Mesma Moeda
Quando você entende que ninguém tem a mesma consideração por você, e entende que aquilo não é algo recíproco, você para de ser bonzinho, você para de se importar com as pessoas. Não tem como evitar se tornar egoísta quando só você se importa com todo mundo.
Conversando com você meu coração sempre sai da sua sintonia perfeita, a batida não é a mesma de sempre, é aquela batida extremamente rápida. Meus pensamentos não tem outra pessoa alem de você, meus olhos ficam petrificados somente com uma foto sua, a sua voz é doce e única, a sua boca é a única que eu acho perfeita para tocar, o sentimento que você despertou em mim é completamente diferente de qualquer outro que eu ousara sentir. Se isso tudo que eu tou sentindo não é amor, o que mais pode ser?
O amor é inexplicável, da mesma forma que as estrelas que vagam pelo céu. O amor não se explica, o amor não se julga, o amor apenas se vive.
Quanto mais amamos, mais sei que nunca podemos ser a mesma pessoa. Mas à medida que amamos, a felicidade da outra pessoa se torna a minha felicidade. O infortúnio da outra pessoa se torna o meu infortúnio. O ato de amar é estranho e milagroso. E realizamos essa ação extraordinária todos os dias.
Eu só queria acordar um dia de bem comigo mesma, me olhar no espelho e nao me criticar, escovar os dentes, ir pra escola, encontrar meus amigos, sorrir bastante e ver que a vida lá fora pode ser perfeita se eu quizer que ela seja.
Muitos querem ser muitas coisas, eu só quero ser eu mesma e isto me basta, o que sou já não tenho espaço em minha existência para tamanha carga, e tento dividir com merecedores de minha atenção um pouco desta carga que carrego comigo tão nobremente armazenada.
Não tente me entender,
se nem eu mesma posso
me compreender.
Apenas caminho e tiro
de cada gota de vida
o que preciso para viver.
...tive vontade de perguntar, como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes. Nenhuma dessas coisas, porém, saiu de minha boca.Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.
• Uma última nota de sua narradora •
Os seres humanos me assombram.
Quando me perguntam se o caminho tem sido fácil ou difícil, sempre dou a mesma resposta: o fim não é nada, o caminho é tudo.
Mas tudo aquilo, meu Deus, tudo aquilo que era maior do que eu mesma, maior do que o mundo, que me soterrava, que me transportava pra outra realidade, que fazia meu corpo inteiro doer tanto de tanto sangue inchado que passava por ele, tudo aquilo, nossa, acabou. Já era.
Sabe quando a gente tem um objeto na estante que já não transmite mais a mesma beleza? Aquele objeto empoeirado, que fica ali na estante, contaminando os outros objetos, mas que não tiramos porque ele nos trás algumas lembranças de quando ainda não tinha poeira. Pois bem, quando a gente tira esse objeto empoeirado, a estante fica bem mais bonita. E a lembrança? - A lembrança? A lembrança não é objeto. A lembrança não é palpável.
Cristão que conclui estar acima da média em relação a outro cristão é a mesma conclusão que Lúcifer teve antes da queda.
E não tente me entender
Porque compreender-me é se perder em mim mesma, sem retorno algum, nem certeza de valias.
De que vale uma vida inteira a dedicar-se na busca do conhecimento, quando a sabedoria transcede qualquer entendimento, qualquer forma de questionamento.
E em foco, deixo-me debater com minhas verdades ou falsas conviccções de experiências passageiras, que se quebram no caminho de volta pra casa, de onde aliás algum tempo me perdi, fazendo com que a cada estação eu seja uma folha, ou uma flor, ou um fruto, ou somente brisa a soprar sem rumo e sem destino, desatino, somente a ir.
