Deus, pedindo pra lhe afastar todo o mau, eu me afasto mais.
Pois, eu não sou um homem que se desfaz do pecado, eu sou aquele tipo, onde o pecado se faz.
Triste demais.
Imploro a Deus, peço um momento contigo para o Pai.
Seu olhar sereno, seu sorriso tímido, sempre que nos entreolhavamos, você me ganhava mais.
Minha alma perturbada, em seu olhar, encontrou paz.
Não sei o que me fez, tampouco, o que me faz.
Realmente eu não queria, mas toda vez que roga, eu me afasto mais..." - EDSON, Wikney
"A próxima vez que nos encontrarmos, tentarei não te olhar.
Tentarei não te amar.
Tentarei não perder o meu ar.
Olhos de mel, quando fitei-lhe, desaprendi a respirar.
Imaginei eu vislumbrando a leveza dos seus passos, naquele doce bailar.
Quando nós trocamos olhares, mal sabia eu, que fitava o abismo e ele me olhava de volta.
Você não hesitou, mas eu pisquei, condenei minha'alma ao Gólgota.
Mas eu estarei lá.
Sonhando-nos, como em prosa.
Tracei um objetivo, que me causará tremenda alegria em falhar.
Tentarei, da próxima vez que nos encontrarmos, não te olhar..." - EDSON, Wikney
"Falhei.
Não consegui, eu sei.
Tentei.
Te olhei.
Sua beleza, vislumbrei.
Mas tentei.
Ao te ver, fraco fui; fraco serei.
Mas tentei.
Ser escravo dos seus olhos, é capaz de fazer qualquer homem, um rei.
Não deveria ter te olhado, mas eu queria, eu sei.
Tirou-me o ar, ofeguei.
No seu olhar, me afoguei.
Tentei.
Tentando não lhe amar, amei.
Perdão Pai, pois pequei.
Me apeguei.
Na chance de mais um segundo no olhar, na chance de sentir o calor da branca tez.
Perdão, tentei.
Não te olhar? Falhei..." - EDSON, Wikney
"O céu urgia em maltratar-me, nas primeiras horas da manhã, daquele dia chuvoso de inverno.
Dormira muito mal naquela noite; durante a madrugada, nos raros momentos em que a atroz tempestade, deu-me uma trégua, eu sonhei com ela.
Quando os trovões, rugiam sobre mim, eu despertava ao gritos, atônito, desesperado, procurando por ela, em meio a lençóis vazios.
Completamente encharcado, eu não sabia diferir, o que era chuva, o que era suor e o que era lágrima.
Mas em minha própria cama, eu me afogava.
Quisera eu, que meu afogamento, se desse pelas águas.
As lembranças, foram o que me afogara.
Cada beijo, cada toque, cada palavra.
Eu lembrava e mais, eu afundava.
Cada gota, que pingava do telhado do meu velho casebre, parecia, em demasia, com minhas lágrimas.
Lembravam a ampulheta da minha vida.
Cada gota, que no meu chão de madeirite se desfazia, a minha vontade de viver, com ela ia.
Perdão Deus, por não conseguir enfrentar as intempéries da minha vida.
Deverei ceifá-la, talvez seja essa minha missão, quiçá, minha sina.
Tentei o velho pescador, nem ele, sábio como és, conseguira desviar a minha finda.
Talvez, o melhor que posso deixar para esse mundo é minha morte, o amor que sinto por ela e minhas palavras vazias.
Logo hoje meu Pai, eu não merecia.
Mas a madrugada me maltratou tanto, e o céu urgia.
Não sou capaz de viver sentindo o cheiro dela, em cada flor, em cada perfume, em cada brisa.
Já me chamam, O Velho do Casebre, já deram sentido, à uma existência vazia.
Fui obrigado a abrir mão dela, então de bom grado, hoje, abro mão da minha vida.
Perdão Cristo, mas essa é a minha sina.
Espero que a corda, que agora amarro em meu teto, consiga suportar o peso, das minhas feridas..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador - A Carta de Despedida
"Lembro-me, como se fosse ontem, o dia em que morri.
Era uma tarde quente de Outubro, sentado em um vasto gramado, olhando ao longe, de repente, eu te vi.
Lembro-me bem, daquele tal Campori.
Se eu soubesse, eu teria me enterrado ali.
Mas ali, ali mesmo, foi onde morri.
Foi o momento exato, onde nossos olhares se entrelaçam, e minh'alma, que eu lutava para pertencer a Cristo, passou a pertencer a ti.
Não sei porquê te olhei, não sei porquê sorri.
Mas foi ali.
Em segundos, vislumbrei cada detalhe do seu corpo, e por milésimos, fantasiei uma vida com ti.
Falei com os amigos que estavam ali.
Riram de mim, eu também riria; fazer o que? A piado do amor é assim.
Minha alma, apaixonada por você, abdicou-se de mim
Hoje, meu corpo, sem alma e sem ela, perambula por aí.
Sem vida, sem um motivo pra sorrir.
Recordando sempre e desejando que a cada batida, do morto coração, me leve para o dia, em que eu morri..." - EDSON, Wikney - Memorias de Um Pescador - O Dia Em Que eu Morri
"Possuo alguns amores de veraneio.
Uns, vieram pra ficar; outros, não sabem a que veio.
Lembro-me sempre, do desenho da boca, o olhar taciturno e o esvoaçar do cabelo.
Lembro-me da maciez da pele e o doce do cheiro.
Possuo sim, alguns amores de veraneio.
Amores que vem e vão, que só se despertam, quando há uma ausência; quando há, do coração, uma carência, um desejo.
Mas ela não, eu queria que esse amor, não fosse passageiro.
Quisera eu que fosse eterno, duradouro, que sobrevivesse às estações, de Janeiro a Janeiro.
Das poucas vezes em que a vi, sinto que não a vi direito.
Não admirei-a como mereces, não prostei-me de joelhos.
Deveria ter lhe fitado pela eternidade, garantindo a certeza que é você, que tatuo agora em minh'alma, em meu peito.
Ah moça! O que eu não faria por um beijo.
Um mundo por seus segredos.
Ela ainda não sabe, mas por ela, eu faria dos meus escritos, um cemitério perfeito.
Enterraria em meus versos, todos os meus amores, de veraneio..." - EDSON, Wikney
"Caminhei até o fim da noite, mas não encontrei o por do Sol.
Velejei pelas águas da solidão, atraquei em alguns portos, mas não encontrei farol.
Nessas mesmas águas, fui presa fácil, com os seus olhos castanhos, fisgou-me, em seu anzol.
Preso em sua beleza, calhou-me encalhar, em seu atol.
Existem mares vastos e profundos, mas nenhum se equipara a solidão, ao vazio do lençol.
Amor meu, sei que não sou nenhum escol.
Naveguei por esses mares, mas não vislumbrei, meu por do Sol..." - EDSON, Wikney
"Não temo, alguém capaz de me fazer recordar o passado; temo sim, alguém, capaz de me fazer esquecê-lo.
Algum'ora se vai; se foi, machuca o peito.
Deixará meu eu ao relento, abandonado, não tem jeito.
Observo os trejeitos.
Amo cada detalhe, vejo perfeição, em cada defeito.
Será o olhar? Ou o cabelo?
Será o rosado da boca? Ou o doce do cheiro?
O perfume dela. Ah! O perfume, como é perfeito.
Quanto mais o tempo passa, mais a amo; e quanto mais a amo, percebo.
Não a mereço.
Sou o sal da terra, o senhor do pecado, rei do imperfeito.
Novamente, a beleza de por do Sol; deverei admirá-la ao longe, meu ser não poderá tocá-la, azar desse sujeito.
O viver é um covarde pastor, e cada ovelha é um novo medo.
Temo, não ser seu, d'oje, até de morte, o meu leito.
Eu, não temo, alguém capaz de me fazer recordar o passado; temo sim, alguém, capaz de me fazer, esquecê-lo..." - EDSON, Wikney
"Eu te buscarei em outras enseadas.
Te buscarei em outros pores do Sol, em outras alvoradas.
Te buscarei em outros abraços, novas casas.
Te buscarei em novas noites, em outras madrugadas.
Te buscarei em novos poemas, em novas palavras.
Buscarei por ti, pelos rincões da desilusão e novamente, por ti, derramarei novas lágrimas.
O vinho do seu beijo, já não me embriaga mais, te buscarei em outras safras.
Já não beberei mais de ti, te buscarei em outras garrafas.
Te buscarei em novos lares, novas moradas.
Navegarei por outros mares, com novas cartas.
Novos beijos, novos olhos, novos cheiros, novas armas.
Novas mazelas, novas decepções, novos nadas.
Buscando por ti, afogar-me-ei, em novas enseadas..." - EDSON, Wikney
"Os dias gris, são quando eu mais a lembro.
A lembro em cada gota de chuva, em cada folha levada ao vento.
Lembro-a em cada lágrima, que inunda meu rosto, lembro de cada momento.
Lembro do sofrimento.
Da indiferença, do beijo, do meu eu em pedaços, do desalento.
Mas eu lembro.
Lembro-me, quando ao me ver, ao meu abraço, vinha correndo.
Não deveria, eu sei, mas eu a lembro.
Lembro da guerra serena dos nossos corpos e o suor escorrendo.
Lembro que em nossas lutas, éramos nós contra o tempo.
Ele, inexorável, insistia em correr, e nós, congelava-nos, naquele momento.
Lembro-me de quando se foi, deixando minha vivenda despedaçada e minh'alma, ao relento.
Olho pro céu, os olhos inundam, vi o tempo escurecendo.
Cada trovão, que assusta qualquer existência, não te afasta do meu pensamento.
Os relâmpagos, que iluminam a mais escura das noites, não é sequer uma centelha, pra escuridão que deixara aqui dentro.
Cada raio, que parte os céus, rasga minha pele, mata meu eu e mesmo em morte, eu te lembro.
Acordo durante a madrugada, vejo um feixe de luz, será o Sol nascendo?
Olho pro céu, não existe azul, só um manto branco, que enevoa meus pensamentos.
Hoje, sei que sofrerei de novo, pois os dias gris, são quando eu mais a lembro..." - EDSON, Wikney
"Eu quase não reconheci o homem, que não se abrigava, daquela chuva ferrenha de Inverno.
Era o fim de tarde, de uma quarta feira, e só pude reconhecê-lo, por conta do terno.
Fitava, estarrecido, um pedaço de papel, que se desfazia em suas mãos, pela força da chuva, já era ilegível, é certo.
Mas aquele papel, parecia o contrato o qual, vendera a alma para o próprio diabo, parecia aprisioná-lo, entre os purgatórios do próprio inferno.
Consegui executar alguns lanços, para me abrigar da chuva, hoje me pego sempre lembrando.
Consegui ver bem, mesmo na forte chuva, era ele, o velho do casebre, estava chorando.
Chorava, chorava, chorava, a forte chuva, parecia uma única gota, perto do seu pranto.
Era apenas um copo; naquela face, eu vira, transbordava um oceano.
Passou-se alguns anos, mas descobri o que dizia a carta, o porquê, o mais frio dos homens, eu vira chorando.
A carta era da algoz, que o abandonará naquele mesmo dia, naquele mesmo canto.
Naquela mesma esquina, onde o ipê, que florescera junto com o amor dos dois, se desfazia, a cada rajada de vento, a cada relâmpago.
Ele fora um solitário apaixonado por 10 anos, estavam juntos, a outros tantos.
Aquele dia, era dia de algo, era um dia especial, para ambos.
Quando ele guardou, o charco de carta que lera, deixara a enxurrada levar o buquê de rosas e girassóis, o que me causou espanto.
Antes de atravessar a rua, olhara para o céu, pela última vez, pelo o que eu soube; abaixara a cabeça, me olhou rápido, meio de canto.
Tentei alcançá-lo, mas o ódio dá certa pressa a nós homens e repudia qualquer ser que respira, que tenta ir ao seu socorro, amenizar-lhe o pranto.
O meu amigo morrera naquela esquina, fuzilado por palavras em um pedaço de papel, sozinho, encharcado, agonizando.
O homem que me olhara, ao atravessar aquela rua, naquele fim de tarde chuvoso, não era meu amigo, era um estranho.
De terno, engravatado, de luto, os olhos transbordando.
Eu não reconheci, quem naquela chuva, não se abrigaria, não o reconheci; mas reconheci o olhar, acabara de nascer ali, um insano..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador - O Estranho na Chuva
"Quantas vezes na madrugada acordei.
Você ali, deitada, desnuda, em silêncio lhe admirei.
Roguei.
Implorei
Orei.
Para que nunca se fosse do meu eu, existem coisas que só eu sei.
Você era a rainha e eu, o seu rei.
Te amei.
Amei mulher, como nunca antes amara, eu amei.
Existem coisas em minh'alma, que sei, foi você quem fez.
Eu sei.
Eu sei o gosto do beijo, e o macio da tez.
Me pergunto sempre, quantas vezes na madrugada, eu acordei?
E você, ali, deitada, desnuda, em silêncio, eu vislumbrei?
São coisas, que em meu âmago, somente eu, sei..." - EDSON, Wikney
"Doutor, minha insônia e meus tremores voltaram.
Doutor, meus pesadelos retornaram.
As vozes, que em minha cabeça gritavam.
Não se calaram.
As dores em minh'alma, doutor, não cessaram.
As feridas, abriram-se todas novamente, não se curaram.
Insanidade ou saudade, doutor? Todas as respostas me escaparam.
Meus sonhos se desmoronaram.
Hoje, doutor, moro onde meus pesadelos moravam.
Moro na ausência dela, moro nas lembranças de nós, moro no amor, que me tomaram.
Sinto que estou morrendo, doutor, as batidas do meu coração só aumentam, infelizmente, não param.
Sóbrio ou ébrio, a bebida já não me traz o alívio de outrora, até isso me tiraram.
Hoje, doutor, tive um mau presságio, encaminhando-me para aqui, passei em nossa esquina, e vi: Todas as folhas do ipê, murcharam.
Talvez, como as folhas, eu também deva abrir mão da minha existência, os milagres em minha vida se acabaram.
Já não posso repousar, fechar os olhos e sonhá-la, doutor, pois, infelizmente, a minha insônia e meus tremores voltaram..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, Quando no Divã
"Amava, quando era a minha boca, a tapar seus gritos.
Adorava os sussurros descuidados, ao pé do ouvido.
Me perco na lembrança, da dança de nossos corpos, onde com um único olhar, nossas almas se completavam e se ouvia até o pulsar dos corações, e os seus suspiros.
Eu e você, nós; meu eterno vício.
Sou viciado no gosto do beijo, no aveludar da pele e dos cabelos, cada fio.
Minhas palavras são súplicas, a quem me dera só suplício.
Não te apago da mente e mesmo que o fizesse; me apegaria a cada resquício.
Você fora o meu presente vindo dos céus, que do meu eu, jamais deveria ter partido.
Doeu-me na alma, torturado, vê-la indo.
Quando em seu abraço, foram as poucas vezes, que pude me aproximar do divino.
O castanho dos olhos, o desenho da boca, o negror dos cabelos, o conjunto da obra, dos desenhos do Pai, você é o mais lindo.
Saudades de quando me iluminava a vida, com seu sorriso.
Hoje, acordei atônito, na madrugada, pareceu-me ter te ouvido.
Não te olvido.
Hoje, pela madrugada, só lhe restou, em silêncio clamar por meu nome, pois infelizmente, não tens minha boca, para tapar seus gritos..." - EDSON, Wikney
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